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Plataforma da FGV Social permite mapear onde vivem idosos no País

Plataforma da FGV Social permite mapear onde vivem idosos no País

A ferramenta possibilita analisar a distribuição de renda e de educação, o acesso à moradia e aos meios de comunicação

Publicado em 9 de abril de 2020 às 11:36

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Pandemia do novo coronavírus evidencia solidão de idosos
Ferramenta permite mapear onde vivem os idosos do Brasil. (Freepik)

Um amplo banco de dados interativo que permite mapear onde vivem os idosos do País foi lançado nesta quarta-feira (8), pela FGV Social. Segundo os responsáveis pelo projeto, a plataforma – que possibilita analisar a distribuição de renda e de educação, o acesso à moradia e aos meios de comunicação – poderá auxiliar gestores públicos no combate à pandemia da covid-19, uma vez que a doença é potencialmente mais letal em pessoas com mais de 65 anos.

"Nossa ideia é auxiliar os gestores para políticas mais gerais, mas também queremos dar nossa contribuição para políticas mais do cotidiano. (A covid-19) é um problema comum e diferenciado. Cada um de nós é meio gestor do cotidiano, temos pai, avô, tios. Estamos tendo que gerir situações micro", explicou o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social e coordenador do estudo.

A plataforma utiliza números de diversos bancos de dados, incluindo do IBGE e da ONU. A partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, os pesquisadores apontaram que, em 2018, o País possuía 10,53% de sua população com mais de 65 anos. Além disso, os idosos representavam 19,3% das pessoas de referências nos domicílios.

As maiores concentrações estão nos Estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minais Gerais e São Paulo. Estados da região Norte, em contrapartida, apresentam as menores taxas de população acima de 65 anos.

Para o economista, esta pode ser uma vantagem no combate à pandemia. "Os idosos estão em áreas com muito médico e são relativamente visíveis aos olhos do Estado, com a aposentadoria, o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A covid, por exemplo, aumentou a elegibilidade do BPC e antecipou o 13º da previdência", diz Neri. "O idoso no Brasil tem uma renda maior (em relação à média da população), o que pode fazer com que se lide de uma forma melhor."

O pesquisador, contudo, faz uma ressalva: a baixa escolaridade média dos mais velhos. "Eles estudaram há muito tempo, numa época em que o sistema educacional era ainda pior. Trinta por cento dos idosos são analfabetos. A escolaridade é bem menor, e esse é um aspecto bem importante para políticas de saúde."

Sobre isso, Marcelo Neri alerta sobre as campanhas de combate à covid-19. "Os idosos têm baixa conectividade digital. Não se pode achar que o idoso que está em isolamento vai acessar internet. As campanhas tem de chegar por jornal, TV, rádio. E tem ainda essa questão da escolaridade. Não pode ser uma coisa muito técnica", ressalta.

O acesso à pesquisa e à plataforma de dados pode ser feito por meio do link www.fgv.br/fgvsocial/covidage.

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