Publicado em 19 de maio de 2021 às 12:24
Numa tentativa de blindar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou nesta quarta-feira (19) na CPI da Covid que as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) eram usadas para "amparar o processo decisório" do governo federal, mas que, no fim, a decisão era do Ministério da Saúde. "As orientações eram as do país, as do Ministério da Saúde." >
Pazuello ainda disse que o presidente da República sempre disse aos ministros que quem falava sobre pandemia era o Ministério. Enquanto era ministro, porém, Pazuello já disse que "um manda e o outro obedece", em referência às decisões da pasta serem tomadas por ordem de Bolsonaro. >
Além disso, Pazuello afirmou que medidas de distanciamento social cabiam a Estados e municípios. >
"Na realidade, o que fica claro nessa discussão é que os prefeitos e os governadores estão a frente do processo decisório das medidas restritivas que eles vão colocar. Nós apoiamos todas as medidas tomadas", disse o ex-ministro, apesar de o presidente Jair Bolsonaro fazer recorrentes críticas às decisões de governadores. >
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"Eram positivas [minha visão sobre distanciamento], deveríamos fazer medidas de distanciamento sempre que possível", disse também o general. As ações de isolamento social são alvos de ataque do presidente. Embora haja incoerências entre o que Pazuello diz à CPI e as atitudes de Bolsonaro, Pazuello nega ter havido divergências na defesa de medidas tomadas. >
Pazuello repetiu repetidas vezes que não recebeu ordens diretas do presidente Jair Bolsonaro a respeito da gestão do enfrentamento da pandemia e que suas ações não eram "contrapostas" pelo chefe do Executivo. >
"Em momento algum o presidente me orientou ou me deu ordem diferente do que eu já estava fazendo", afirmou Pazuello. >
"As minhas posições não eram contrapostas pelo presidente, para deixar bem claro", completou. >
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) também questionou o general do Exército sobre a participação dos filhos de Bolsonaro nas decisões e elaboração de política de saúde, durante a pandemia. >
Depoimentos anteriores apontaram para a existência de um "ministério paralelo", um centro de aconselhamento fora da estrutura do Ministério da Saúde. O vereador Carlos Bolsonaro, segundo alguns depoimentos, estaria presente em algumas dessas reuniões. >
"Eu esperava que poderia conversar mais com Flávio, Carlos, Eduardo", respondeu Pazuello. >
"Não havia influência política dos três filhos do presidente. E eu achava que iria encontrar mais com eles. Nem para encontros sociais, nada, foi muito pouco encontro", acrescentou. >
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse que a missão que o presidente deu ao indicá-lo para a pasta foi "trocar o pneu com o carro andando". >
"[Objetivo] Não deixar haver perda de continuidade das acoes do ministério durante a pandemia", disse. >
Segundo o general, o combinado era que ele nomearia militares no órgão, que seriam substituídos após 90 dias. "A gente subsitutiria os militares e a partir dali o ministro [Nelson] Teich tocaria. >
O ex-ministro Eduardo Pazuello pediu que perguntas "simplórias" nem fossem feitas a ele durante a oitiva na CPI da Covid. A fala se deu após ser alertado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) de que alguns questionamentos eram mais diretos, portanto desejava que as respostas também fossem dessa forma. >
"Perguntas simplórias gostaria até que não fossem feitas", disse Pazuello, afirmando que gostaria de contextualizar suas respostas para esclarecer os fatos. >
Nesse momento, acabou repreendido pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). >
"Vossa Excelência não vai dizer o que temos de perguntar ou não", rebateu o presidente da comissão. >
Apesar de contar com um habeas corpus que garante o direito de silenciar em algumas perguntas, para evitar incriminar a si próprio, Pazuello falou que vai responder todos os questionamentos. >
"Vou responder todas as perguntas, sem exceção", afirmou.>
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