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Congresso quer 'orçamento de guerra' para acelerar gastos com pandemia

Congresso quer "orçamento de guerra" para acelerar gastos com pandemia

O pacote anticoronavírus do governo federal envolve R$ 185 bilhões, porém, para os parlamentares, valor é insuficiente. Deputados e senadores articulam uma PEC que libere R$ 500 bilhões em gastos

Publicado em 23 de março de 2020 às 11:58

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Congresso Nacional, em Brasília. (Arquivo/Agência Brasil)

Com o objetivo de acelerar a implementação de ações para as despesas causadas pela pandemia do novo coronavírus, líderes do Congresso Nacional formulam uma Proposta de Emeda Constitucional (PEC) para permitir um "orçamento de guerra". O pacote anticoronavírus inclui R$ 185 bilhões para enfrentar a crise, no entanto, fontes do Congresso pronunciam que há a necessidade de R$ 500 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sendo uma espécie de orçamento paralelo, o "orçamento de guerra" teria menos junções com os  impedimentos previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), nas licitações e também em transferências voluntárias para Estados e municípios.

As restrições constitucionais e legais, ficariam suspensas durante o estado de calamidade – até o dia 31 de dezembro deste ano. Elas seriam destinadas exclusivamente para o combate do coronavírus.  Segundo o jornal, os parlamentares reconhecem a adversidade da epidemia, porém, há uma série de cláusulas na LRF e regras orçamentárias que impedem uma ação rápida.

De acordo com o Estadão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), bem como outras lideranças do Congresso entraram em contato com integrantes do Ministério da Economia e do Banco Central sobre a PEC. Juristas, autoridades do governo e também técnicos da área orçamentária mostraram-se preocupados com a falta de amparo jurídico para ações decisivas. Uma das propostas é suspender  a “regra de ouro”, que impede o Tesouro se endividar para pagar despesas de correntes, como salários.

Segundo avaliação de fontes da área econômica do governo, ouvidos pela reportagem, não é possível administrar a crise.  Do mesmo modo que um orçamento comum,  é preciso ter agilidade nos próximos meses para a liberação dos recursos.

As despesas para o coronavírus ficariam apartadas. Contudo, teriam regras a fim de possibilitar transparência para fiscalização da sociedade civil. Representantes do Executivo federal, Estados e municípios, os quais formam um “conselho da crise”, indicariam a natureza das despesas que poderiam ser incluídas nas ações de combate à pandemia – isto é, o que entra ou não no orçamento paralelo – como socorro aos mais vulneráveis de baixa renda, informais e empresas para a manutenção dos empregos. 

As conversas com integrantes do governo também estão relacionadas à necessidade de os bancos privados e não só os públicos oferecem capital de giro para as empresas manterem os salários. Como proposta, a garantia dada pelo BC nesses empréstimos. Cerca de R$ 1,3 trilhão faz parte do caixa único do governo para administrar o fluxo de dinheiro necessário aos compromissos. No entanto, uma parte desse dinheiro só pode ser usado para ocasiões específicas, como, por exemplo, o abatimento da dívida pública.

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