Publicado em 14 de janeiro de 2021 às 12:03
- Atualizado há 5 anos
Os dois principais candidatos à presidência do Senado receberam nesta quarta-feira (13) apoio de grandes bancadas da Casa. No entanto, a divisão no PSDB apresentou o primeiro golpe à candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) e contribuiu para manter a vantagem de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), nome do atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP). >
Desconsiderando possíveis traições, uma vez que o voto é secreto, o senador mineiro conta com o apoio de bancadas que reúnem 38 votos, enquanto a candidata do MDB tem a adesão de partidos que somam 27 parlamentares.>
São necessários 41 votos para ser eleito, maioria absoluta no Senado.>
Uma quarta-feira cheia de articulações marcou o primeiro dia com as duas candidaturas definidas. Na terça-feira (12), o MDB oficializou o nome de Tebet para disputar o comando do Senado, largando a corrida com os 15 votos da sua bancada, a maior da Casa.>
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Após uma reunião virtual, a bancada do Podemos, a terceira maior, com nove senadores, decidiu apoiar a candidata do MDB. A definição, no entanto, não foi por unanimidade. A reportagem apurou que a principal divergência partiu de Romário (Podemos-RJ), que anunciou sua preferência por Pacheco.>
"O Podemos manifesta seu apoio à senadora Simone Tebet para a presidência do Senado Federal após discussão e reflexão sobre os seus compromissos e ideias. Como sempre, a bancada respeitará eventuais opiniões divergentes dos seus senadores", afirmou nota assinada pelo líder da legenda, Álvaro Dias (PR).>
"O partido confia na mudança e na afirmação do protagonismo ético do Senado, reafirmando seu compromisso com a independência dos poderes e a governabilidade", completa.>
A bancada do Cidadania, que conta com três senadores, também fechou questão em torno do apoio à Tebet. A decisão foi confirmada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), mas o anúncio será feito só no sábado (16), por questão de agenda dos parlamentares.>
Mas a candidata do MDB perdeu o apoio do PSDB, uma bancada que figurava nos cálculos de seus aliados como uma adesão certa. Os tucanos têm sete senadores.>
Em reunião virtual, a bancada se dividiu, com uma parte dos senadores defendendo a candidatura de Pacheco, pois o contrário afetaria interesses desses parlamentares em suas bases regionais.>
O líder interino Izalci Lucas (PSDB-DF) então decidiu liberar a bancada para votar conforme a vontade de cada um. À reportagem, afirmou que o próprio MDB não demonstrou unidade e que tem notícias de traições internas entre os emedebistas. Além disso, alguns senadores tucanos enfrentariam problemas políticos em suas regiões caso apoiassem Tebet.>
"Não podemos sacrificar os interesses regionais dos nossos colegas por uma candidatura que ainda está incerta, que não há garantia que vai ter o apoio prometido. Além disso, o próprio [senador José] Serra (SP) e a Mara Gabrilli (SP) já externaram suas posições, antes da bancada. Então não tinha como não liberar", afirmou Izalci.>
Mais cedo nesta quarta, tanto Serra como Gabrilli usaram suas redes sociais para externar apoio a Tebet, de forma independente da bancada.>
"Declaro meu apoio à senadora Simone Tebet para a presidência do Senado. Renovar é preciso e estou certo de que sua eleição será um grande avanço. À frente da CCJ, Simone nos mostrou seriedade, firmeza e espírito democrático. Agora, vamos elegê-la a 1ª mulher presidente do Senado!", escreveu Serra.>
"Colegas senadores, vamos eleger Simone Tebet à presidência do Senado. Independência dos Poderes e harmonia, sem polarização. Simone representa renovação, seriedade, diálogo, além de valorizar a força da mulher na política", afirmou Gabrilli.>
Tebet deve se reunir nesta quinta (14) pela manhã com o líder da bancada tucana, Roberto Rocha (PSDB-MA), para tentar reverter a situação.>
No outro lado da disputa, Pacheco reforçou seu bloco de apoio, com a adesão do PP e seus sete senadores.>
"A bancada do Progressistas no Senado Federal, em reunião na manhã desta quarta-feira (13), decidiu apoiar a candidatura do senador Rodrigo Pacheco à presidência da Casa nas eleições que se aproximam", informou nota da liderança da bancada, assinada por Ciro Nogueira (PP-PI).>
"Acreditamos que o senador Rodrigo Pacheco se identifica com os anseios progressistas de unificar o Senado Federal em torno de projetos que vão garantir a retomada do crescimento econômico do país pós-pandemia e as reformas de que o Brasil precisa", conclui.>
Com a nova adesão, o bloco de Pacheco agora conta com oito siglas: DEM, PL, PP, PROS, PSC, PSD, PT e Republicanos.>
Alcolumbre vem atuando para obter apoio para Pacheco. O demista também é o preferido de Bolsonaro, que já informou sua opção ao MDB e declarou publicamente que tem "simpatia" pelo mineiro.>
Pacheco deve oficializar a sua candidatura na próxima semana, provavelmente no dia 18, após todas as bancadas anunciarem suas posições na disputa.>
O senador mineiro e Alcolumbre adotaram a tática de fechar o máximo de alianças, enquanto o MDB ainda disputava individualmente os votos de apoio para ganhar a indicação da bancada. O partido informou em dezembro que teria candidato único e que o escolhido seria o que trouxesse mais votos de outras siglas.>
Quatro partidos seguem sem definir seus candidatos. O PDT e seus três senadores devem aderir à candidatura de Pacheco. Alguns membros da bancada são próximos ao senador mineiro.>
A bancada da Rede (2 senadores) e a do PSB (1) indicam que vão optar por Tebet.>
Já o PSL, com dois parlamentares, também pode seguir esse caminho, embora Major Olímpio (SP) tenha se lançado pré-candidato no âmbito do movimento suprapartidário Muda Senado e tenha dito reiteradas vezes que pretende ir até o fim.>
Os demais partidos do movimento, no entanto, já anunciaram apoios.>
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