Publicado em 14 de março de 2020 às 16:06
Ao menos seis pessoas que estiveram próximas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante viagem aos Estados Unidos, na semana passada, estão infectadas com o novo coronavírus. >
O caso mais recente é o de um empresário que estava no grupo que acompanhou a visita do presidente aos EUA. Ele preferiu não se identificar.>
Três outros casos são de integrantes da comitiva oficial de Bolsonaro na viagem à Flórida. Anunciaram que contraíram a doença o chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), Fabio Wajngarten, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e o diplomata Nestor Forster, indicado para o cargo de embaixador do Brasil em Washington.>
A divulgação de que outros participantes da missão foram infectados ocorreu depois que o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) disse à reportagem que os resultados de todos os testes da comitiva - exceto Wajngarten - tinham dado negativo.>
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A lista com os integrantes da comitiva oficial foi divulgada pelo Palácio do Planalto. Nem todos os listados viajaram com Bolsonaro no avião presidencial e ela não inclui os nomes de auxiliares técnicos e da equipe de apoio.>
Ao menos uma pessoa que acompanhou Bolsonaro na Flórida, mas que não consta na lista oficial divulgada pelo Planalto, afirmou também ter sido diagnosticada como portadora do coronavírus: a advogada Karina Kufa, tesoureira do Aliança pelo Brasil, disse que seu exame deu positivo.>
Ela está em isolamento e, pelas redes sociais, tem atualizado seu estado de saúde. "Hoje acordei bem melhor, os sintomas praticamente sumiriam. Até agora não tive febre e falta de ar, que são os fatores de alerta", escreveu a advogada neste sábado (14).>
Entre os anfitriões, o prefeito de Miami, Francis Suarez, anunciou, na sexta (13), ter recebido o diagnóstico positivo para o novo coronavírus. Ele participou de evento com Bolsonaro e sua comitiva na segunda-feira (9), na Flórida.>
Há uma série de membros da comitiva oficial que aguardam os resultados dos seus testes ou que ainda não os divulgaram. É o caso do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores), do chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, Raul Botelho, do presidente da Embratur, Gilson Machado, do secretário Aquicultura e Pesca, Jorge Seif, do presidente da Apex, Sergio Segovia, do chefe do escritório da Apex em Miami, Mauro Cid, do secretário de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, e da Secretária Especial do PPI, Martha Seiller.>
Procurado, o ministério da Economia disse que Martha está sem sintomas e que fez o teste na sexta-feira (13) na rede privada, mas ele ainda não ficou pronto. Troyjo também disse que está cumprindo os protocolos de isolamento de quem volta do exterior e que está aguardando o resultado do exame. Questionada neste sábado (14), a Apex disse que só poderia fornecer as informações sobre os seus funcionários na segunda (16).>
Durante a viagem aos EUA, que ocorreu entre 7 e 10 de março, Bolsonaro teve um jantar com o presidente americano, Donald Trump.>
O alerta sobre casos de contágio na comitiva oficial que foi à Flórida foi dado após as suspeitas sobre Wajngarten. Ele foi o primeiro a se submeter aos exames, que deram positivo para a Covid-19. A notícia fez com que a equipe médica do Planalto passasse a monitorar Bolsonaro e os demais auxiliares que o acompanharam aos EUA. Após realizar os testes, o presidente anunciou na sexta que não é portador do vírus.>
A expectativa é que Bolsonaro faça dois novos exames -o primeiro após sete dias, e o segundo em 14-, seguindo parte do protocolo da Operação Regresso (que trouxe 34 brasileiros que estavam em Wuhan, na China). Esse é o período de incubação do vírus. A reportagem solicitou ao Palácio do Planalto cópia do resultado do exame, mas não obteve resposta.>
Além de Bolsonaro, já revelaram que seus exames deram negativo para o coronavírus a primeira-dama Michelle Bolsonaro; os ministros Fernando Azevedo (Defesa), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Augusto Heleno (Segurança Institucional); o governador Ratinho Junior (Paraná); o senador Jorginho Mello (PL-SC), os deputados Eduardo Bolsonaro (sem partido-SP) e Daniel Freitas (PSL-SC) e o assessor para assuntos internacionais da Presidência, Filipe Martins.>
O diplomata João Mendes também fez parte da comitiva. O Itamaraty informou que, por estar nos EUA, ele está seguindo o protocolo sanitário daquele país. A orientação é fazer os exames caso a pessoa apresente sintomas, o que não é o caso de Mendes.>
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