Publicado em 12 de julho de 2021 às 18:43
Pesquisa do Datafolha feita quarta (7) e quinta-feira (8) da semana passada aponta que 38% dos brasileiros consideram o desempenho do Congresso Nacional ruim ou péssimo. >
Para 14%, o trabalho dos congressistas é ótimo ou bom, e 43% o classificam como regular. Não souberam opinar 5% dos entrevistados.>
O Datafolha ouviu presencialmente 2.074 pessoas em 146 municípios de todo o país. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.>
Os índices dessa rodada se mantiveram próximos dos aferidos em pesquisa anterior sobre o tema feita em agosto de 2020. Naquela ocasião, a taxa de ótimo/bom era de 17%, ante 37% de ruim/péssimo. A parcela de avaliação regular também liderava com 43%.>
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Junto com o Judiciário, o Congresso vem sendo frequentemente alvo de críticas e ataques do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados ao longo deste mandato.>
O presidente inclusive chegou a participar de atos em que seus apoiadores pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal e do Legislativo, em Brasília.>
Com a eleição do aliado Arthur Lira (PP-AL) para o comando da Câmara, em fevereiro deste ano, o embate entre governo e Legislativo dava indícios de que iria arrefecer em comparação com os tempos em que Rodrigo Maia (RJ) presidia a Casa.>
Lira chegou a fazer críticas à gestão do presidente na pandemia em março, ainda que sempre diga que não pretende levar adiante pedidos de impeachment.>
O presidente da Câmara tem o poder individual de decidir sobre dar ou não início a processos de afastamento do presidente da República. Lira continua próximo do governo e com influência na máquina.>
Já em relação ao Senado, a tensão entre bolsonaristas e congressistas cresceu nos últimos meses com os trabalhos da CPI da Covid, que apura falhas do governo federal na gestão da crise sanitária.>
As sessões da comissão viraram cenário de embates entre parlamentares governistas e oposicionistas. Bolsonaro e aliados têm direcionado críticas em série especialmente ao grupo que dirige a CPI, relatada pelo emedebista Renan Calheiros (AL).>
Na sexta-feira (9), houve um novo capítulo na conturbada relação do presidente com o Parlamento. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), deu declarações rebatendo o comportamento de Bolsonaro, especialmente em relação a ameaças à realização das eleições de 2022.>
Sem mencionar o presidente, Pacheco afirmou que aquele que pretende impor retrocessos ao estado democrático será apontado pela história como "inimigo da nação".>
O senador também havia sido eleito para o comando da Casa, em fevereiro, com o apoio do governo federal.>
Na série recente de pesquisas do Datafolha, o pico de rejeição ao trabalho do Congresso ocorreu no fim de 2019, quando 45% classificaram a atuação dos parlamentares como ruim ou péssima.>
Na pesquisa seguinte, já com a eclosão da pandemia da Covid, a reprovação recuou para 32%. Naquela época, o Congresso buscou protagonismo na resposta à crise sanitária, articulando, por exemplo, o pagamento do auxílio emergencial.>
Nesta rodada do Datafolha, a avaliação do Congresso novamente foi mais negativa do que a obtida pelo Supremo, outro foco de atritos com o bolsonarismo.>
Segundo o instituto, 24% avaliam o trabalho do Supremo como ótimo ou bom. Na pesquisa sobre o Legislativo, o bom conceito do Congresso chega até a subir nos estratos mais alinhados com o presidente Bolsonaro.>
Entre quem diz sempre confiar no presidente, a taxa de ótimo/bom da Câmara e do Senado vai para 25%.>
A reprovação é elevada entre aqueles que pretendem votar em branco ou nulo em 2022 (51% de rejeição), entrevistados com renda familiar superior a dez salários mínimos (62%) e entrevistados de 45 a 59 anos (42%).>
Já aprovação cresce na faixa da população com 60 anos ou mais (18%), entre desempregados que procuram emprego (20%) e moradores do Centro-Oeste e do Norte do país (18%).>
A mesma pesquisa também apontou números ruins para o presidente Jair Bolsonaro: a taxa de avaliação ruim/péssima do governo atingiu o maior índice no mandato, com 51%, e pela primeira vez a maioria da população disse apoiar seu impeachment: 54%.>
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