Meta a Colher: ação promove o combate à violência doméstica em Vitória
Programação no próximo sábado (13), na Ilha das Caieiras, vai orientar e mobilizar moradores sobre a importância de denunciar a violência contra mulheres
Ação "Meta a Colher" quer conscientizar a importância do acolhimento às vítimas de violência doméstica Crédito: Leonardo Silveira
Em briga de marido e mulher… “Meta a Colher”. Com esse nome e esse propósito, uma ação quer orientar, conscientizar e mobilizar moradores de Vitória sobre a importância de denunciar a violência cometida contra meninas e mulheres, incentivando o acolhimento das vítimas. A programação acontece no próximo sábado (13), das 8h às 13h, na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Eliane Rodrigues, na Ilha das Caieiras, na Capital.>
O objetivo é divulgar ações sobre o tema para que a população abandone a ideia de que a denúncia deve ser feita apenas por quem sofre a agressão. No local, haverá uma equipe de psicólogos e assistentes sociais que farão um trabalho de prevenção com as pessoas da região. A ação compõe a programação dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres, promovido pela Prefeitura de Vitória, por meio da Secretaria Municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho (Semcid). >
A coordenadora do Centro de Referência em Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv), Fernanda Vieira, explica que "meter a colher" não significa se envolver em alguma briga ou confusão, mas, sim, oferecer ajuda às vítimas. “Meter a colher significa acolher essa pessoa. Perguntar ‘como é que eu posso te ajudar?’ Escutar aquela situação sem julgar", explica. >
“Outra forma que a gente pode meter a colher é orientando. A gente orienta que existe uma rede de serviços especializados, né? Que contam com profissionais capacitados, que vão acolher, vão fazer o atendimento e as orientações para que essa mulher que sofre a violência doméstica por parte do seu parceiro”, completa Fernanda.>
A coordenadora destaca a importância de não se calar diante de casos de violência doméstica. “Meter a colher, muitas vezes, é fazer a denúncia. Qualquer pessoa pode denunciar. Se estou ouvindo uma briga em um condomínio, o que devo fazer? Vou ligar para o 190, posso fazer uma denúncia anônima através do 180, avisar o síndico para que o abusador pare. A delegacia vai apurar os fatos e também precisará tomar as medidas de proteção”, afirma.>
Como meter a colher?
A secretaria lista algumas formas de "meter a colher", quando um cidadão perceber sinais de violência contra a mulher.>
Acolhimento: Caso perceba que uma pessoa está em situação de violência, escute a vítima sem fazer julgamentos e sem culpabilizar a mulher que sofre com abusos. Pergunte se ela precisa de ajuda e ofereça apoio.
Orientação: Atualmente existe uma rede de serviços de proteção à mulher que conta com profissionais preparados para atender esses casos. Em Vitória, as mulheres vítimas de violência doméstica podem buscar apoio em diferentes locais.
Centro de Referência em Atendimento à Mulher Vítima de Violência (Cramsv) - oferece atendimento psicológico e assistência social às mulheres e atua na garantia dos direitos das mulheres;
Casa Rosa: oferece apoio às vítimas de violência doméstica, seja sexual, física, psicológica, patrimonial ou moral, com atendimento multidisciplinar para mulher e para a família;
Casa sigilosa: recebe mulheres que precisam sair de suas casas após sofrer alguma violência. Muitas vítimas não têm família no Estado ou não têm para onde ir. Os locais têm o endereço protegido e servem como abrigo para essas pessoas;
Medida protetiva: Uma decisão judicial que impede que o agressor se aproxime da vítima. Obriga que mantenha distância do local de trabalho e casa da mulher, assim como testemunhas do crime e familiares da pessoa agredida;
Botão Maria da Penha: é o dispositivo disponibilizado pela Semcid e monitorado pela Guarda Civil Municipal de Vitória (GCMV), para garantir ainda mais segurança para mulheres com medida protetiva. O botão deve ser usado quando o agressor tenta se aproximar da vítima, acionando uma viatura da guarda que vai ao local prestar socorro à mulher.
Informação: Conhecimento pode salvar vidas. Conhecer o que é violência doméstica e familiar, como ajudar e quais são os serviços disponíveis para dar apoio à mulher e saber quais são os serviços oferecidos pelo município.
Denunciar: Em caso de emergência, acione o 190. Se precisar pedir medidas de proteção e denunciar os abusos e violências, procure o Centro de Referência em Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramsv) ou uma delegacia da mulher. O canal 180 também está disponível e registra denúncias anônimas.
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O secretário municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Luciano Forrechi, destaca que a ação chama a sociedade para contribuir na luta contra a violência doméstica. “Combater a violência contra mulheres não é apenas dever do Estado, mas de cada cidadão. Quando acolhemos, orientamos e denunciamos, estamos salvando vidas e construindo uma sociedade mais justa", ressalta. >