> >
'Síndrome da cabana': pandemia pode levar ao medo de sair do isolamento

'Síndrome da cabana': pandemia pode levar ao medo de sair do isolamento

Como forma de se proteger do novo coronavírus, foi preciso se manter isolado em casa; a retomada exige atenção, segundo a psicóloga Adriana Müller

Publicado em 29 de julho de 2020 às 18:50

Síndrome da cabana
Isolamento social por meses pode causar síndrome da cabana Crédito: Pixabay

O início da retomada das atividades após um longo período em isolamento, mesmo ainda em meio à pandemia, traz à tona um fenômeno psicológico marcado pela angústia ou medo de voltar à rotina: a "síndrome da cabana".

Devido à expansão da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, foi necessário o isolamento social como forma de se proteger do vírus e evitar o contágio. Sem vacinas e remédios comprovados pela ciência, o período dentro de casa ainda tem um tempo indeterminado.

Segundo a psicóloga Adriana Müller, comentarista da Rádio CBN Vitória, é importante conversar sobre os sentimentos, principalmente nesse momento retomada das atividades.

"Apesar desse nome, precisamos entender que não se trata de mais uma doença psicológica, de mais um problema. É um estado normal do ser humano, um conjunto de fenômenos, pensamentos, que algumas pessoas podem sentir depois de viver um isolamento prolongado"

Adriana Müller

Psicóloga

Pessoas que têm a "síndrome da cabana" apresentam sinais que podem variar entre a alta irritabilidade, estresse, agressividade, inquietação claustrofóbica, angústia e desconfiança.

Em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, durante o CBN e a Família desta terça-feira (28), Adriana explicou que "não é fácil sair de um estado em que a gente vivia pra outra situação". Segundo a psicóloga, "nosso cérebro se adaptou com isso. Algumas pessoas têm medo, angústia, um estresse com essa volta".

O nome da síndrome — e não doença — é originado de um romance do século passado. Na época, uma escritora se mudou para um lugar frio e distante. A partir daí um psicólogo começou a fazer estudos sobre os efeitos de longos períodos de confinamento.

Assim como acontece em meio à pandemia, astronautas, cientistas e até indivíduos que permanecem hospitalizados por um longo período têm a tendência de apresentar os sinais da "síndrome da cabana".

Para amenizar os problemas causados pela volta, Adriana Müller explica que conhecer o sentimento é importante.

"Tenha consciência do que está sentindo, dê nome, converse com alguém da sua casa. Comece a criar estratégias para sua segurança. A palavra mágica é respeito", ressalta.

A psicóloga acrescenta que é preciso respeitar o tempo de cada um. "É uma adaptação ao novo cenário. As pessoas sentem isso de forma diferente", disse.

Adriana Müller completa ressaltando a importância da informação, evitando controvérsias e sentimentos desagradáveis. Ao tentar voltar ao normal, o processo precisa ser "bom e tranquilo".

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais