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Coronavírus: saiba o que é mito ou verdade quando o assunto é covid-19

Coronavírus: saiba o que é mito ou verdade quando o assunto é covid-19

Infectologistas e farmacêutica esclarecem dúvidas importantes da população a fim de evitar os impactos gerados pela desinformação sobre a doença

Publicado em 25 de julho de 2020 às 09:01

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Pessoas usando máscaras para se proteger do coronavírus
O uso de máscaras continua sendo obrigatório para se proteger do coronavírus. (Diana.grytsku/Freepik)

São muitas as informações sobre o coronavírus que circulam pela internet. Por isso é importante ficar atento a alguns assuntos relacionados à covid-19. “É importante que a população não se deixe levar por toda e qualquer informação que receber no celular. Por isso, recomendamos sempre a checagem de fontes confiáveis. Um cuidado realizado de forma errônea pode colocar a pessoa em um risco desnecessário”, explica a infectologista Marina Da Rós Malacarne.

Para te ajudar a saber o que é mito ou verdade quando o assunto é covid-19, ouvimos duas infectologistas e uma farmacêutica, que falaram inclusive sobre os remédios que ganharam fama durante a pandemia. Confira. 

Uso da Ivermectina

O remédio ganhou o apelido de 'nova cloroquina'. Mas também não faz efeito com relação ao vírus. A infectologista Rúbia Miossi, da Unimed Vitória, explica que a Ivermectina não funciona contra a doença. "Tem um estudo antigo que falava que ela tinha efeito antiviral em célula in vitro, mas não foi comprovado a mesma coisa nos seres vivos. Não tem nenhum estudo em humanos provando que o remédio funcione". Ou seja, não tem nenhuma aplicação conta a covid-19. 

Hidroxicloroquina

Rúbia explica que o uso do remédio também não tem nenhum tipo de efeito comprovado. "Não há benefícios. Ele pode causar náuseas e vômitos, geralmente são os efeitos gastrointestinais que pessoas que estão usando por 5 dias acabam apresentando. Os eventos adversos mais graves são mais raros e a gente quase não observa. Mas o remédio não funciona para tratar o coronavírus". 

Vitaminas C e  D ajudam a prevenir?

Não há evidência que indique que nenhuma vitamina ajude a prevenir a doença. O que acontece é que a vitamina D costuma ser prescrita para pacientes com problemas no sistema imunológico, mas não há consenso científico sobre a utilização para aumentar a imunidade. “O que sabemos é que a deficiência de vitamina D está comprovadamente ligada a uma série de problemas de saúde, como doenças autoimunes, diabetes e osteoporose. Esse micronutriente atua, entre outras funções, no funcionamento do sistema imunológico, auxilia na absorção de cálcio e tem papel importante no equilíbrio do açúcar no sangue, agindo como um hormônio multifuncional", explica a farmacêutica Luiza Scardua, da Globo Fórmula. 

A infectologista Rúbia Miossi também diz que as vitaminas C e D não previnem o coronavírus. "Não existe nada que previna do coronavírus, a não ser evitar o contato entre as pessoas. Para evitar a covid-19 somente as medidas de distanciamento social", afirma. Ele explica ainda que a falta de vitaminas no nosso organismo pode causar prejuízo na resposta imunológica. "Mas o excesso delas também não ajuda. As pessoas têm que ter uma quantidade considerada normal no sangue, que é individual. Tomar superdoses não vai ajudar", diz.

O uso da dexametasona

O medicamento da classe dos corticoides é recomendado para aliviar inflamações e tratar doenças que requeiram ação imunossupressora, como a artrite, alergias e asma. Ele já era amplamente utilizado para tratamentos de pacientes graves com covid-19, que estavam em UTI utilizando ventilação mecânica. E há um mês passou a ser utilizada em pacientes moderados, que precisam de suplementação de oxigênio. "De qualquer forma ele só é indicado para pacientes internados, não tem indicação para pacientes que estão em casa", explica a infectologista Rúbia Miossi.

Ibuprofeno agrava a doença

Essa informação também é um mito, relacionada a uma divulgação inicial. Não há estudos que indiquem efeitos colaterais do medicamento em caso de covid-19, além das contraindicações já conhecidas. “É importante lembrar que todos os medicamentos oferecem riscos e devem ser usados mediante orientação profissional”, diz a farmacêutica Luiza Scardua.

Máscara

uso da máscara continua sendo fundamental para evitar o contágio do vírus. Porém, só colocar o acessório no rosto não basta. Tem que ter cuidado ao manuseá-la, saber o tamanho correto para o seu rosto, além de adotar outras atitudes de prevenção como manter o nariz e boca sempre protegidos.  

Tomar água fervida com alho serve como tratamento

A informação que tomar água fervida com alho serve como tratamento também não procede. “Não serve para tratamento de nada, pode ajudar na imunidade no geral. Sabemos que o alho tem algumas propriedades depurativas, melhora a parte cardiovascular, mas não serve para o tratamento da coronavírus”, esclarece a infectologista Marina Da Rós Malacarne, do São Bernardo Apart Hospital. 

O vírus se propaga no ar

A informação é verdadeira. “Sim, o vírus se propaga no ar. Se o ambiente tiver uma boa corrente de vento, na maioria das vezes, ele vai cair no chão. No entanto, em ambientes com pouca circulação de ar, com ar-condicionado, por exemplo, ele pode ficar suspenso no ar e as pessoas podem respirar e ser contaminadas pelo vírus”, explica Marina.

Gargarejar com água morna e salgada evita que o vírus vá para os pulmões

A notícia que circula na internet falando que gargarejar com água morna e salgada evita que o vírus vá para os pulmões também é mentira. “Isso não evita que o vírus vá para os pulmões”, diz Marina Da Rós Malacarne.

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