Publicado em 13 de maio de 2025 às 17:54
- Atualizado há um mês
A Nissan vai demitir mais de 20 mil pessoas em todo o mundo, entre os anos fiscais de 2024 a 2027, incluindo o corte de 9 mil funções já anunciado pela empresa. Além disso, está previsto o fechamento de sete das dez fábricas da empresa pelo mundo até o ano fiscal de 2027, mas não foram informadas em quais regiões. >
A informação foi confirmada pela montadora nesta terça-feira (13), por meio de um comunicado, onde a Nissan explicou o plano de reestruturação da empresa, chamado de Re:Nissan, que tem como meta obter lucro operacional e fluxo de caixa livre positivo na divisão automotiva até o ano fiscal de 2026, além de atingir 500 bilhões e ienes (cerca de R$ 19 bilhões) em economia de custos.>
O CEO da Nissan, Ivan Espinosa, que assumiu o lugar de Makoto Uchida no mês passado, está reestruturando as operações da Nissan e disse anteriormente que a empresa estava considerando medidas adicionais.>
“Como a nova equipe de gestão, estamos adotando uma estratégia prudente para reavaliar nossos objetivos e buscar ativamente qualquer oportunidade possível para implementar e assegurar uma recuperação robusta. O Re:Nissan é um plano de recuperação baseado em ações, que define claramente o que precisamos fazer agora”, diz.>
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No novo plano, a Nissan definiu um objetivo de redução de custos de 250 bilhões de ienes (cerca de R$ 9,5 bilhões). Para atingi-lo, a empresa está acelerando eficiências em engenharia e custos. A empresa informou que irá repensar a cadeia de fornecimento para garantir um volume maior para menos fornecedores.>
EUA, Japão, China, Europa, Oriente Médio e México tornam-se mercados-chave para a empresa. Já os demais mercados, incluindo a América Latina, não foram especificados pela empresa e estes, segundo o comunicado, terão uma estratégia customizada. >
Nos EUA, a empresa vai buscar atender segmentos em rápida expansão, como os híbridos e a revitalização da marca Infiniti. No Japão, a expansão da cobertura de modelos vai contribuir para reforçar a marca em seu mercado doméstico. >
A estratégia na China terá foco na potencialização da performance doméstica com NEVs (veículos movidos a novas energias). Na Europa, será dado foco aos SUVs dos segmentos B e C, aproveitando as parcerias com o Renault Group e empresas da China para diversificar sua oferta de produtos. >
No Oriente Médio, a empresa vai focar nos SUVs grandes e explorar produtos da China. O México, segundo a empresa, vai continuar sendo um importante polo de exportação, contribuindo para o lucro e o crescimento.>
“Diante dos desafios de performance do ano fiscal de 2024 e do aumento nos custos variáveis, combinados a um ambiente externo de incertezas, devemos priorizar melhorias internas com mais urgência e rapidez, com a meta de atingir uma lucratividade que dependa menos dos volumes”, explica Espinosa.>
Outra ação será focada na reestruturação de seus processos de desenvolvimento com a redução de custos de engenharia, complexidade e mais velocidade a meta de reduzir em 20% o custo médio da força de trabalho por hora. >
Além disso, a montadora quer reduzir em 70% a complexidade de componentes e ao mesmo tempo promover a integração e otimização de plataformas que passarão de 13 para 7 até o ano fiscal de 2035. >
A empresa vai reduzir também os prazos de desenvolvimento do primeiro veículo para 37 meses e das famílias de veículos subsequentes para 30 meses. Os modelos desenvolvidos segundo este processo incluem o novo Nissan Skyline, o novo C SUV global e um novo SUV compacto da Infiniti.>
A Nissan, que tinha mais de 133 mil funcionários em março do ano passado, anunciou planos em novembro passado para cortar 9 mil empregos e reduzir a capacidade global em 20%. A empresa também disse que fecharia uma fábrica na Tailândia até junho e fecharia mais duas fábricas que não foram identificadas. >
Na sexta-feira, a empresa disse que havia decidido desistir de um plano para construir uma fábrica de US$ 1,1 bilhão (R$ 6,2 bilhões), para a qual receberia subsídios do governo, para baterias de veículos elétricos na ilha de Kyushu, no sudoeste do Japão. Esta foi uma das ações canceladas pela empresa.>
No final de 2024, em dezembro, a empresa anunciou um plano de fusão com a Honda no valor de US$ 58 bilhões até 2026. Entretanto, três meses depois, as empresas abandonaram o plano. Segundo fontes, o plano foi cancelado devido às crescentes diferenças entre os grupos, inclusive sobre o equilíbrio de poder na união.>
Uma proposta da Honda de que a Nissan se tornasse uma subsidiária da companhia combinada acabou afundando o acordo, segundo fontes.>
*Com informações da Nissan e da Folhapress.>
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