Publicado em 28 de abril de 2025 às 09:00
- Atualizado há 17 dias
Em outubro de 2023, chegaram às concessionárias brasileiras da Ford as primeiras unidades do Mustang Mach-E. O primeiro Ford elétrico de produção em série é importado do México somente na versão GT Performance AWD Extended Range – a mais orientada para o desempenho.
A escolha do nome do crossover elétrico evidencia a intenção da Ford de emprestar ao novo produto o apelo emocional que impulsiona as vendas do cupê esportivo Mustang há seis décadas, com mais de 10,5 milhões de unidades emplacadas em 150 países.
Já a denominação “Mach-E” é inspirada na variante Mach 1, da primeira geração do Mustang. Desde o lançamento no Brasil, apesar das variações cambiais, o Mustang Mach-E GT Performance manteve o preço de R$ 486 mil.
No mês passado, além de novas rodas de 20 polegadas diamantadas com elementos de contraste em cinza, o modelo passou a oferecer a nova cor Cinza Glacial perolizada, que se soma às opções já existentes – Preto Astúrias, Vermelho Zadar, Azul Algarve e Branco Nur (a do modelo testado).
Os designers da Ford cumpriram a tarefa passada pelo marketing e criaram o Mach-E reconhecível imediatamente como um Mustang. Além do indefectível cavalo selvagem que serve de logotipo aos dois carros, substituindo o tradicional logo oval da Ford, reeditaram elementos como o capô longo, a frente no estilo “nariz de tubarão”, os faróis alongados com “day-light” retilíneo, o caimento do teto em direção à traseira curta e as lanternas em LED com três barras.
As maçanetas convencionais dão lugar a botões que abrem as portas – e uma pequena maçaneta emerge das portas dianteiras. Um emblema “GT” alusivo à versão mais esportiva se destaca na tampa do porta-malas.
O Mach-E GT tem dois motores de corrente alternada que impulsionam as quatro rodas, combinando-se para entregar até 487 cavalos de potência e brutais 87,7 kgfm de torque. Montado na parte traseira, o motor síncrono de ímã permanente atinge o torque máximo em meio segundo, enquanto o dianteiro fornece de forma independente potência, torque e tração adicionais às rodas da frente.
O resultado é que o crossover elétrico pode acelerar da imobilidade aos 100 km/h em 3,7 segundos e chegar à velocidade máxima de 200 km/h, controlada eletronicamente. Apesar do peso excessivo para um esportivo, por conta das baterias – elas pesam 596 quilos e o carro, 2.157 quilos –, a distribuição de peso segue o padrão considerado ideal para esportivos – 50% na dianteira e 50% na traseira.
O trem de força do Mustang Mach-E GT Performance administra a distribuição de torque à medida em que o motorista alterna os modos de direção. O modo “Engage” equilibra a silenciosa serenidade de um veículo totalmente elétrico com o desempenho empolgante do Mustang. Para ampliar a emoção, basta mudar para o “Unbridle”, que melhora a resposta do acelerador.
O modo “Unbridle Extendend” faz o mesmo, porém, com mais foco na rentabilização da bateria. E o “Whisper” potencializa o Brake Traction Control, que ajuda a manter a aderência em superfícies escorregadias. Localizada centralmente entre os eixos e abaixo do assoalho, a bateria de níquel, cobalto e manganês com células de íons de lítio de 91 kWh é dividida em 12 módulos e proporciona uma autonomia de 379 quilômetros, pela norma do Inmetro.
Item de série na versão GT do Mach-E, a suspensão adaptativa MagneRide controla eletronicamente o fluido dentro do amortecedor para responder em tempo real às mudanças nas condições do piso, podendo ajustar o caráter do veículo de acordo com o modo de condução selecionado.
As vistosas rodas diamantadas de 20 polegadas são calçadas com pneus Pirelli P-Zero 245/45. Pintados de vermelho, os discos de freio dianteiros ventilados Brembo têm 385 milímetros de diâmetro. Logo acima da roda dianteira esquerda está o plugue do carregador tipo 2, o padrão europeu, o mais comum do mundo. O crossover elétrico da Ford vem com nove airbags e oferece três anos de garantia, sem limite de quilometragem. Motores, bateria e componentes de alta voltagem têm garantia de oito anos.
O Mustang Mach-E apresenta sua tecnologia antes mesmo de o motorista entrar no carro. Com a tecnologia Phone As A Key, o veículo capta o smartphone pelo Bluetooth quando o motorista se aproxima, destrancando as portas e permitindo que comece a dirigir sem precisar tirar o celular do bolso ou usar uma chave.
No interior do crossover, a proposta de evocar o design do sexagenário cupê esportivo da Ford é cumprida pelo painel de instrumentos com capota dupla. Os bancos Ford Performance oferecem bom apoio para uma condução vigorosa, com acabamento em um material de toque suave semelhante a couro, tal como o volante. Nos bancos dianteiros, há ajustes elétricos e aquecimento.
Com foco na versatilidade para o uso no dia a dia, o Mustang Mach-E GT Performance oferece usabilidade familiar e transporta confortavelmente cinco passageiros, com 541,5 litros de espaço para carga – 402 litros no porta-malas traseiro e 139,5 litros no compartimento extra sob o capô.
Apesar de um ou outro detalhe retrô, é o futurismo que domina o ambiente. A cabine tem acabamento requintado, com um isolamento acústico que aumenta a sensação de bem-estar. O conforto auditivo a bordo é reforçado pelo som premium da Bang & Olufssen, com nove alto-falantes e um subwoofer.
O Mustang Mach-E GT Performance é um carro único em vários aspectos. Tanto no uso urbano quanto na estrada, o crossover elétrico da Ford se revela um veículo admirável. Silencioso, confortável e muito fácil de se dirigir, entrega retomadas de velocidade impressionantemente rápidas, com acelerações que nada perdem em relação aos superesportivos da Porsche, da BMW, da Audi e da Mercedes-Benz.
Com tração integral, os dois motores elétricos que somam 487 cavalos e 87,7 kgfm dão ao Mustang Mach-E um desempenho de respeito: ele acelera da imobilidade aos 100 km/h em 3,7 segundos e atinge a velocidade máxima de 200 km/h, controlada eletronicamente.
A potência é similar à do cupê Mustang GT Performance com motor V8, que tem 488 cavalos, mas o torque da versão a gasolina é bem inferior – 57,5 kgfm. E, além de maior, o torque o Mach-E é instantâneo, como em qualquer veículo elétrico. Por conta disso, o cupê esportivo a gasolina é 0,6 segundo mais lento que o crossover elétrico na arrancada da imobilidade até 100 km/h, cumprindo a prova em 4,3 segundos.
Já a velocidade máxima do Mustang V8 é maior, 250 km/h, também limitada eletronicamente. Se o motorista quiser, o Mach-E GT Performance pode acelerar com um ronco artificial. E também dá para ligar ou desligar com apenas um clique o “one pedal drive” – que permite dirigir sem usar no pedal de freio, apenas acelerando ou parando de acelerar, quando a frenagem é acionada automaticamente.
Arrancar com o pé enterrado no fundo do acelerador de um Mustang Mach-E gera no motorista a instigante sensação de sentir suas costas sendo oprimidas instantaneamente em direção ao banco.
A sofisticada suspensão MagneRide, os freios Brembo de alta performance e as rodas de 20 polegadas com pneus de baixa resistência à rolagem contribuem para uma dirigibilidade empolgante, sempre com uma elevada percepção de segurança. A velocidade máxima de 200 km/h pode ser atingida de forma impressionantemente rápida.
Há um detalhe que pode até parecer “fetiche” de piloto, porém, na prática, faz diferença no comportamento dinâmico em trechos sinuosos – a distribuição de peso do crossover elétrico segue o padrão ideal para esportivos, com 50% na dianteira e 50% na traseira.
Como resultado de tanta tecnologia, nas curvas rápidas, o Mustang Mach-E parece deslizar sobre trilhos invisíveis. Durante todo o teste, jamais pareceu ter chegado perto dos seus limites.
Para melhorar o que já é ótimo, as tecnologias de assistência ao motorista (ADAS) do esportivo elétrico são generosas e incluem controle de cruzeiro adaptativo inteligente com stop&go e centralização de faixa, assistência de ponto cego, assistente de estacionamento, de manobras evasivas e de pré-colisão com detecção de pedestres, alerta de tráfego cruzado e frenagem automática de emergência (para frente ou para trás).
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