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Avaliação de segurança nos carros vai ficar ainda mais exigente a partir de 2026

Avaliação de segurança nos carros vai ficar ainda mais exigente a partir de 2026

Novas diretrizes da Latin NCAP, organização que testa segurança de veículos na América Latina, aumentaram requisitos necessários para obter estrelas

Publicado em 21 de novembro de 2025 às 15:39

 - Atualizado há 21 dias

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A atualização dos protocolos do Latin NCAP vai valer de 1° de janeiro de 2026 a dezembro de 2029 Crédito: Shutterstock

SÃO PAULO (SP) - A partir de 1° de janeiro de 2026, obter cinco estrelas na segurança dos carros vendidos no Brasil vai ficar ainda mais difícil com a mudança dos protocolos dos Programas de Avaliação de Veículos Novos (NCAP). Isso porque a Latin NCAP, organização que testa segurança de veículos na América Latina, aumentou os requisitos necessários para obter estrelas.

A atualização dos protocolos, vai valer até dezembro de 2029 e também prevê a penalização na falta de alguns aspectos básicos de segurança. As mudanças vão envolver as quatro grandes áreas de avaliação: proteção de ocupante adulto; proteção de ocupante infantil; proteção a pedestres e usuários vulneráveis das vias; e sistemas de assistência à segurança.

Segundo o secretário geral do Latin NCAP, Alejandro Furas, isso faz parte da evolução da segurança automotiva. “O objetivo é democratizar a segurança veicular. A melhoria voluntária acontece com políticas internas das montadoras ou quando os modelos não vão bem e a montadora decide fazer essas mudanças”, avalia.

Ainda, de acordo com Furas, para se chegar a cinco estrelas é preciso ter um um bom desempenho nas quatro áreas de avaliação simultaneamente. Ou seja, um desempenho baixo em qualquer uma das quatro áreas significará um resultado baixo, mesmo que as outras três apresentem um bom desempenho.

Veja o que muda na avaliação de segurança do Latin NCAP:

1 - Proteção de ocupante adulto

  • Testes de impacto lateral e lateral de poste passam a ser mais severos. Será utilizado um novo dummy de avaliação, com melhor biofidelidade (WSID). 
  • O impacto lateral será realizado a uma velocidade maior, 60 km/h, e será utilizada uma barreira de impacto mais pesada, de 1400 kg. O
  • O impacto lateral de poste será realizado a uma velocidade maior, 32 km/h, e o ângulo de impacto do poste será oblíquo a 75 graus.
  • A segurança dos ocupantes adultos no banco traseiro passa a ser incluída na avaliação. 
  • Passa a ser adicionada a avaliação do banco traseiro em relação ao efeito chicote cervical. 
  • Em veículos com centro de gravidade elevado (SUVs), passa a ser incluída a avaliação da resistência do teto em capotagens
  • Sobre resgate após colisão, serão penalizadas a dificuldade de acesso ao veículo, a extração dos ocupantes, a liberação do cinto de segurança e a falta de folha de resgate. 
  • Tecnologias como o serviço de chamada de emergência (eCall) serão pontuadas de forma positiva.

2 - Proteção de ocupante infantil (crianças e bebês)

  • O alcance será ampliado para crianças maiores, de 10 anos, para os testes de impacto frontal e lateral, substituindo o dummy anterior de 18 meses, para o qual se observou um bom nível de proteção mesmo em situações desfavoráveis. De qualquer maneira o passageiro de 18 meses continua a ser considerado em todas as avaliações do veículo. 
  • O dummy de 10 anos será avaliado instalado em um assento elevatório (ou booster), com foco na qualidade dos sistemas de retenção do veículo e na proteção lateral da cabeça oferecida para às crianças dessa idade e tamanho. 
  • No teste dinâmico será instalado sem o apoio do assento elevatório (ou booster).
  • A falta de ancoragens ISOFIX e i-Size para cadeirinhas infantis, assim como a impossibilidade de desligar o airbag do acompanhante, reduzirão a possibilidade de obter pontuações aceitáveis.
  • Os sistemas de detecção de crianças representarão pontos extras.

3 - Proteção de pedestres e usuários vulneráveis das vias e em assistências à Segurança

  • Será elevado o nível de exigência de desempenho da segurança passiva. 
  • Será aumentado o peso do Frenagem Autônoma de Emergência (AEB) para VRU que terá cenários de avaliação mais exigentes, como a detecção de pedestres à noite e a detecção de ciclistas.

4 - Assistências à segurança

  • Aumentam a exigência na velocidade do teste do alce e a falha em qualquer um desses testes em diferentes velocidades é penalizada com perda de pontos. 
  • As avaliações de frenagem autônoma de emergência de baixa e alta velocidade passam a incluir cenários mais exigentes. 
  • A detecção de ponto cego (BSD) também passa a ser avaliada em novos cenários.
  • Haverá pontuação extra para veículos que ofereçam tecnologias como: conector para o sistema de detecção de álcool, sistema de monitoramento do motorista e sistemas avançados de aviso de uso do cinto de segurança.
  • Já veículos que não oferecerem sistemas como limitador de velocidade ou sistemas de informação de velocidade máxima, como por exemplo ISA, terão pontuações mais baixas.

* Com informações da Latin NCAP.

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