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Anfavea enxerga cenário desafiador para o setor automotivo

Anfavea enxerga cenário desafiador para o setor automotivo

Para entidade que reúne fabricantes nacionais, números de outubro mostram que o setor pode encontrar problemas em continuar ritmo de crescimento

Publicado em 14 de novembro de 2025 às 16:09

 - Atualizado há 23 dias

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No acumulado do ano, as 2,172 milhões de unidades emplacadas representam alta de 2,2% sobre o mesmo período de 2024 Crédito: Shutterstock

O ritmo de crescimento do setor automotivo registrado nos anos anteriores pode encontrar problemas se o mercado mantiver os índices registrados em outubro em comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas em relação a outubro de 2024 tiveram uma retração de 1,6%. E pelo terceiro mês seguido, a média diária de vendas foi menor que no mesmo período do ano anterior.

Por outro lado, a entidade afirma que o mercado interno apresentou o resultado mais robusto em 12 meses, com 260,7 mil veículos emplacados, uma alta de 7,2% sobre setembro.

No acumulado do ano, as 2,172 milhões de unidades emplacadas representam alta de 2,2% sobre o mesmo período de 2024, puxada por um crescimento de 9,9% nas vendas diretas e recuo de 3,3% no canal do varejo. Segundo a Anfavea, a alta prolongada de juros tem sido a principal responsável por esses números.

“A queda no varejo nacional só não foi maior porque tivemos um aumento de 20% do programa Carro Sustentável. São modelos de entrada e ajudaram com que a queda fosse atenuada. Essa retração poderia ser maior caso não houvesse o programa”, avalia o presidente da Anfavea, Igor Calvet.

Até mesmo as vendas de importados tiveram recuo de 1,3% na comparação com outubro de 2024, embora o acumulado do ano ainda registre forte elevação de 8,9%, com 402,1 mil unidades emplacadas. Os modelos vindos da China se destacam pela alta de 52,9%,enquanto os veículos argentinos tiveram baixa de 5,2% nesses 10 meses de 2025.

Produção tem leve crescimento

Com relação à produção, a paralisação da fábrica da Toyota em Porto Feliz (SP) após vendaval que deixou a planta destruída, contribuiu para que o volume total de veículos fabricados permanecesse praticamente no mesmo patamar de setembro.

Ao todo, 247,8 mil unidades deixaram as linhas de montagem no país, patamar similar ao de setembro deste ano e de outubro de 2024. A produção acumula 2,234 milhões de veículos leves e pesados neste ano, elevação de 5,2%.

As exportações também não entregaram um bom resultado em outubro: foram 40,6 mil unidades embarcadas nesse período, um decréscimo de 22,7% sobre setembro. Segundo a Anfavea, boa parte desse recuo se deveu à instabilidade do comércio com a Colômbia, terceiro maior destino das exportações brasileiras, que havia suspendido o acordo de livre comércio, levando a uma queda de 92% nos envios àquele país. No total do ano, as exportações para todos os mercados atingiram 471,4 mil unidades, alta de 43,8% sobre o ano passado.

“Felizmente, após forte atuação da Anfavea, das associadas e do governo brasileiro, o acordo com a Colômbia foi renovado por um ano, permitindo que nos próximos meses os embarques sejam regularizados para este que é o terceiro maior destino das importações brasileiras”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea.

*Com informações da Anfavea.

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