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Vila Velha vai ganhar 50 mil árvores até 2030 para reduzir áreas de calor

Vila Velha vai ganhar 50 mil árvores até 2030 para reduzir áreas de calor

Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, iniciado este mês, prevê o plantio em cerca de 26 hectares, com investimento de R$ 2,25 milhões

João Barbosa

Repórter / [email protected]

Publicado em 17 de novembro de 2025 às 16:01

Parque Municipal de Jacarenema, em Vila Velha
Parque Municipal de Jacarenema, em Vila Velha Crédito: Everton Thiago/PMVV

Com plantio em áreas urbanas e ações para recuperação de parques naturais, Vila Velha vai ganhar pelo menos 50 mil novas árvores até 2030. O objetivo da gestão do município é ampliar a cobertura verde, reduzir ilhas de calor e melhorar a qualidade do ar.

Atualmente, Vila Velha elabora o Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU), definindo diretrizes para plantio, quantidade, manutenção e monitoramento das árvores em espaços públicos em todos os bairros. O projeto tem investimento de R$ 690 mil e deve ser concluído em fevereiro de 2026 com a definição de localização exata e de espécies que serão plantadas.

Ao mesmo tempo, o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs), iniciado este mês, prevê o plantio de 50 mil mudas nativas em cerca de 26 hectares, em um investimento de R$ 2,25 milhões, até 2030. Distribuída nos parques naturais municipais de Jacarenema e Manteigueira e no Monumento Natural Morro do Penedo, a área equivale a 26 campos de futebol.

Manuela Batista, gerente de Recursos Naturais da Prefeitura de Vila Velha, explica que as ações no município canela-verde seguem diretrizes similares ao Plano Nacional de Arborização Urbana (PlaNAU), lançado na semana passada pelo governo federal objetivando o aumento da cobertura vegetal em todo o país.

“Por aqui, já tínhamos iniciativas em curso e contratamos uma empresa especializada para estudos detalhados e robustos sobre arborização. Ainda contamos com consultas públicas apoiadas por instituições acadêmicas, como a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a Universidade de Vila Velha (UVV) e o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) para contribuições sobre o assunto e auxílio na elaboração de um diagnóstico que revelou déficits de arborização em Vila Velha. Agora, com os planos, temos indicadores a alcançar”, conta Manuela.

A gestora destaca que os projetos vão definir orientações para plantio, principalmente em áreas onde o município tem ilhas de calor, regiões com pouca arborização, mas com muito concreto e asfalto em pontos em que a temperatura pode ser 5 °C mais alta em relação a outros locais.

Os estudos atuais revelam que Vila Velha tem baixa diversidade de espécies: são 337, sendo que 60% são exóticas e 40% são nativas. Desse total, 50 são classificadas como invasoras que dificultam o manejo e entram em conflito com a fiação da cidade, por exemplo.

Com isso, os materiais planejados preveem orientações sobre podas e a estrutura de calçadas para evitar que as passagens para pedestres e ciclistas sejam danificadas com o crescimento das raízes das árvores.

“Nós fizemos diagnósticos nas cinco regiões administrativas de Vila Velha e, considerando as ilhas de calor, vamos priorizar essas áreas”, projeta Manuela.

Os planos, porém, não ficarão restritos à prefeitura. Como a responsabilidade de calçadas é dos proprietários dos imóveis, os estudos estarão abertos para a população saber quais são as espécies indicadas para plantio em frente a suas casas, justamente para evitar danos estruturais.

Parque do Morro da Manteigueira, na Glória, em Vila Velha
Parque do Morro da Manteigueira, na Glória, em Vila Velha Crédito: Everton Thiago/PMVV

Manuela explica que os parques naturais passaram por impactos, como desmatamento, incêndios e descarte irregular de resíduos, além de terem sido atingidos por espécies invasoras. Com o PRADs, foi definida a retirada dessas espécies e, posteriormente, o plantio de 50 mil mudas nativas nos próximos cinco anos.

“Tudo isso faz parte do programa Vila Velha 500 Anos e do Vila Velha Descarbonizada. Entre outros projetos, também temos a recuperação de restinga nas orlas em Itapuã, Itaparica, na Praia do Barrão, na Barra do Jucu e em Nova Ponta da Fruta”, acrescenta Manuela.

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