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Publicado em 6 de novembro de 2025 às 16:00
Os recursos do Fundo de Descarbonização do Espírito Santo devem começar a ser disponibilizados para as empresas capixabas em 2026. Estarão disponíveis R$ 500 milhões voltados para o financiamento de projetos de energia limpa, eficiência energética, eletrificação industrial, geração de energia solar e programas de reflorestamento, entre outras iniciativas. O dinheiro vem do Fundo Soberano (Funses), com receitas da exploração de petróleo e gás.>
Os próximos passos do Fundo de Descarbonização foram detalhados por Marcelo Saintive, diretor-presidente do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), na manhã desta quinta-feira (6) durante o evento Atitude Sustentável, promovido pela Rede Gazeta, em Vitória.>
Em fase de regulamentação — que deve ser concluída até o fim deste mês —, o programa é estruturado para estar alinhado às metas de redução de emissões de gases de efeito estuda (GEE) dentro do Plano Estadual de Descarbonização, de forma a fortalecer a industrialização sustentável da economia no Estado.>
“Estamos na estruturação do regulamento do fundo, com regras que vão durar dez anos. Estamos próximos de deixar tudo pronto para 2026. As empresas interessadas já podem procurar o Bandes, sejam de pequeno, médio ou grande porte”, explica Saintive.>
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Segundo o diretor-presidente do Bandes, o recurso terá taxa específica para cada projeto, o que permitirá a habilitação dos trabalhos ligados à transição energética pelas empresas capixabas a longo prazo.>
O tema da descarbonização se conecta com o avanço da produção industrial no Espírito Santo. Dados do governo mostram que, neste ano, foi registrado um aumento de 17,4% nos indicadores de crescimento da indústria, o que reforça a necessidade de alinhamento às metas de descarbonização. >
“A relevância do setor industrial para a economia capixaba deixa claro que, mais do que nunca, será essencial investir em medidas de transição energética capazes de conciliar crescimento com sustentabilidade. Nesse sentido, o Bandes, em parceria com o Observatório da Findes, mapeou o interesse das empresas: 80% das indústrias consultadas demonstraram grande disposição para adotar medidas de descarbonização; 90% já apresentam maturidade em eficiência energética e gestão de resíduos; e 56% têm investimentos previstos, reforçando o compromisso com a agenda verde”, divulga o governo capixaba.>
Ligado a isso, Marcelo Saintive afirma que poucos estados brasileiros têm a capacidade de colocar R$ 500 milhões em um fundo visando ações de descarbonização. “Os demais Estados brasileiros não têm essa capacidade dada a gestão fiscal que diverge da feita no Espírito Santo há 14 anos”, avalia.>
Ainda segundo Marcelo, os impactos reais das iniciativas em solo capixaba serão medidos por indicadores de desempenho, com informações anuais prestadas pelas empresas ao Banco BTG (gestor do fundo) e ao governo do Estado.>
“As mudanças climáticas estão por aí e precisamos enfrentar isso com linhas de crédito que o Bandes já tem, mas também com estruturação do Fundo de Descarbonização, que vai poder viabilizar vários projetos de hidrogênio verde, biometano e eletrificação dos transportes”, exemplifica o gestor.>
Os projetos relacionados ao Fundo de Descarbonização do Espírito Santo serão levados pelo governo do Estado à 30ª Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém, no Pará. O evento começa na próxima segunda-feira (10) reunindo líderes de outras unidades federativas e representantes de diversos países.>
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