"Prefiro que meu filho perca um ano do que a vida", diz leitora sobre aulas

Presidente encomendou ao candidato ao MEC um plano para retorno das escolas, após Câmara dos Deputados apontar omissões do governo federal na educação

Publicado em 24/06/2020 às 10h02
Alunos em sala de aula
Salas de aula precisarão de protocolos sanitários rígidos. Crédito: Joel Silva/ Folhapress

Ministério da Educação continua sem comando, mas o presidente Jair Bolsonaro já tem uma missão para quem for assumir o cargo: elaborar um plano de retomada das aulas para o pós-pandemia do novo coronavírus. Em reunião na terça-feira (23) com Renato Feder, nome mais cotado para o posto, o presidente adiantou a tarefa. 

O pedido ocorreu após uma comissão da Câmara dos Deputados apontar "omissões" e ausência de políticas públicas para tentar reduzir o impacto da crise na vida de estudantes. O caso aconteceu ainda na gestão de Abraham Weintraub, que deixou o governo na semana passada.

Após o encontro no Planalto, Feder disse que Bolsonaro quer saber como o MEC vai auxiliar Estados e municípios na retomada das aulas. "Na visão do presidente, é esse tipo de debate que o MEC deveria ter. Qual o retorno que minimiza os riscos de vida à saúde dos estudantes. Como os países desenvolvidos estão retornando, que tipo de protocolo as escolas devem adotar. Este tipo de discussão o MEC deve encabeçar na opinião do presidente", disse o atual secretário de Educação do Paraná.

A possibilidade de retorno às aulas não agradou aos leitores. A maioria considera a retomada arriscada, uma vez que o país ainda não tem tem previsão de  quando terá passado  o pico da doença. Os protocolos sanitários necessários para evitar a contaminação nas salas de aula também seriam complicados, apontam. Confira alguns comentários:

É sério? Países onde a pandemia está controlada, ou quase controlada, aulas nem pensar. E aqui, em que estamos chegando no pico, querem voltar às aulas? Tem UTI para todos os que necessitarem? Na semana passada morreu uma pessoa na porta do hospital com uma espera de 2 horas com falta de ar... falta de atendimento, falta de pessoal, falta de técnicos e querem voltar às aulas? Deve ser piada! E das bem ruins! (Silnara Carlos Sofia)

Até que enfim a Câmara dos Deputados tomou uma posição de cobrar o governo federal alguma ação com relação ao ano escolar, 100 dias depois da quarentena. O ex-ministro da Educação estava fazendo o que no cargo que nem a data da prova do Enem ele mudou? Precisou o Congresso fazer, e tem gente que defende. Bolsonaro tem que trabalhar, os ministros a mesma coisa. Já deveriam ter cuidado disso em março, poderiam ter criado uma plataforma digital para oferecer videoaulas igual foi no mundo todo, dar condições aos alunos de baixa renda de ter um tablet e internet gratuita, ou transmitir pela TV aberta. Então cadê a ação? Agora querem expor nossos filhos a essa praga viral sem vacina? (Emanuele Vassoler)

Os meus filhos não voltam. Tenho amor pela vida deles, pela minha, do meu esposo e da minha mãe… O ano perdido se recupera, agora da morte se recupera como? (Nayla Coser dos Santos)

Escola? Ainda não tem vacina pra esse vírus, cada dia que passa mais pessoas sendo contaminadas e até morrendo… se os adultos estão se contaminando, imagine as crianças que não tem juízo. Prefiro que meu filho perca um ano do que a vida. Muita irresponsabilidade pensar em colocar as crianças em perigo. (Hyngrid Callegari)

Rapaz, o povo não quer o retorno das aulas, não quer o retorno do comércio, o povo não quer nada. Fico pensando se o presidente fosse a favor dessas medidas. O povo ia querer a volta às aulas, volta do comércio etc. Enquanto os outros países estão voltando à sua rotina normal… (Luiz Augusto Gomes Santos)

Salas superlotadas, sem material de limpeza necessário, alunos utilizando transporte público lotado... Excelente ideia, né? (Lorena Gonzaga)

Se não controlou nem os casos de covid, quer fazer plano de volta às aulas? Mande sua filha! (Ingrid Porto Nascimento)

Tenho uma sugestão: diminuir o número de aluno por sala, material didático e de limpeza na medida certa, 2 ou 3 aulas presenciais, fornecimento de tablets e internet de qualidade para os alunos carentes. (Aparecida França)

Trabalho em escola e tenho quase certeza que, assim que a escola abrir, no início ficará vazia, mas depois de uns dias ficará cheia de aluno. Vejo as crianças no supermercados com os pais, na praia, na rua soltando pipa, jogando futebol e até em festas. Então por que não mandariam pra escola? Eu não tenho intenção de mandar minhas filhas. (Rose Dutra)

Eu se fosse mãe me recusaria a enviar meu filho. Criança não entende que precisa ficar com máscara e que não pode compartilhar objetos. (Lorrany Otto)

É por isso ele pediu um plano. Um plano! (Junior Nunes)

Não existe plano para isso, cara. Acorda! (Michael Maycon)

Só se construir uma gaiola para cada aluno, caso contrário eles não vão manter o distanciamento que é necessário, principalmente os mais novos. (Tony Lemos)

O ministro de Educação deveria estar à frente desse planejamento, né? Mas o que fez? E agora a Educação está sem ministro, a saúde com um militar, estamos sem direção. Bolsonaro pediu um plano? Que coloque técnicos nas pastas (aliás, promessa de eleição) para que as coisas melhorem e aí sim se pense em um planejamento. (Jeany Martinelli)

Volta às aulas neste momento seria assinar atestado de morte para nós, professores, e para os alunos e demais funcionários. (Raquel Gagliardo)

Bolsonaro estuda retomada, não ordenou que volte amanhã. Professores deveriam dar graças a Deus, porque até agora são a única classe parada e recebendo, né? Saúde e segurança continuam suas lutas diárias. (Ricardo Mends)

A classe dos professores está parada? Tem certeza? Pois eu continuo recebendo sim, mas nunca trabalhei tanto como estou trabalhando agora. Aulas online, preparação de videoconferência, de atividades impressas para alunos que não tem acesso a internet, ligar para cada aluno e procurar saber por que ele não está fazendo atividade, simulado para preparar os alunos para o Enem, WhatsApp disponível o dia todo e aluno ligando para tirar dúvidas. Sem contar que a maioria das professoras são mães e têm que da conta de ensinar os filhos em casa também. Então, os professores podem até estarem em casa, mas pode ter certeza que não estamos parados. (Danielle Caiado)

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