Meia-entrada deve ser limitada ou extinta? Leitores opinam

A Agência Nacional do Cinema abriu uma consulta pública para discutir o fim da meia-entrada no mercado exibidor do país, e  Ministério da Economia defende a extinção do benefício

Publicado em 04/08/2020 às 14h01
Atualizado em 04/08/2020 às 14h01
Sala de cinema
Discussão sobre fim da meia-entrada está aberta até 13 de agosto. Crédito: Divulgação

A Agência Nacional do Cinema (Ancine) abriu uma consulta pública para discutir o fim da meia-entrada no mercado exibidor do país. A discussão está aberta para contribuições até 13 de agosto, mas o Ministério da Economia já defendeu a extinção de todas as regras que garantem o benefício.

Quase 80% de todos os ingressos de cinema vendidos no Brasil no ano passado tiveram preço de meia-entrada, segundo dados dos Sistema de Controle de Bilheteria (SCB), que compila  informações de mais de três mil salas em todo o país desde 2017. 

Dados do SCB revelam que no Espírito Santo cerca de 81,6% dos ingressos vendidos pelas redes de cinema são na categoria meia-entrada (por lei, promoção ou cortesia). Índice que é ainda maior em alguns cinemas, como no Cine Jardins, em Jardim da Penha, na Capital. Por lá, a média de venda de meias-entradas por sessão é de 95%, segundo Talmon Fonseca Junior, administrador do espaço.

"Nós usamos a meia-entrada como chamariz para o público. Temos meia para quem é de determinados planos de saúde, advogados, jornalistas, estudantes, músicos, professores... Vários grupos. E o cinema, para se custear, não é só bilheteria. Então não é o preço do ingresso que vai mudar isso", avalia.

A probabilidade de que a meia-entrada seja extinta no Brasil levantou debate entre os leitores de A Gazeta. Muitos apontam o risco de as classes mais pobres deixem de ir aos cinemas, enquanto outros apontam que o abuso na concessão do benefício pode fazer com que o valor dos ingressos baixe. Confira alguns comentários:

Nunca vi na história do nosso país tantas perdas de direitos. A cultura está cada vez mais voltada a uma classe fragmentada. Retrocesso! (Almerinda Mendes Bassete) 

Um país que odeia a cultura. E odeia que os mais pobres tenham acesso a ela. (Franci Sodré)

Não existe meia-entrada. O que existe é alguém pagando para você ir ao cinema. A legislação não pode alterar os custos do produtor. Se o governo obrigá-lo a cobrar meio ingresso de uma pessoa, ele aumentará o preço base do ingresso para minimizar a perda de receita. Todos os outros pagantes arcarão com o custo. (Bruno Falce)

Sério que tem gente inocente achando realmente que o preço vai diminuir sem a meia-entrada? (Diego Henrique)

Podem me xingar a vontade, mas na prática a meia-entrada só fez o valor da inteira aumentar. É igual aquele mesmo esquema: não existe almoço grátis. Alguém está sempre pagando. (Kaio Alves)

E você realmente acha que com o fim da meia-entrada os ingressos vão cair de preço? Hahaha. Vide a história que ouvimos quando houve o fim da obrigatoriedade de bagagem nas passagens aéreas... Mesmíssima história. (Guilherme S. Manso)

O valor do ingresso é a meia-entrada! Produtores de eventos calculam seus custos e lucros com o valor de meia entrada supondo que todos pagarão esta modalidade. Quem paga inteira é lucro extra. Além disso, quando você entra no sites de vendas de ingresso, além da meia-entrada para estudantes e idosos, também há esse “benefício” para portadores do cartão Mastercard, Vivo Valoriza, jornalista, doadores de sangue, professor da rede pública etc. etc. etc... ou seja, só paga inteira quem quiser… (Caio Abreu Marques)

Como era: meia-entrada = metade do dobro, inteira = trouxa que não tem carteirinha de estudante. Como vai ser: todo mundo paga metade do dobro. (João Lage)

O povo que não vai a cinema, não vai a teatro, não vai a show comemorando o possível fim da meia-entrada! Se aprovado mesmo, basta o povo boicotar todos os artistas que foram a Brasília pedir o fim do direito. Basta dizer não aos interesseiros de plantão, pois artista depende do público, e muitas vezes a meia-entrada é uma forma de atrair o público. (Carlos Henrique Felberg)

O país com mais 14 milhões de desempregados, mais 94 mil mortes por coronavírus, e o governo preocupado com a meia-entrada nos espaços culturais. Que falta fazem os debates sobre projetos de governo para geração de emprego e renda, políticas públicas voltada para população mais vulnerável. (Adriano Sacramento)

Lembram dos cantores sertanejo declarando apoio ao governo… a conta está chegando. (André Abreu)

Governo das trevas! Há que ser muito burro ou má pessoa para seguir apoiando esse governo. Triste país! (Antônio Vitor)

Governo dos ricos. Os pobres que se lasquem. Triste realidade! (Jislainy Araujo)

Esse negócio de meia-entrada acabou muitos anos atrás, ninguém percebeu até hoje que preços praticados são sempre dobrados para compensar o valor da falsa meia-entrada? (Max Machado)

Esse governo só pensa em beneficiar o empresário. (Sonia Maria Ravani)

Os que mais vão se ferrar são os donos de cinema, porque sem dúvida o povo já não ia no mundo pós-covid pelo medo, agora não vai por causa do preço. (Jean Lucas)

Pode ter certeza que os donos de cinema vão se adequar e todos pagarão igual, só que menos. Acho justo. Esse negócio de meia nunca existiu, o que existe é alguém pagando dobrado por causa da meia! Chega disso, cada um que pague sua conta! (Maza F. Fiorete)

O governo vai acabar com o cinema do país. Parabéns aos incompetentes à frente do governo. Eu sou um fã do cinema, agora vou ter que pagar o dobro para assistir às grandes estreias. Meia-entrada é um direito do povo. (Jorge Junior)

Agora é que a população menos assistida ficará de fora. (Camila Sampaio)

Ainda estão em busca do tão sonhado “almoço de graça”. Tadinhos... quando souberem fazer a própria conta de casa um dia talvez entenderão. (Andrew Paganini Riguette)

Quantas carteirinhas falsas não vão mais serem usadas! Pena que outros que mereciam não tem mais direito. (Diellem Del Brito Candido)

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