Quando você deve levar seu filho ao pronto-socorro?
Na grande maioria das vezes sabemos identificar quando a situação é realmente séria. Mas há casos em que é bem difícil reconhecer um caso de urgência
Publicado em 7 de janeiro de 2022 às 11:24
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Pronto-Socorro Infantil do Hospital Santa Rita: atendimento é feito por pediatras qualificados e abrange exclusivamente crianças e adolescentes com até 17 anos. (Hospital Santa Rita/Divulgação)
Criança se machuca, chora, tem febre, dores e queixas gerais relacionadas ao seu estado de saúde. Na grande maioria das vezes sabemos identificar quando a situação é realmente séria. Mas há casos em que é bem difícil reconhecer um caso de urgência.
Tomar decisões imediatas que dizem respeito ao bem-estar de seu filho pode ser assustador. E antes de se deslocar até o pronto-socorro, uma simples dúvida pode ser resolvida entrando em contato com o pediatra da criança.
A médica Rayana Costa Binda, coordenadora da Pediatria do Hospital Santa Rita, reforça que, exceto em casos de emergência, o responsável pela criança deve, sempre que possível, tentar contato com o pediatra de confiança antes de buscar atendimento no pronto-socorro. Isso porque, mesmo que a indicação seja ir ao hospital, o médico do seu filho poderá fornecer orientações valiosas para você agir até a chegada à emergência médica, inclusive orientando qual hospital procurar.
A pediatra ressalta que, muitas vezes, um contato da família com o médico da criança poderá evitar um deslocamento desnecessário ao pronto-socorro.
Abaixo, listamos quadros clínicos que requerem avaliação médica emergencial e não-emergencial. No caso de sintomas não-emergenciais, a família pode levar a criança para ser avaliada em um consultório médico.
Febre com menos de 72h de evolução nos casos em que, quando sem febre, a criança encontra-se ativa e com o comportamento próximo de seu habitual. No momento da febre, é esperado que ela fique um pouco mais prostrada.
Quadros respiratórios em que a criança não apresente dificuldades para respirar e que esteja em bom estado geral.
Quadros dermatológicos leves e/ou crônicos.
Quadros de cefaleia (dor de cabeça) em que a dor da criança é leve (melhora com remédios comuns) e não apresenta outros sintomas associados.
Quadros de dor abdominal recorrente, que não deixam a criança muito prostrada, melhoram com remédios comuns e sem outros sintomas associados.
Quadros ortopédicos recorrentes ou crônicos, como dor em membros que não precisem de remédio para melhorar e que não atrapalhem os movimentos da criança.
Dificuldade de alimentação sem associação com quadros agudos de febre, dor abdominal, vômitos ou cefaleia. É importante ressaltar que, quando doente, o apetite da criança diminui bastante, devendo ser priorizada a oferta de água e outros líquidos naturais.
Sintomas comuns no recém-nascido, como cólica, refluxo, dificuldade para evacuar. A imunidade deles é muito baixa, devendo ser priorizado o contato com o pediatra de confiança e, dentro do possível, evitar a exposição que o pronto-socorro traz.
Corpo estranho em ouvido ou ingestão de corpo estranho pequeno (exceto pilha, bateria e objetos pontiagudos) que não estejam causando desconforto na criança.
SINTOMAS EMERGENCIAIS
Quedas com trauma na cabeça que envolvam alteração do nível de consciência, comportamento fora do habitual, desmaios, vômitos, ou outros sinais que preocupem.
Traumas com sangramento de difícil controle, aparente necessidade de sutura (pontos), dificuldade de movimentar os membros ou desalinhamento de membros e/ou da coluna.
Mordidas de cães, gatos ou outros animais, principalmente com lesões extensas e profundas ou se o animal não for do convívio ou de algum conhecido da criança.
Quadro febril com mais de 72h de duração ou associado a tremores, palidez e/ou presença de cianose (coloração arroxeada do lábio ou das extremidades). Também é orientada a avaliação cuidadosa de febre nos menores de 3 meses de idade.
Quadro respiratório associado a desconforto e/ou esforço respiratório.
Manchas vermelhas/escarlates/violáceas pelo corpo.
Convulsões e/ou alterações no nível de consciência.
Reações alérgicas moderadas e graves, principalmente se houver associação com placas edemaciadas (inchadas) pelo corpo, rouquidão, dificuldade respiratória ou vômitos.
Vômitos e quadros de dor de difícil controle (que não melhoram com remédios prescritos pelo pediatra da criança), associados ou não à febre.
Intoxicação medicamentosa, ingestão de plantas desconhecidas ou de substância ilícitas.
Recém-nascido com febre, hipoativo, com evacuações pálidas e esbranquiçadas, fazendo pouco xixi (ou xixi muito concentrado) ou aqueles que estiverem hipoativos (não reagem direito e não têm força para sugar).
Edema (inchaço) e hiperemia (vermelhidão) nas pálpebras, nos lábios e/ou nas articulações, com aumento da temperatura local.
Vômitos, evacuações e/ou urina com presença de sangue.
Dor abdominal intensa, que deixam a criança incapacitada e/ou que não melhoram com remédios comuns de dor.
Corpo estranho em nariz ou ingestão de objetos pontiagudos, pilhas, baterias ou qualquer outro objeto que esteja causando desconforto respiratório ou abdominal para a criança.
DIFERENÇA DO PRONTO-SOCORRO INFANTIL PARA O PRONTO-SOCORRO GERAL
No Pronto-Socorro Infantil do Santa Rita o paciente coleta exames laboratoriais, além de exames de raio x, ressonância, tomografia e ultrassonografia. (Hospital Santa Rita/Divulgação)
O Pronto-Socorro Infantil é um espaço físico que possui ambientação adequada para prestar atendimento aos pequenos. Nele o atendimento é feito por pediatras qualificados e abrange exclusivamente crianças e adolescentes com até 17 anos.
A equipe de enfermagem é treinada especialmente para a assistência a esse público, priorizando sempre um atendimento mais carinhoso, lúdico e acolhedor, de forma que a criança fique à vontade no local.
No Pronto-Socorro Infantil do Santa Rita o paciente também conta com coleta de exames laboratoriais, além de exames de raio x, ressonância, tomografia e ultrassonografia 24h, e leitos para internação.