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Senadores do ES gastam 49% a menos com cota parlamentar em meio à pandemia

Senadores do ES gastam 49% a menos com cota parlamentar em meio à pandemia

Principal gasto em 2019, o custo com passagens aéreas teve queda significativa. Já gasto com aluguel de escritórios cresceu em 2020

Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 02:00- Atualizado há 3 anos

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Senadores capixabas: Fabiano Contarato, Rose de Freitas e Marcos do Val
Senadores capixabas: Fabiano Contarato, Rose de Freitas e Marcos do Val. (Agência Senado)
Rafael Silva
Repórter de Política / [email protected]

A bancada capixaba no Senado reduziu quase pela metade o montante gasto em 2020. Dos R$ 569,5 mil utilizados em 2019 da cota parlamentar – usada para pagar passagens aéreas, aluguéis de veículos e imóveis, segurança, alimentação e outros itens para os senadores – os três representantes gastaram, no total, R$ 288,2 mil, uma redução de 49% em comparação com 2019.

Os dados são do portal da transparência do Senado. A Casa permite que os senadores do Espírito Santo utilizem até R$ 33.176 da cota parlamentar por mês, o que equivale a R$ 398.112 por ano para cada um deles. Uma despesa menor já era esperada por conta da suspensão, em março de 2020, da maior parte das atividades presenciais da Casa, que passou a fazer sessões a distância, para evitar o contágio pela Covid-19.

O senador Fabiano Contarato (Rede) teve o menor gasto entre os capixabas, ao pedir reembolso de uma despesa de R$ 60,3 mil. Nacionalmente, ele também está entre os que menos gastaram, em 74º em uma lista de 83 senadores que estiveram no Senado em 2020 (além dos 81 parlamentares, dois suplentes que tiveram alguns meses de mandato também constam na lista).

Em 2019, Contarato já tinha sido o que havia gastado menos, com uma despesa de R$ 65,2 mil. A redução foi de 7%, comparando-se os dois anos. O único gasto em que houve aumento nas contas do senador foi o de aluguel de imóveis, que saltou de R$ 3,8 mil para R$ 31,1 mil. De acordo com ele, a conta maior se justifica para a mudança de seu escritório para uma sala maior, com aluguel mais caro.

"Durante o ano de 2019, usei uma sala particular minha para o mandato. Em 2020, mudamos para uma sala maior, pagando aluguel. Ou seja, em 2019 não teve gasto com aluguel. O mandato se preocupa em usar de forma responsável os recursos públicos disponibilizados pelo Senado Federal", diz nota enviada pelo parlamentar.

A senadora Rose de Freitas (MDB) foi, entre os parlamentares do Espírito Santo, quem promoveu a maior redução, com um gasto 75% menor. Em 2019, ela tinha sido a campeã de despesas, com R$ 274,9 mil utilizados da cota parlamentar. Já em 2020, a senadora diminuiu para R$ 67,8 mil o pedido de reembolso ao Senado. A maior parte da economia foi em passagens aéreas, já que ela, que tem 72 anos e faz parte do grupo de risco para a Covid-19, recebeu a recomendação de participar das sessões por videoconferência.

Entre um ano e outro, a despesa com passagens saiu de R$ 130,1 mil para R$ 39,9 mil, uma redução de 69% nesse item. Foram o custo de bilhetes aéreos e o preço pago pelos aluguéis de escritórios de representação que compuseram a maior parte da cota de Rose de Freitas. Procurada pela reportagem para comentar os gastos, a senadora não se pronunciou.

Quem mais gastou em 2020 foi o senador Marcos do Val (Podemos), que teve uma despesa de R$ 160,1 mil no ano. Ainda assim, Do Val diminuiu em 30% suas despesas, em comparação com 2019, quando a cota utilizada por ele chegou a R$ 229,3 mil. O maior volume na conta do senador foi em aluguel de imóveis para escritório político, que custou R$ 104,3 mil. O maior “boleto” pago pelo senador, com recursos públicos, é de R$ 8 mil entre aluguel e condomínio de duas salas comerciais na Praia do Canto, em Vitória.

O custo para manter escritórios é o que mais pesa no total gasto pela bancada capixaba no Senado. Foi a única despesa que aumentou de 2019 para 2020. O valor passou de R$ 138,1 mil para R$ 154,9 mil no ano seguinte.

Por meio de nota, Do Val informou que a redução do custo se deu pelas reuniões remotas. Os funcionários do gabinete passaram a atuar em home office, devido à pandemia. Ele disse ter zelo pelo dinheiro público e que “o que é investido no exercício de seu mandato retorna em benfeitorias para o Espírito Santo”.

“Como senador, já trouxe aproximadamente R$ 86 milhões para o Estado, em recursos aplicados na Saúde, na Segurança Pública, na Educação e na Agricultura”, diz o texto.

A cota parlamentar é utilizada pelos senadores para custear despesas com aluguel de imóveis, materiais de consumo, locação de veículos, combustíveis, consultorias, serviços de segurança, passagens aéreas, alimentação e divulgação do trabalho dos senadores. No total, os 83 senadores que passaram pela Casa em 2020 gastaram R$ 17,3 milhões da cota parlamentar.

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