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Preso pela PF, vereador Armandinho Fontoura é levado para CDP de Viana

Preso pela PF, vereador Armandinho Fontoura é levado para CDP de Viana

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, o parlamentar de Vitória foi preso no âmbito das investigações sobre ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e milícias digitais

Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 20:27

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos)
Vereador de Vitória, Armandinho Fontoura (Podemos) foi levado para Centro de Detenção Provisória de Viana. (Câmara de Vitória)

Após ter a prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (15), o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos) se apresentou à Polícia Federal e, no início da noite, foi levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana 2.  

Armandinho foi eleito em agosto para presidir a Câmara Vitória a partir de janeiro de 2023. Ele teve a prisão requerida pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) no âmbito da petição 10.590, ligada aos inquéritos 4781 e 4874, que investigam abusos em ataques ao STF e financiamento de milícias digitais.

Segundo a decisão, Armandinho fez várias críticas a ministros do STF em redes sociais, incitando, por exemplo, que fosse colocado "limite nesses bandidos togados" e dizendo que "vai ter enfrentamento sim, constitucional, pra não deixar esses vagabundos que sequer foram eleitos governarem o nosso país".

O MPES também sustentou ao STF que é "facilmente verificada ligação" do vereador de Vitória com o portal "Folha do ES", site sediado em Cachoeiro de Itapemirim e que tem como proprietário Jackson Rangel, preso na megaoperação desta quinta-feira. Rangel é suspeito de publicar fake news no portal.

Preso pela PF, vereador Armandinho Fontoura é levado para CDP de Viana

Nota assinada pelo gabinete do vereador Armandinho Fontoura diz que "causa espanto o envolvimento do vereador na operação relacionada à investigação sobre atos antidemocráticos contra o resultado das eleições. O vereador não frequentou nenhuma manifestação antidemocrática, não incentivou a realização delas, tampouco as patrocinou. A própria imprensa nunca registrou nenhum tipo de ato semelhante".

A nota diz ainda que o "vereador não compreende porque suas opiniões, de cunho conservador e liberal, sejam motivo para uma operação que fere a liberdade de expressão - sobretudo enquanto representante da população no parlamento municipal" e que le está à disposição da Justiça para esclarecer todos os fatos. "Sua defesa técnica vai tomar todas as medidas jurídicas cabíveis", finaliza.

Já o advogado Rodrigo Horta, que faz a defesa de Armandinho, disse que busca acesso aos autos, "mas desde já afirma a inocência" do cliente. Ele ressaltou que o vereador se absteve, por conta própria, de realizar qualquer manifestação dirigida ao público, diretamente ou por redes sociais, após a ciência dos termos da decisão do ministro Alexandre Moraes, quando se dirigiu, imediatamente e de forma espontânea, à sede da Polícia Federal.

Outras três pessoas foram presas na operação além do vereador. O ministro decretou a prisão do jornalista Jackson Rangel Vieira, que já se encontra na Penitenciária de Segurança Média 1, e também do pastor Fabiano Oliveira e do radialista Max Pitangui, candidato a deputado estadual pelo PTB derrotado. Até o início da noite desta quinta-feira, a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) não havia registrado o ingresso dos dois últimos no sistema prisional. 

O pastor Fabiano Oliveira se manifestou em vídeo em frente ao 38° BI na manhã desta quinta-feira (15) após saber que tinha mandado de prisão em aberto contra ele. "Estou ciente de que não cometi nenhum crime e continuo com a mesma certeza de quem não vamos dar um só passo atrás até que o comunismo caia", afirmou no vídeo.

Max Pitangui disse ao G1 ES que agentes federais estiveram na casa da mãe dele no bairro Laranjeiras Velha e na casa dele em Lagoa de Carapebus, na Serra, na Grande Vitória, mas não o encontraram por que saiu cedo para caminhar.

O radialista considera ação equivocada. "Essa ação é um erro. Nunca participei de atos antidemocráticos, sou contra fecharem a rua, para mim isso é uma bandidagem. Nunca fiz post influenciando ninguém. Já fiz, sim, denúncias ao Conselho Nacional de Justiça e até a Polícia Federal contra a Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Espírito Santo, sobre nepotismo, altos salários e outras irregularidades. Essa é uma represália contra isso e não sobre atos que envolvam o candidato derrotado. Isso é um absurdo. A gente não pode se expressar no Brasil, não temos liberdade de imprensa e nem de expressão. Vou pedir exílio a Israel", declarou.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Jackson Rangel ou com o portal Folha do ES.

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