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Políticos do PSL no ES querem que clã Bolsonaro tome as rédeas do partido

Políticos do PSL no ES querem que clã Bolsonaro tome as rédeas do partido

PSL está em crise desde a última semana, dividido em duas alas: a do presidente da República, Jair Bolsonaro, e a do presidente nacional da sigla, Luciano Bivar

Publicado em 19 de outubro de 2019 às 07:45

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Deputada Soraya Manato (PSL) e o ex-deputado Carlos Manato, presidente do PSL no Espírito Santo. (Ludmila Azevedo )

A disputa partidária e o clima de tensão que envolvem o presidente Jair Bolsonaro e deputados do PSL aumentou de intensidade nesta última semana, especialmente nesta quinta (17) e sexta-feira (18), expondo os integrantes a situações de destituições, troca de farpas, e acusações de traição e ingratidão. No Espírito Santo, os políticos da legenda criticaram o nível de tensionamento ao qual o partido chegou e defendem que, neste conflito entre a ala bolsonarista e a do presidente nacional Luciano Bivar, o grupo de Bolsonaro deve tomar as rédeas da agremiação.

Presidente estadual do PSL e aliado de Bolsonaro desde os tempos da Câmara dos Deputados, o ex-deputado federal Carlos Manato avalia como desnecessária a briga por assinaturas para mudar o líder do PSL na Câmara, derrubando o Delegado Waldir, do grupo de Bivar, e trocando-o por Eduardo Bolsonaro. Ele atribuiu a situação ao fato de muitas pessoas terem sido eleitas pelo PSL sem nenhuma experiência política. Porém defende que é preciso ter alguém da família Bolsonaro na Executiva Nacional.

"A eleição para líder é em dezembro. Para que mudar isso agora, causar instabilidade? Também não temos que colocar lenha na fogueira, dizer que quem não assinou a lista é contra Bolsonaro. Mas eu concordo, sim, que seria adequado ter algum membro da família Bolsonaro na Executiva Nacional. Bolsonaro poderia ter mais influência, mas não de forma a se responsabilizar pelos atos do partido", afirmou.

Na "batalha das listas" da bancada do PSL na Câmara, que tem 53 deputados, a deputada federal Soraya Manato, mulher de Carlos, foi uma das que apoiou Delegado Waldir. Ela diz, no entanto, que mantém apoio incondicional à ala de Bolsonaro. "Acredito que essas disputas internas atrapalham o bom andamento dos trabalhos em prol do Brasil e comprometem o presidente que tem uma missão muito maior. Acredito que não tinha necessidade de o problema chegar onde chegou. Faltou diálogo e compreensão. Neste momento, o Brasil precisa do nosso trabalho e não de picuinhas que não levam a nada", comentou a deputada.

Carlos Manato complementou que espera que esta crise não culmine com a saída de Bolsonaro do partido, como foi especulado nos últimos dias. "Estou torcendo para ele não sair. Mas, se sair, quem ficar vai ter que continuar sendo leal a ele, sendo de direita, apoiando as pautas. Senão, tem que sair. Agora, é preciso pacificar. Tem que sentar, conversar. É como briga de marido e mulher, tem que acabar entre quatro paredes."

NO ESTADO

Entre os deputados estaduais do PSL também está mantido o apoio ao presidente Bolsonaro, mesmo com o racha. Para Capitão Assumção, é compreensível que a família Bolsonaro queira comandar o partido e trocar líderes no Congresso. "Acredito que cada um dos filhos tem que ter suas posições dentro do partido, são pessoas que detém cargos públicos eletivos. E essa questão da liderança  inclui confiança. Quanto ao Delegado Waldir, entendo que ele mesmo deveria pedir para se afastar do cargo, para apaziguar a situação na Câmara. Como o partido era muito pequeno, e de repente se tornou muito grande, vejo que precisa se estruturar melhor, se organizar, para evitar esse tipo de situação", pontua.

O deputado também considerou positivas as iniciativas de Bolsonaro quanto às contas do partido. "O presidente foi eleito no discurso anticorrupção. Se ele pede que o partido passe por auditoria, acho legal, é algo inédito. Para mim, até esta tensão é um ponto positivo, gerou debate. Só não é oportuno que fiquem discutindo 'com o fígado'. Minha atitude é de apoio ao presidente, até mesmo se ele sair do partido", afirmou.

Já o deputado Alexandre Quintino vê a crise com preocupação. "A situação está cada vez mais grave. Se o PSL não resolve essa crise o quanto antes, corre o risco de impactar seu maior objetivo, que é o de se fortalecer pelo país, com as eleições de 2020. Tenho esperança que isso seja um conflito de pensamento, e que termine da melhor forma", disse.

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