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PSL em pé de guerra: um resumo do dia de crise do partido

PSL em pé de guerra: um resumo do dia de crise do partido

A disputa interna pela liderança do PSL na Câmara dos Deputados aprofundou a crise da sigla do presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (17)

Publicado em 17 de outubro de 2019 às 22:10

Um áudio de Jair Bolsonaro falando da estratégia para destituir líder da Câmara vazou  Crédito: Antonio Cruz/ Agência Brasil

A guerra interna pela liderança do PSL na Câmara dos Deputados aprofundou a crise do partido do presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (17). Na verdade, a confusão começou ainda na noite de quarta-feira (16), quando deputados da sigla vararam a madrugada colhendo assinaturas para listas e as protocolando na Secretaria-Geral da Câmara.

Mas para entender a queda de braço primeiro é preciso lembrar que há um racha: de um lado, está o grupo que apoia Luciano Bivar, presidente do PSL no país. Do outro, a ala bolsonarista do partido.

Na noite de quarta, os deputados que estão com Bolsonaro apresentaram uma lista com 27 assinaturas para tentar mudar o líder do partido na Câmara, tirando Delegado Waldir e o substituindo por Eduardo Bolsonaro. No entato, a ala ligada a Bivar foi até o órgão com uma lista com 31 nomes apoiando Waldir, que, por fim, foi mantido no cargo.

Delegado Waldir, líder do PSL na Câmara, disse que vai "implodir" Bolsonaro Crédito: Agência Câmara

Pela manhã, na quinta-feira, um áudio vazado mostrou o presidente da República discutindo com um interlocutor não identificado uma estratégia para afastar o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir, para colocar o filho Eduardo no posto. A gravação teria sido feita na última quarta, em reunião com deputados no Palácio do Planalto. Sobre o áudio, Bolsonaro disse à imprensa: “Se alguém grampeou, é uma desonestidade”.

No início da tarde, Bolsonaro tirou a deputada Joice Hasselman da liderança do governo no Congresso porque ela assinou a lista pró-Waldir entregue à Secretaria-Geral da Câmara. Depois, a deputada falou em “ingratidão”, mas disse estar com “dever cumprido”. Ela foi substituída pelo senador novato Eduardo Gomes.

Depois, um segundo áudio vazado, desta vez de Delegado Waldir, mostra o deputado dizendo que vai “implodir” o presidente da República e o chamando de “vagabundo”. O encontro onde a fala foi gravada ocorreu no gabinete da liderança do PSL na Câmara, quando deputados relataram que estavam sendo pressionados por Bolsonaro a assinar uma lista para destituir o Waldir e apoiar Eduardo como líder da bancada na Câmara. O deputado Daniel da Silveira admitiu depois ter gravado a reunião com o objetivo de "blindar" Bolsonaro na guerra do PSL.

Eduardo Bolsonaro não é mais indicado à embaixada e Joice foi retirada de liderança no Congresso Crédito: Reprodução/Twitter

Após o vazamento da conversa, Delegado Waldir tentou colocar panos quentes na crise. Disse que não tem nada para ameaçar o presidente e que falou em "momento de emoção”.

À noite, o Planalto informou que a indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada em Washington (EUA) foi suspensa. A avaliação é que disputas do deputado com parlamentares o colocam longe de aprovação no Senado. Ainda na confusão, os filhos de Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro e Eduardo, foram destituídos dos comandos dos diretórios do PSL de Rio de Janeiro e de São Paulo, respectivamente.

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