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Mesmo com apelo de Bolsonaro, grupos mantêm ato no ES no domingo

Mesmo com apelo de Bolsonaro, grupos mantêm ato no ES no domingo

Presidente afirmou em pronunciamento e em transmissão ao vivo que atos previstos para o próximo domingo (15) deveriam ser repensados e sugeriu adiar. Pelo país, líderes de movimentos já anunciaram a suspensão das manifestações

Publicado em 12 de março de 2020 às 21:59

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Manifestação pró-governo Bolsonaro em 2019, na Terceira Ponte: novo ato marcado para domingo (15). (Marcelo Prest | Arquivo)

Os líderes dos movimentos que convocaram as manifestações pró-governo para domingo (15) no Espírito Santo afirmaram que irão manter a programação para os atos apesar de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter sugerido, nesta quinta-feira (12), que fossem cancelados.

A decisão é diferente da tomada nacionalmente, já que muitos grupos pelo país decidiram adiar os atos de rua e fazer mobilizações virtuais na internet por conta do temor com o coronavírus.

Na Grande Vitória, o protesto está sendo mobilizado para ocorrer onde tradicionalmente são feitos os atos da direita: com concentração na Praia da Costa, em Vila Velha, e passeata pela Terceira Ponte chegando até a Praça do Papa. O ato está marcado para 14 horas e deve ter pelo menos cinco trios elétricos, segundo os organizadores.

De acordo com Rômulo Lacerda, do movimento Ação Brasil, mesmo com a recomendação de Bolsonaro os atos irão acontecer. "Está mantido, porque não foi ele que convocou, não é um movimento político, é um movimento popular. Não tem nenhuma liderança à frente disso. Tentar vincular o coronavírus às aglomerações são tentativas de desmobilizar a população", afirmou. Ele acrescentou que "não há a possibilidade de recuo", pois os maiores riscos do coronavírus estão nos ambientes fechados.

O motivo da manifestação é dar apoio ao governo do presidente Bolsonaro. "Não somos contra instituições. Somos contra ações de alguns que estão ali, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que trabalham contra o desenvolvimento do país", disse Rômulo.

A coordenadora do Movimento Conservador do Espírito Santo, que também está à frente dos atos, Alexandra da Silva, reforçou que a manifestação está mantida, pois ela é espontânea e "do povo". "É totalmente independente, não é vinculada a partidos. Não tem porque cancelar. O carnaval aconteceu há poucos dias, e ninguém questionou. O Congresso não está deixando o presidente trabalhar. Queremos respeito, ele está sendo perseguido por não aceitar alguns acordos", afirmou.

Outros grupos que estão convocando as manifestações em Vila Velha e Vitória são o Direita Vila Velha, Mulheres de Direita e o Vitória da Ética.

SEGURANÇA

Os grupos pró-Bolsonaro comunicaram a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) sobre os atos e solicitaram reforço de policiamento para a realização da manifestação. A Polícia Militar informou que planejou um esquema de segurança com utilização das equipes da Força Tática, Cavalaria e Companhia de Missões Especiais (Cimesp).

Manifestação pró-Bolsonaro em 2018, na Terceira Ponte. (Rafael Silva)

"Ainda para o evento, será montado um gabinete de monitoramento que, junto a outros órgãos responsáveis pela Segurança Pública e concessionária responsável pela via, será avaliada a necessidade de interdição da Terceira Ponte durante o decorrer do protesto, de acordo com a quantidade de manifestantes presentes", disse a Sesp.

O QUE DISSE BOLSONARO

O presidente Jair Bolsonaro recomendou nesta quinta-feira o adiamento das manifestações marcadas para o próximo domingo, para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. "Como presidente da República, eu tenho que tomar uma posição. Se bem que o movimento não é meu. Uma das sugestões: suspender, adiar. Já foi dado um tremendo recado para o Parlamento", disse em sua transmissão ao vivo, apesar de ter afirmado, anteriormente, que o protesto não seria contra o Congresso.

A fala de Bolsonaro foi feita durante transmissão ao vivo em suas redes sociais, ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Os dois usavam máscaras, assim como a intérprete de libras do presidente.

Depois, no pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, voltou a afirmar que movimentos deveriam ser "repensados".

No último sábado, Bolsonaro convocou a população a participar dos protestos, mas ressaltou que não era um movimento contra o Congresso e nem contra o Judiciário.

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