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Publicado em 17 de março de 2021 às 12:28
- Atualizado há 5 anos
O clima esquentou entre os deputados estaduais Capitão Assumção (Patriota) e Bruno Lamas (PSB) na sessão da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (17). Oposição ferrenha ao governador Renato Casagrande (PSB), o militar se sentiu ofendido por parlamentares terem repudiado, em uma nota proposta por Lamas, a manifestação realizada por grupos bolsonaristas em frente à casa da mãe do governador, Anna Venturim Casagrande, de 88 anos, no último domingo (14). >
Visivelmente nervoso, Assumção usou a tribuna para questionar a declaração do governador de que os manifestantes proferiram ofensas em frente à casa da mãe do socialista, em Vitória. "O deputado (Bruno Lamas) pediu a nota de repúdio baseado numa representação teatral do governador, insinuando que manifestantes legítimos tinham se dirigido até sua casa e falado impropérios e não uma manifestação democrática caçando o governador que fechou tudo", discursou.>
Bruno Lamas rebateu e, aos gritos e com o dedo em riste, Assumção se aproximou do casagrandista. Um segurança acompanhou a movimentação de perto. "Quero sugerir ao senhor um tratamento psiquiátrico", provocou Lamas, sem levantar a voz. Tudo foi transmitido ao vivo, pela TV Assembleia.>
Assumção afirmou, em discurso, que não havia ninguém na casa da mãe do governador no momento da manifestação dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no último domingo. >
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"Tinha uma viatura que, se realmente o cara que está para ganhar o Oscar de melhor ator, que é o governador Renato Casagrande, que só faltou chorar no vídeo, se realmente tivesse acontecendo o que ele falou, aquela viatura de policiais militares honrados teria feito uma ocorrência", disse. O deputado chamou os colegas que repudiaram a ação de "hipócritas".>
Foi então que Bruno Lamas pediu um aparte na fala do próximo deputado inscrito para falar, o líder do governo na Casa, Dary Pagung (PSB), para defender a nota de repúdio ao ato. >
A mãe de Casagrande tem 88 anos e problemas de saúde. Os manifestantes estiveram em frente à casa em que o governador mora com a família e também em frente à casa da mãe dele. A Secretaria de Segurança Pública vai investigar se houve vazamento de informações por parte do setor de inteligência do próprio governo, como afirmou um dos manifestantes em vídeo publicado por Assumção.>
"Baixa o dedo que eu não tenho medo de você, não. Seu nome não foi citado, na nota não tem seu nome, está vestindo carapuça à toa", afirmou Lamas, para Assumção. "Quem tem que investigar isso é a Polícia Militar", complementou.>
Neste momento, Assumção chega perto de Lamas com gestos e gritos. Um segurança se aproxima dos dois. >
O deputado socialista continua: "O senhor faz oposição destrutiva, que aponta o dedo, que agride a deputada Iriny (Lopes, do PT) a todo momento. Quero sugerir ao senhor um tratamento psiquiátrico, que o senhor tenha calma, e um bom cardiologista. Ninguém aqui tem medo de grito, não, capitão. A sua farda não nos assusta. O que nós queremos é respeito ao contraditório, o que nós queremos é paz, sem grito, sem ameaças, sem vestir carapuça. Ninguém citou seu nome", afirmou.>
O militar, então, se afastou do colega, mas continuou gritando pelo plenário até que o vice-presidente da Casa, Marcelo Santos (Podemos), que presidia a sessão, se manifestou. >
"Solicito a nossa assessoria de segurança para que possa conter os ânimos. Essa é uma casa plural, cada um tem sua opinião, e o parlamento é isso. Mas não se pode perder o respeito, nem de uma parte e nem de outra. Estou aqui como presidente e não permitirei que a gente passe do limite e o limite é o respeito", finalizou.>
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