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Após protesto em frente à casa da mãe de Casagrande, Sesp investiga vazamento

Após protesto em frente à casa da mãe de Casagrande, Sesp investiga vazamento

Durante manifestação contra medidas para conter a Covid-19, apoiadores de Bolsonaro foram à porta da casa da mãe do governador do ES. Um deles afirmou que a localização foi fornecida pela equipe de inteligência do governo

Publicado em 16 de março de 2021 às 06:44- Atualizado há 3 anos

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Apoiadores do Governo Jair Bolsonaro fazem carreata na tarde de domingo
Os manifestantes foram para frente do prédio do governador Renato Casagrande. (Fernando Madeira)
Autor - Iara Diniz
Iara Diniz
Repórter de Política / [email protected]

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Espírito Santo (Sesp) está investigando se o serviço de inteligência da polícia vazou informações pessoais do governador Renato Casagrande (PSB) e da mãe dele para manifestantes que protestaram, neste domingo (14), contra as restrições impostas pelo governo estadual para conter a Covid-19. Os manifestantes apoiam o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que minimiza a doença.

De acordo com o grupo, que terminou o protesto na porta da casa da mãe do governador, Anna Venturim Casagrande, de 88 anos, em Vitória, a localização foi repassada pela "própria inteligência do governo". Apesar de iniciar a apuração, a Sesp não acredita que isso tenha ocorrido. 

"Acreditamos muito mais que foi uma fala genérica do que ter recebido de fato uma informação da inteligência", afirmou o secretário estadual de Segurança, Alexandre Ramalho. 

O QUE ACONTECEU 

Os manifestantes saíram de Vila Velha e também se concentraram na Praça do Papa, na Capital. Cerca de 200 veículos participam do ato, de acordo com a Polícia Militar. Com palavras de ordem, eles também criticaram a adoção do lockdown – o bloqueio total de uma região, o que não se restringe a apenas fechar estabelecimentos comerciais, por exemplo –, embora essa medida nunca tenha sido implementada no Espírito Santo.

Após deixarem a Praça do Papa, parte do grupo seguiu em direção ao bairro Bento Ferreira, onde Casagrande e a família possuem um apartamento. Em frente ao prédio, os manifestantes, entre eles o deputado estadual Capitão Assumção (Patriota), dirigiram críticas contra as medidas relacionadas à pandemia adotadas pela gestão estadual. A maioria não usava máscara, que é uma forma de diminuir o risco de propagação do novo coronavírus.

Uma carreata em favor do presidente Jair Bolsonaro percorreu as ruas de  Vila Velha e Vitória(Fernando Madeira )

Em seguida, eles foram para o Bairro República, onde mora Dona Anna, como é conhecida a mãe de Casagrande. No trajeto, um dos manifestantes, que estava em cima do trio elétrico, afirmou que o grupo sabia a localização do governador porque teria sido informado pelo serviço de inteligência do governo. Em vídeo, publicado nas redes sociais, ele diz:

"Nós tivemos a informação de que o governador fugiu para a casa da mãe no Bairro República [...] Ele deu tanto azar que a própria inteligência do governo passou a informação que ele veio pra cá."

Segundo o governo estadual, o serviço de inteligência ao qual o manifestante se refere no vídeo é o da polícia.

Apesar da afirmação do grupo, o secretário de Segurança Pública, Alexandre Ramalho, afirma que confia nos serviços de inteligência da Sesp e que não acredita que alguma informação tenha sido repassada.

Aspas de citação

O serviço de inteligência tem toda uma doutrina e rigidez, os policiais são escolhidos a dedo. Tenho confiança, pelo relevante serviço que prestam, que qualquer informação não foi compartilhada

Alexandre Ramalho
Coronel da PM e secretário de Estado da Segurança Pública
Aspas de citação

"A inteligência não faria esse tipo de papel e, ainda por cima, fornecendo uma informação pessoal do governador", avaliou Ramalho. 

O secretário, contudo, disse que o caso está sendo apurado para esclarecer qualquer dúvida. Até o momento, nenhum procedimento investigativo foi instaurado. O caso está sob a responsabilidade da Subsecretaria de Inteligência da Sesp.

"Confio no serviço de inteligência, mas diante da fala durante a manifestação, a subsecretaria de Inteligência está apurando para verificar se algo aconteceu e qual encaminhamento vai ser dado", complementou o secretário.

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