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Suspeito de matar enfermeira grávida no ES é preso

Suspeito de matar enfermeira grávida no ES é preso

Íris Rocha de Souza, de 30 anos, morava na Serra e foi achada morta a tiros, com o corpo coberto de cal, em uma estrada de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo

Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 13:53

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Cleilton Santana dos Santos suspeito de matar a enfermeira Íris Rocha
Cleilton Santana dos Santos, suspeito de matar a enfermeira Íris Rocha. (Redes sociais)
Júlia Afonso
Repórter / [email protected]
Mikaella Mozer
Repórter / [email protected]
Maria Fernanda Conti
[email protected]

O suspeito de assassinar a tiros a enfermeira Íris Rocha de Souza, de 30 anos, em Alfredo Chaves, foi preso na tarde desta quinta-feira (18). Cleilton Santana dos Santos, de 27 anos, era ex-namorado da vítima.

Ela estava grávida de oito meses e o corpo foi encontrado no dia 11 de janeiro, coberto de cal, em uma estrada de chão na região entre Matilde e São Bento de Urânia. Apesar de o crime ter ocorrido no Sul do Espírito Santo, a vítima morava na Serra. 

Cleilton foi levado para o Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), em Vitória, onde presta depoimento. 

O advogado Rafael Almeida, que representa o suspeito, alegou que ele o cliente seguiam para Alfredo Chaves, onde Cleilton se apresentaria às 14 horas. Durante o trajeto, porém, o carro em que os dois estavam foi abordado pela Polícia Civil no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Viana.

“Ele [Cleilton] estava levando um celular para entregar e a senha do cofre apreendido. Quando falei para os policiais que estava agendado, eles acalmaram, mas quando percebi, já tinham levado Cleilton para trazer para Vitória e me deixaram com a PRF”, disse.

Na DEHPP, a defesa também criticou a maneira como foi feita a abordagem.

“Por que não aguardar chegar na delegacia? Para quê me abordar no meio do caminho, com um monte de fuzil apontado para o meu carro? A PRF que nada sabia saiu correndo, com um monte de fuzil. Até explicar o que estava acontecendo, que estava agendado; ainda bem que a escrivã de Alfredo Chaves me atendeu e começou a explicar que o atendimento estava agendado”, afirmou.

Rafael Almeida, advogado do suspeito de matar enfermeira no ES
Rafael Almeida, advogado do suspeito de matar enfermeira no ES. (Carlos Alberto Silva)

A reportagem de A Gazeta procurou as polícias Civil e Rodoviária Federal sobre a abordagem realizada, que culminou na prisão do suspeito.

Ação conjunta

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), o homem foi preso em uma ação conduzida pela Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Alfredo Chaves. "As diligências que culminaram na prisão tiveram a participação de diversas delegacias da PCES, da Subsecretaria de Inteligência da Sesp e de outras instituições, que trabalharam em conjunto", completou a Sesp. 

Histórico de agressões

No dia 5 de outubro de 2023, Íris registrou um boletim de ocorrência relatando que havia sofrido agressão do então namorado, Cleilton, preso nesta quinta-feira. À época, eles estavam juntos havia cinco meses, e a enfermeira estava grávida de 15 semanas. Ela relatou que os dois estavam conversando quando o homem deu um golpe de "mata-leão". A vítima chegou a desmaiar. 

Quando recuperou os sentidos, ela estava com o nariz sangrando e tossindo. O próprio agressor teria dado banho na enfermeira, que depois foi trabalhar. Ao contar o que aconteceu para uma colega, Íris foi incentivada a registrar o boletim de ocorrência. Na ocasião, ela solicitou medida protetiva. 

O crime

Íris foi encontrada morta por um policial de folga em uma estrada rural. A vítima tinha duas perfurações no tórax. Consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar que a identificação foi difícil, já que ela estava coberta de cal – um material utilizado na construção civil. No local, foram encontradas cinco cápsulas de pistola calibre .40.

Apesar de ter sido encontrada no dia 11 de janeiro, uma quinta-feira, familiares só souberam do caso quatro dias depois, no dia 15, uma segunda-feira, quando foram reconhecer o corpo no Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim, também no Sul capixaba.

Íris Rocha de Souza, 30 anos, enfermeira grávida encontrada morta
Íris Rocha de Souza, 30 anos, enfermeira grávida encontrada morta. (Redes Sociais)

Quem era a enfermeira assassinada

A enfermeira fazia mestrado na área de Ciências Fisiológicas da Ufes, e atuava como pesquisadora no Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), na Capital. Conforme explicou a instituição, ela coordenava o estudo CV-Genes, que avalia o impacto do componente genético como fator de risco para doença cardiovascular aterosclerótica no Brasil.

Além da bebê que esperava, Íris deixou um filho de 8 anos. Durante o velório no Cemitério Jardim da Paz, na Serra, familiares contaram à TV Gazeta que a neném chegou a passar por autópsia e foi recolocada no ventre da mãe, para ser sepultada junto dela. 

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