Repórter / [email protected]
Publicado em 20 de outubro de 2022 às 21:14
"Se for para morrer, que seja como herói, trabalhando e honrando a farda." Essa era uma frase que o soldado da Polícia Militar Bruno Mayer Ferrani costumava dizer para a esposa, a dona de casa Lorrainy Souza, de 25 anos, que hoje chora a morte do marido junto às filhas de seis e três anos. >
O casal estava junto há 11 anos (um de namoro e 10 de casados). Mesmo em meio a dor, a dona de casa conversou com a reportagem de A Gazeta e contou um pouco da história de Ferrani, que morreu junto com outro colega de farda durante uma ocorrência em Cariacica no dia 16 de outubro. >
"Ele estava na polícia há sete anos, era um sonho. Ele não queria de jeito nenhum trabalhar internamente, queria trabalhar na rua e às vezes deixava até de comer para atender ocorrências. Tanto que nessa noite (da morte) eu fiz a janta em casa para ele buscar, e ele tinha esquecido do suco. Pedi para ele voltar para buscar, mas não conseguiu porque estava em uma ocorrência de Maria da Penha", contou Lorrainy. >
Além de trabalhar na polícia, ele ainda vendia roupas e outros acessórios para complementar a renda. "Era muito esforçado. A gente tem duas filhas, a mais velha com seis e a mais nova com três anos que é autista e dependia muito dele, e eu também, que não trabalhava porque precisava cuidar das minhas filhas", revelou a dona de casa.>
>
Lorrainy ainda disse que o casal pretendia oficializar a união no cartório no próximo dia 24, data em que iriam comemorar 11 anos de relacionamento. "Iríamos casar no cartório e fazer uma reunião mais familiar, já estava tudo quase pago", desabafou.>
Lorrainy Souza
Esposa do soldado Bruno Mayer FerraniA missa de sétimo dia de Ferrani vai acontecer no sábado (22), às 19h, no santuário Bom Pastor, em Campo Grande, Cariacica. >
"Bruno era parceiro, amigo, um ótimo pai. Era querido por todos, tanto que tem um monte de policial com atestado médico porque não tem psicológico para trabalhar", disse Lorrainy. >
Os soldados Bruno Mayer Ferrani e Paulo Eduardo Oliveira Celini foram mortos após uma perseguição a quatro suspeitos, que se iniciou na Rodovia Leste-Oeste e seguiu até o bairro Santa Bárbara, em Cariacica, no dia 16. >
Segundo as autoridades, eles foram alvo de tiros em uma emboscada. Os dois foram socorridos e encaminhados ao Hospital Meridional, em Cariacica, mas não resistiram aos ferimentos. >
Em menos de sete horas após o crime, o grupo suspeito de estar envolvido com as mortes foi preso. Foram detidos Eric da Silva Ferreira, de 45 anos, que dirigia o carro usado pelo grupo durante assalto e tentativa de fuga da polícia. No carona, estava Luana de Jesus Luz, de 26; no banco traseiro, estavam os namorados Eduardo Bonfim Meireles, de 40 anos, e Erica Lopes Ferreira, de 26 anos.>
Os enterros dos dois foi cercado de homenagens e muita emoção. Confira os registros:>
Policiais mortos em Cariacica: homenagens e sepultamentos
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta