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O que precisa ser esclarecido sobre a morte dos PMs em Cariacica

O que precisa ser esclarecido sobre a morte dos PMs em Cariacica

Soldados Celini e Ferrani foram mortos em emboscada no domingo (16), em Cariacica; saiba o que já foi divulgado e o que ainda falta ser esclarecido sobre o crime

Publicado em 17 de outubro de 2022 às 19:51

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Soldados Bruno Mayer e Paulo Eduardo Celin
Soldados Bruno Ferrani e Paulo Eduardo Celini foram mortos. (Wagnerbreciane_fotografia/Reprodução Rede social)

Uma ronda noturna de rotina terminou no assassinato de dois policiais militares na madrugada de domingo (16), em Cariacica. Os soldados Paulo Eduardo Oliveira Celini, de 29 anos, e Bruno Mayer Ferrani, de 30 anos, foram mortos após avistarem uma tentativa de assalto e entrarem em uma perseguição a quatro criminosos, que armaram uma emboscada e assassinaram os militares.

O inquérito policial está em andamento e A Gazeta separou alguns pontos que ainda faltam ser esclarecidos e outros para os quais já há respostas. Acompanhe abaixo:

O QUE JÁ FOI ESCLARECIDO

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    Apesar da informação inicial que a viatura teria sido "metralhada" pelos criminosos, a Sesp disse apenas um disparo atingiu o veículo dos PMs.

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    O veículo está em nome de um dos detidos — Eric da Silva Ferreira — e não constam registros de furto/roubo.

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    Por volta das 2h50 de domingo (16), os soldados Celini e Ferrani pediram reforço e disseram que estavam em acompanhamento a um veículo na rodovia Leste-Oeste. Às 3h04, o Ciodes foi acionado para o pedido de socorro. Poucos minutos depois, dois policiais foram em apoio e visualizaram a viatura dos militares abandonada, com as portas abertas e marcas de tiros na lataria. Eles avançaram no terreno e localizaram os dois soldados atingidos pelos tiros e com sinais vitais muito fracos. Um deles tentou reanimar os colegas. Enquanto esperavam o socorro, outras viaturas foram chegando ao local. Os policiais foram levados pelos colegas a um hospital particular de Cariacica. Às 4 horas, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi acionado sobre a morte dos militares.

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    O boletim de ocorrência narra que os militares foram encontrados do lado de fora, deitados em frente à viatura.

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    Foram encontradas, no interior de um motel de Cariacica, dentro da mochila que estava com Erica Lopes Ferreira, duas pistolas, sendo uma marca Glock, calibre .40, com brasão da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), carregado com 10 munições; e outra da marca Turca, calibre 9mm, numeração raspada, contendo um carregador municiado com 16 munições e equipada com kit rajada e mira laser. Além disso, no local também teria sido localizada mais uma pistola, calibre .40, carga da PMES, com um carregador municiado com seis munições.

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O QUE FALTA SER ESCLARECIDO

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    Em coletiva de imprensa realizada no domingo (16), a polícia confirmou, inicialmente, que aconteceu uma troca de tiros entre os criminosos e os policiais. Quando questionada pela reportagem nesta segunda-feira (17), no entanto, a assessoria da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) explicou que o inquérito ainda está em andamento, ainda não sendo possível esclarecer a dinâmica da ocorrência.

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    A Sesp disse que a quantidade de cápsulas está sendo apurada por meio do inquérito policial.

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    O inquérito policial ainda busca esclarecer quais armas foram usadas para matar os policiais. O que se sabe é que uma pistola da marca Turca, calibre 9mm, numeração raspada, contendo um carregador com 16 munições, equipada com kit rajada e mira laser, foi encontrada com a detida Erica Lopes Ferreira, de 26 anos.

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    Segundo a Sesp, caberá ao inquérito apontar onde cada um dos policiais assassinados estava no momento da ação.

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    Sobre esse questionamento, a Sesp respondeu que o inquérito policial está em andamento dentro do prazo processual legal, mas não forneceu uma data para a finalização desse trabalho.

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Enterro Celini
Sepultamento do soldado Celini. (Fernando Madeira)

ENTENDA

Os policiais militares Paulo Eduardo Oliveira Celini, de 29 anos, e Bruno Mayer Ferrani, de 30, realizavam uma ronda noturna em Cariacica, nos entornos da rodovia Leste-Oeste.

Durante o serviço, por volta das 3 horas da madrugada, os soldados teriam avistado uma tentativa de assalto.

Dois dos quatro suspeitos, que estavam em um Fox branco, teriam saído do carro e tentado abordar os ocupantes de um Fiat Argo. Nesse momento, os assaltantes foram surpreendidos pela chegada dos policiais, que ligaram suas sirenes e o giroflex.

O carro era dirigido por Eric da Silva Ferreira, de 45 anos. No carona, estava Luana de Jesus Luz, de 26; no banco traseiro, estavam os namorados Eduardo Bonfim Meireles, de 40 anos, e Erica Lopes Ferreira, de 26 anos.

Três pessoas estavam em um Fiat Argo quando o assalto foi anunciado. Os suspeitos deram coronhadas nas vítimas, entre elas uma grávida.

Os bandidos pegavam celular, pulseira e cordão de uma das vítimas quando viram o carro da polícia se aproximando. Durante a abordagem dos bandidos, um dos suspeitos fez um disparo de arma de fogo em direção ao carro e atingiu uma das vítimas de raspão.

A mãe do motorista do carro assaltado disse que um dos criminosos daria outro tiro no filho, mas a aproximação da polícia inibiu os assaltantes.

Ainda não se sabe qual tipo de arma foi utilizada na tentativa de roubo. De acordo com uma das vítimas, uma assaltante, que pertencia ao grupo criminoso, portava uma arma calibre 12. A suspeita da polícia é que essa mulher seja a Erica.

Assim que avistaram a tentativa de assalto, os PMs deram início à perseguição e solicitaram reforços à corporação. O veículo branco com os quatro suspeitos foi perseguido até o bairro Santa Bárbara. No local, os policiais ligaram novamente as sirenes da viatura, segundo a versão da polícia.

Eric, Érica, Eduardo e Luana foram presos suspeitos de fazer emboscada para assassinar os soldados  Paulo Eduardo Oliveira Celini e Bruno Mayer
Eric, Érica, Eduardo e Luana foram presos suspeitos de fazer emboscada para assassinar os soldados Celini e Ferrani. (Montagem A Gazeta / Foto do leitor)

EMBOSCADA

Na Rua Manoel Freire, ainda em Santa Bárbara, os bandidos encostaram o Fox branco. Eduardo e Érica se esconderam atrás de um caminhão para uma emboscada, segundo a polícia. Eric e Luana continuaram dentro do veículo, nos bancos da frente, de acordo com as autoridades.

Quando a viatura alcançou os suspeitos de assalto, os policiais desceram do veículo para realizar a abordagem do motorista e da carona.

Conforme fala do comandante do 7º Batalhão da Polícia Militar, o tenente-coronel Paulo Roberto Schulz Barbosa, foi nessa hora que os suspeitos escondidos atiraram contra os soldados. Um foi atingido por um tiro no rosto e o outro na região da axila esquerda.

Após atirar contra os soldados, Eduardo e Erica embarcaram novamente no Fox e fugiram com os outros dois que já estavam dentro do veículo.

Algumas horas após a fuga, a PM encontrou o Fox branco utilizado pelo grupo abandonado nos entornos de Castelo Branco. Ainda no bairro, um policial militar teria visto um casal caminhando nas proximidades, em atitude suspeita. O homem e a mulher foram identificados como Eric da Silva Ferreira e Luana de Jesus Luz. Motorista e carona, respectivamente. Após serem abordados, ambos confessaram a participação no crime.

Em seguida, a partir de investigações das polícias Civil e Militar, os outros dois participantes foram identificados e localizados em um motel, em Cariacica.

Eduardo Bonfim Meireles comemorava o aniversário de 40 anos no domingo (16). Ele é namorado de Erica Lopes Ferreira, e ambos têm ficha criminal com homicídios e assaltos à mão armada, segundo a polícia.

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