Repórter / mmferreira@redegazeta.com.br
Publicado em 10 de abril de 2025 às 19:48
A morte do motorista Cláudio Bernardo da Silva, de 58 anos, encontrado enterrado no dia 19 de março, na praia da Barra do Jucu, limite com o bairro Praia dos Recifes, em Vila Velha, envolve uma trama de briga familiar. Há anos, os enteados da vítima, de 31 e 36 anos, tinham desavenças com ele por causa de dinheiro. Foi por esse motivo que os dois assassinaram Cláudio, segundo a Polícia Civil.
O crime aconteceu no dia 4 de março dentro da casa de praia da família, em Praia Grande, Fundão, onde eles passavam o feriado de carnaval. O suspeito Pablo dos Santos Malaquias, 31, foi preso no mesmo dia, após ser encontrado dentro do carro de Cláudio. Já o irmão dele, Tiago dos Santos Malaquias, 36, foi preso dias depois do crime, em 12 de abril. De acordo com a Polícia Civil, ele foi encontrado, após denúncias, no bairro Praia dos Recifes, Vila Velha, a poucos metros do local em que enterrou a vítima.
De acordo com a polícia, Tiago ameaçava a mãe. Ele era usuário de drogas, queria sempre dinheiro e coagia a mãe. Pablo também entrava nas brigas. A vítima sempre intervinha, discordando da forma como os filhos tratavam a esposa dele. Cláudio, inclusive, havia expulsado os dois de casa.
Conforme a corporação, Tiago ainda acreditava que a mãe e Cláudio haviam roubado parte da herança dele, após o pai dele morrer. Porém, segundo as investigações, o dinheiro já tinha sido dividido em partes iguais,, e Tiago havia gastado tudo em drogas. A PC contou que os dois têm passagens pela polícia por posse de arma, latrocínio, agressão contra mulher e homicídio. Pablo, antes de ser preso, estava foragido do sistema prisional.
Às 23h do dia 3 de março, Cláudio levou a esposa para trabalhar no asilo em Praia Grande. Ao voltar para casa, ficou com alguns parentes que curtiram o dia de feriado com o casal. Uma hora depois, já no dia 4, o motorista, junto de Pablo, levou o grupo para a residência onde estavam ficando, a 100 metros da casa de Cláudio. Ao voltar para a residência, ele foi morto pelos dois.
Depois de assassinarem o padrasto, Tiago e Pablo colocaram o corpo no porta-malas do carro de Cláudio. A dupla dirigiu até Guarapari, mas não encontrou um local para desova. Eles, então, retornaram para Barra do Jucu, em Vila Velha, onde enterraram a vítima em um cova funda. “Foi complicado até para a equipe de cães encontrar. O local fica na Região 5, onde os dois já comandaram o tráfico quando mais novos. Os dois, depois do crime, esconderam o carro em Fundão”, frisou a PC.
A mãe dos dois chegou em casa após o trabalho, no dia 5 de março, e não encontrou o marido. Ela questionou os filhos, que afirmaram não terem conhecimento sobre onde estaria o padrasto. A mulher, então, registrou o boletim de ocorrência sobre o desaparecimento, já que ele não estava em Vila Velha, onde a família mora, nem em Fundão. Ao montar uma barreira para monitoramento, a polícia identificou o carro sendo dirigido por Pablo. No veículo havia manchas de sangue.
A causa da morte ainda é indeterminada. Como se passaram 15 dias entre o assassinato e a localização do corpo, não foi possível definir. A Polícia Científica afirma que não foi por tiro. O que se sabe é que as mãos e pernas de Cláudio estavam amarradas, e no pescoço também havia um pano amarrado. O sangue de Cláudio estava no carro e na casa.
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