Repórter / vzagoto@redegazeta.com.br
Publicado em 5 de fevereiro de 2025 às 14:30
Policiais militares do Espírito Santo começarão a usar câmeras nas fardas (bodycams) em atividades nas ruas até o fim de fevereiro de 2025, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Neste primeiro momento, serão utilizados 200 equipamentos.
A quantidade de policiais que sairão às ruas com as câmeras não está definida, uma vez que depende dos turnos dos agentes e do recarregamento da bateria, que não dura 24 horas. O prazo anterior para a implantação dos aparelhos era o fim de 2024, mas, segundo o governo capixaba, foi necessário realizar mais testes, o que levou o início da utilização dos equipamentos para o primeiro semestre deste ano.
De acordo com a Sesp, esses testes têm sido feitos internamente em duas unidades da Polícia Militar: BPTran e 12ª Companhia Independente, localizada em Jardim Camburi, Vitória. O objetivo desses treinamentos é determinar a melhor forma de uso e aprimoramento da tecnologia, visando a uma expansão futura, com previsão de contratação de mais aparelhos ainda em 2025.
Ainda segundo a pasta, estão sendo finalizados os protocolos padrão para o uso dos equipamentos. A Polícia Científica, por exemplo, conduz um estudo que vai definir como será realizada a análise pericial das imagens para fins de instrução criminal.
Para coordenar a implantação das bodycams, a Sesp montou um grupo de trabalho com um cronograma com atividades técnicas e construção de protocolos a partir de uma portaria emitida pelo governo do Estado. As atividades desempenhadas são acompanhadas pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES).
A Sesp afirma que esses estudos prévios são extremamente importantes, pois avaliam a interoperabilidade das câmeras com os sistemas do Ciodes e das bases operacionais das forças de segurança que utilizarão os equipamentos, bem como com o ecossistema tecnológico atual, que inclui comunicação via rádio, recursos de vídeo, reconhecimento facial, entre outros.
O grupo de trabalho instituído para a condução do projeto-piloto tem até o início de maio para finalizar o estudo que vai balizar as futuras contratações, inclusive definindo o melhor formato de aquisição dos equipamentos, se haverá compra dos aparelhos ou locação, e a quantidade total de câmeras, para atender ao efetivo das forças de segurança.
A discussão sobre o uso de câmeras nas fardas voltou a ficar em evidência após o vistoriador de veículos Danilo Lipaus Matos, de 20 anos, ser atingido por cinco tiros no peito durante uma abordagem de policiais militares, no dia 31 de janeiro em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.
Dos 44 tiros disparados pelos militares contra o carro dirigido por Danilo, cinco atingiram o tórax da vítima. De acordo com o boletim de ocorrência, o sargento Renan Pessimílio efetuou 15 disparos, mesma quantidade realizada pelo soldado Eduardo Nardi Ferrari. O cabo Rodrigo de Jesus Oliveira atirou 12 vezes, e o soldado Ramon Lucas Rodrigues Souza efetuou dois disparos. Os agentes foram afastados após a ocorrência.
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