Publicado em 7 de novembro de 2019 às 17:42
A faxineira Nubia Barbosa Ribeiro Cardoso, 40, mãe da estudante Sulamita Ribeiro Cardoso, 15, que foi assassinada e encontrada em uma cova rasa, em Cariacica-Sede, na última quarta-feira (06), enfrenta pela segunda vez a dor de perder um filho. Em meados de 2018 ela viu um dos seis filhos, de 21 anos, ser assassinado na Serra.>
De acordo com a faxineira, o filho foi morto no dia 30 de junho do ano passado, em Vista da Serra. Na época, ela ouviu várias versões sobre a motivação do crime. Alguns, diziam que o filho teria roubado na região. Outros, que ele estaria devendo dinheiro de drogas. >
"Meu filho trabalhava em um ferro velho. Eu não consegui acreditar que ele estava devendo dinheiro em droga. Mas o homem que o matou foi preso e disse que ganhou R$ 500 para matar meu filho porque estava devendo. Não sei se isso é verdade. Mas eu perdi o meu filho. E agora estou perdendo minha filha", lamentou. >
A faxineira, que atualmente está desempregada, conta que teve a primeira filha aos 15 anos. Depois, teve mais dois filhos. Mas ao terminar a relação com o pai das crianças, ela conta que não recebeu nenhum apoio, tendo que arcar com a educação e despesas sozinha. Hoje, a filha mais velha tem 25 anos, um filho morreu aos 21 e outro, de 20 anos, está preso acusado de participação em um homicídio. >
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Sem qualquer auxílio, Nubia casou-se novamente. Na segunda relação, que durou 18 anos, teve mais três filhos. Porém, ela conta que foram anos de uma relação abusiva com violência doméstica.>
"Ele me batia. Um dia eu tomei coragem e denunciei. Consegui uma medida protetiva e como a casa era dele, eu tive que sair. Desde então, o pai dos meus três filhos mais novos também não ajuda em nada. Sou eu sozinha para tudo. Sempre tive que me virar", disse. >
Devido as dificuldades financeiras, Nubia contou que uma das últimas conversas que teve com Sulamita foi sobre a vontade de conseguir um emprego para comprar roupas para os filhos. >
"Eu disse: 'Filha, mamãe tá colocando currículo nos lugares pra conseguir um emprego e comprar umas roupas para você esse fim de ano'. E ela me deu força. Falou: 'A gente pode ir no shopping só pra passear também, beber alguma coisa...' Mas não deu tempo", lamentou. >
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