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Grupo preso no ES usava ferro de passar para extorquir vítimas em encontros falsos

Grupo preso no ES usava ferro de passar para extorquir vítimas em encontros falsos

Um casal preso nos últimos dias e ainda um homem detido no fim de dezembro integravam um grupo que agia em aplicativos de relacionamento para atrair vítimas; veja como atuavam

Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 18:02

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Viatura da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo
A Polícia Civil desmantelou um grupo que ameaçava, extorquia e sequestrava vítimas no ES. (Carlos Alberto Silva)
Mikaella Mozer
Repórter / [email protected]

Encontros amorosos se tornaram momentos de muito sofrimento para vítimas de uma organização criminosa suspeita de usar aplicativos de relacionamentos para realizar os crimes de extorsão. Os alvos do grupo, do qual um casal foi preso nesta terça-feira (2), se encontrariam com os criminosos pensando ser algo romântico, mas eram sequestrados e agredidos com ferro de passar, faca e arma.

Conforme apuração da TV Gazeta, a dupla é formada por Vanessa Santos, de 24 anos, e Igor dos Santos, de 25 anos, que praticavam a ação criminosa juntos. Em um perfil de rede social, Vanessa conta com 181 mil seguidores, onde ela divulga outras plataformas de mídia na qual ela possui cadastro.

As agressões começavam logo depois da chegada das vítimas nos locais marcados para o encontro, localizados sempre em casas nos municípios da Serra e Vila Velha. Eles, então, eram aprisionados pelos suspeitos nas residências para serem ameaçados e torturados com os objetos. O objetivo do grupo era conseguir transferências bancárias para as próprias contas da associação. A informação foi divulgada pela Polícia Civil durante coletiva realizada nesta quinta-feira (4).

Grupo preso no ES usava ferro de passar para extorquir vítimas em encontros falsos
Conforme apuração da TV Gazeta, a dupla é formada por Vanessa Santos, de 24 anos, e Igor dos Santos, de 25 anos
Conforme apuração da TV Gazeta, a dupla é formada por Vanessa Santos, de 24 anos, e Igor dos Santos, de 25 anos. (Reproduçaõ | Redes Sociais)

Ao conseguir todo o dinheiro que a pessoa tinha, o grupo partia para amigos e familiares. Os suspeitos ligavam para eles tentando também os extorquir com a promessa de machucar ainda mais os sequestrados.

E foi em uma dessas ameaças que o grupo acabou sendo identificado, segundo a PC. “A família (de um sequestrado) procurou a polícia porque a pessoa estava desaparecida e o sequestrador pediu dinheiro. Isso foi em 24 de novembro”, afirmou o titular da Delegacia Especializada de Antissequestro, delegado Alyson Pequeno.

“Eles já chegam machucados e com marcas, mas liberamos para realizar exames, pois a prioridade é que eles se cuidem. Até o momento são pouco mais de 20 vítimas, mas acreditamos ter mais e pedimos que compareçam para registrar denúncia. Aqui não tem julgamento”, contou o delgado.

R$ 5 mil a R$ 50 mil

Com a forma de agir os criminosos conseguiam diferentes valores financeiros que começam em R$ 5 mil e vão até R$ 50 mil reais, conforme a polícia. Os alvos não tinham um perfil único, tendo variações de idade entre 30 a 60 anos e de classes sociais diferentes.

“Eles tinham máquina própria. A associação criminosa é bem apurada no que fazia, tinha uma certa especialização em lidar com essa dinâmica de transferência de dinheiro e levantando de conta”, explicou Pequeno.

Conforme a PC, as vítimas só eram liberadas após todo o dinheiro ser transferido para o grupo e a família também realizar a  transferência.

“O tempo dependia da quantidade financeira das vítimas e se a ela colaborava. Normalmente era de um a dois dias e diversificam o local, o que atrapalhou muito a investigação para identificar. Eram residências alugadas por aplicativos”, disse o delegado. 

Cinco integrantes

A corporação informou ainda que, além da dupla presa nesta semana, um terceiro já foi levado à prisão no dia 19 de dezembro de 2023. Outros dois continuam sendo procurados.

“Eles imitam a mesma tática do pessoal de São Paulo e Rio de Janeiro. Não são da mesma organização, mas copiavam. Eles podem pegar mais de oito a quinze anos por cada crime, fora a corrupção de menor, pois um participou de uma das ações, e tortura”, explicou.

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