Publicado em 5 de outubro de 2020 às 16:56
Os irmãos de Kelvin Filgueiras da Silva, de 28 anos, morto após ter o carro em que estava atacado a tiros no domingo (4), no Centro de Vitória, declaram que o jovem não era bandido e que não tinha passagem polícia. >
Além de Kelvin, o motorista de aplicativo Adriano Ferreira do Amaral, de 39 anos, também morreu. As vítimas estavam em um carro vermelho na Avenida Governador José Sette, quando criminosos a bordo de um automóvel branco realizaram os disparos.>
Em seguida, eles fugiram pela Avenida Princesa Isabel e pela Curva do Saldanha, em direção à Praia do Canto. Outros três ocupantes do veículo escaparam com vida.>
Durante entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (5), o secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social, Alexandre Ramalho, afirmou que as investigações apontam que o crime é resultado de uma briga do tráfico de drogas entre duas comunidades do Moscoso e o Cabral.>
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Na manhã desta segunda-feira, irmãos de Kelvin foram ao Departamento Médico Legal (DML), na Capital, para reconhecer e liberar o corpo do jovem para o sepultamento. Em seguida, foram ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O procedimento durou cerca de duas horas.>
Na saída do DHPP, os irmãos disseram que Kelvin trabalhava como profissional na área de Tecnologia de Informação (TI) e estudava eletrotécnica de forma remota em razão da pandemia do coronavírus. Segundo a irmã dele, a família foi informada por amigos sobre a morte do técnico de TI ocorrida domingo.>
Ele não era bandido, estava no lugar errado com as pessoas erradas. Eu não quero que meu irmão seja tomado como criminoso sem antes provarem qualquer coisa contra ele, porque o Kelvin não era nada disso. Ele não tinha passagem pela polícia e nunca foi preso por nada, afirma a irmã, que preferiu não se identificar.>
O irmão dela, que também esteve no DHPP, falou que todas as vítimas moravam na região do Moscoso e eram amigas. Ele relembrou que, assim como aconteceu na Chacina da Ilha, quando quatro amigos foram mortos, Kelvin e Adriano eram inocentes e não tinham envolvimento com o tráfico de drogas.>
Todo mundo que estava no carro era conhecido. Querem falar que todos eram bandidos, mas não é isso. Nós crescemos em uma comunidade, mas tomamos rumos diferentes. Meu irmão trabalhava, estudava, assim como o motorista também era trabalhador. Quando um inocente trabalhador é alvejado dessa forma, a população quer justiça, exclama.>
Na manhã de domingo (4), horas antes do ataque, a Polícia Militar apreendeu uma pistola calibre .380 na casa Kelvin após uma denúncia anônima. No momento da apreensão, o jovem estava fora de casa. Ele havia ido à praia com o grupo de amigos que depois foi o alvo do ataque no Centro de Vitória. Além da arma, os militares também apreenderam na residência um carregador com munições, notebook, quatro celulares e R$ 227 em dinheiro.>
A reportagem procurou as secretarias de Estado da Segurança Pública (Sesp) e da Justiça (Sejus) para saber se Kelvin e Adriano já tinham sido presos anteriormente. Por meio das assessorias, ambas informaram que não há registros de prisão relacionados às vítimas.>
Crime no Centro de Vitória neste domingo (4)
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