Publicado em 15 de outubro de 2020 às 17:26
Scanners corporais, sistema de videomonitoramento, sensores, alarmes e equipe operacional treinada. Nem mesmo o aparato tecnológico e pessoal existentes na Penitenciária de Segurança Máxima 2, em Viana, foram capazes de evitar a fuga do detento Márcio Vieira, que na última segunda-feira (12) conseguiu escapar do Complexo Prisional ao pular o muro da unidade. >
Procurada pela reportagem, a Secretaria de Justiça (Sejus) comunicou, em nota, que a unidade em questão dispõe das mesmas tecnologias existentes nas demais unidades que abrigam condenados, porém disse não poder informar a altura do muro escalado pelo fugitivo sob a alegação de risco à segurança do próprio sistema.>
"A Sejus não repassa informações sobre a estrutura de vigilância da unidade prisional citada para não comprometer a segurança do sistema. O controle da segurança em todas as unidades prisionais do Estado conta com o auxílio da tecnologia, que inclui o uso de scanners corporais, sistema de videomonitoramento, sensores e alarmes, além de equipe operacional treinada", diz a nota enviada pela assessoria.>
A Gazeta verificou que, de acordo com as Diretrizes Básicas para Arquitetura Penal, de 2011, do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) do Ministério da Justiça, "no caso de estabelecimentos penais de regime fechado, o muro ou alambrado externo que limita o estabelecimento deverá ter no mínimo 5 metros de altura acima do nível do solo".>
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A Secretaria ainda apura e busca entender como o detento condenado a mais de 180 anos de prisão conseguiu fugir. A Sejus investiga até mesmo a possibilidade de facilitação interna para que Márcio Vieira conseguisse ter acesso ao meio externo. >
"A Secretaria de Justiça (Sejus) informa que um Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) foi aberto para investigar as circunstâncias da fuga. O fato também foi comunicado ao Poder Judiciário e às forças de segurança do Estado a fim de aumentar as chances de recaptura", diz o outro trecho da nota. Com o PAD, a Sejus espera esclarecer como ocorreu o escape e as circunstâncias, se a fuga foi planejada pelo detento e, ainda, quais medidas devem ser adotadas para evitar que a situação se repita. >
De acordo com informações da Sejus repassadas na data da fuga, 12 de outubro, o detento realizava trabalho na área interna da unidade e conseguiu fugir pulando o muro, voltado para uma área de mata. Buscas foram realizadas por inspetores penitenciários, que contaram com o apoio do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo (Notaer) e da Polícia Militar, porém, até a tarde desta quinta-feira (15), Márcio não havia sido localizado e recapturado.>
A Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) também foram procuradas pela reportagem, porém informaram que o caso está centralizado com a pasta da Justiça. >
"Todas as forças de segurança estaduais estão cientes do fato e o criminoso é considerado foragido podendo, portanto, ser preso por qualquer agência, inclusive federal ou municipal. Sobre a fuga, o fato é apurado administrativamente pela Sejus", diz o comunicado.>
O homem de 41 anos tem uma longa ficha criminal e condenações. Natural de Colatina, Márcio Vieira acumula três assassinatos, uma tentativa de homicídio, outra de latrocínio, além de uma série de roubos a comércios da Região Norte do Espírito Santo. Somadas, as condenações dele chegam a 180 anos de prisão. >
Só em um dos processos que responde na Justiça, o detento recebeu uma pena de 84 anos. Márcio, segundo a sentença, foi um dos responsáveis pelo assassinato de três pessoas duas em Linhares e a outra em Aimorés, em Minas Gerais e por tentar matar outra pessoa, também em Linhares. O caso aconteceu em junho de 2011 e Márcio Vieira foi condenado em 2015 pelo Júri Popular.>
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