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Caso Milena Gottardi: Justiça remarca julgamento dos acusados pelo crime

Caso Milena Gottardi: Justiça remarca julgamento dos acusados pelo crime

Os seis réus vão enfrentar o júri popular no mês de agosto; a nova data foi marcada pelo juiz da Primeira Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches

Publicado em 17 de maio de 2021 às 19:15

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Data: 26/09/2017 - Milena Gottardi (centro), médica oncologista, morta com u mtiro na cabeça no estacionamento da Hucam - Editoria: Cidades - Foto: Reprodução/ Facebook - GZ
Milena Gottardi: médica oncologista, morta com um tiro na cabeça no estacionamento da Hucam. (Reprodução/ Facebook )

Os seis réus apontados como os responsáveis pelo assassinato da médica Milena Gottardi vão ser julgados no dia 23 de agosto. A nova data foi marcada pelo juiz da Primeira Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, nesta segunda-feira (17). O júri popular ocorrerá no Fórum de Vitória, às 9 horas.

O julgamento chegou a ser agendado para o dia 8 de março, mas foi adiado por uma liminar - decisão provisória - concedida pelo desembargador Sérgio Luiz Teixeira Gama. Na ocasião ele acolheu os pedidos da defesa de um dos réus, Hilário Antonio Fiorot Frasson, ex-marido da vítima, que alegou imparcialidade do corpo de jurados de Vitória, que pediu o desaforamento do processo, que ele fosse julgado em comarca de outra cidade.

Posteriormente, o pai de Hilário, também acusado pelo crime, fez o mesmo pedido à Justiça. Os dois processos acabaram sendo avaliados pelas Câmaras Criminais Reunidas, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), que decidiu não aceitar o pedido, por unanimidade. A decisão permitiu que a nova data do julgamento fosse marcada.

Em sua decisão, o juiz Marcos Pereira Sanches, assinalou: “O julgamento somente não se realizou até a presente data, única e exclusivamente, em razão dos vários recursos interpostos pelas defesas”.

Informou ainda que apesar da grande quantidade de réus - seis -, e ainda de testemunhas (55) ouvidas na primeira fase do processo, a pronúncia - decisão que encaminhou os réus ao júri popular - foi proferida em agosto de 2018.

“Vale dizer, menos de um ano após os fatos. Não houvesse a interposição de recurso em sentido estrito contra tal decisão, recursos especial e extraordinário, além da interposição de agravos regimentais e pedido de desaforamento, a sessão de julgamento teria sido realizada no final do ano de 2018”, acrescentou o juiz Sanches.

O juiz também decidiu por manter os seis réus presos. “Analisando detidamente os autos, verifico que subsistem os fundamentos que deram ensejo ao decreto de prisão cautelar dos acusados, os quais não se revelam aptos a obterem medidas cautelares diversas da prisão, não se vislumbrando a suficiência da imposição de qualquer uma delas, tanto mais diante da gravidade em concreto dos fatos apurados. Há que se resguardar a ordem pública e a instrução processual da segunda fase do procedimento do júri”, diz o texto da decisão.

O CRIME

O assassinato aconteceu no dia 14 de setembro de 2017. Milena, de 38 anos, foi baleada com um tiro na cabeça, no estacionamento do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), em Vitória. Ela tinha acabado de sair do trabalho e estava acompanhada de uma amiga quando foi surpreendida por um homem que simulou um assalto. A morte foi declarada no dia seguinte.

Seis pessoas, que já estão presas, vão sentar no banco dos réus:

  • Hilário Antonio Fiorot Frasson, ex-policial civil e ex-marido da vítima - apontado como mandante
  • Esperidião Carlos Frasson, pai de Hilário - apontado como mandante
  • Valcir da Silva Dias - por intermediação
  • Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho - por intermediação
  • Dionathas Alves Vieira - executor e réu confesso
  • Bruno Rodrigues Broetto - forneceu a moto utilizada no dia do crime

A FAMÍLIA

Por nota, o assistente de acusação que representa a família da vítima, o advogado Renan Sales, informou que recebeu com alegria a decisão do juízo da Primeira Vara Criminal de Vitória, assinalando  que a realização do julgamento, "o quanto antes, é medida que se impõe".

"Feliz e certeiro o juízo quando pontuou que a demora no agendamento em apreço se dá, exclusivamente, em razão da quantidade de recursos deflagrados pelos réus. Lamentável. A família espera ansiosamente pelo julgamento, acreditando, por certo, na condenação de todos. Por fim, mas não menos importante, diante da gravidade concreta do crime e da periculosidade de todos que participaram do covarde feminicídio, relevante a manutenção das prisões cautelares decretadas", informou o advogado, em nota.

O OUTRO LADO

Por nota, o advogado Leonardo da Rocha, que faz a defesa de Dionathas Alves Vieira e Bruno Rodrigues Broetto, informou que espera que “a Justiça seja feita”.

Em relação ao réu Bruno, ele assinala: “A defesa entende, respeitosamente, que a data do seu julgamento vem tarde e, não obstante, exista um ditado popular que ‘a justiça tarda, mas não falha’, isso não representa a realidade concreta para quem como Bruno, primário e sem antecedentes criminais, teve sua liberdade retirada de forma equivocada. Porém, antes tarde do que nunca”.

Quanto a Dionathas, informa que o desejo é que “ele receba a justa reprimenda por sua conduta confessada espontaneamente, nos limites da lei”.

A reportagem tenta contato com os advogados dos demais acusados pelo crime para poderem se manifestar sobre a decisão. Assim que recebermos suas respostas, esta matéria será atualizada.

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