Milena Gottardi
Milena Gottardi. Crédito: Arte | Marcelo Franco

Milena Gottardi foi morta na véspera de assinar o divórcio com Hilário

Em um novo capítulo do Gazeta Entrevista, a reportagem mostra áudios da médica em que ela relata o terror que passava antes de ser assassinada. A família da médica conta o que precisou fazer para se esconder de Hilário após o crime e detalhes ainda não revelados sobre o caso

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Vitória
Publicado em 03/10/2019 às 09h43
Atualizado em 23/04/2020 às 10h20

Há dois anos, um marido corria pelo Hospital da Clínicas, em Vitória, para saber notícias da esposa, ainda no papel, baleada na cabeça em uma suposta tentativa de assalto após sair do trabalho.

O casal, já morando em casas separadas, assinaria o divórcio no dia seguinte, 15 de setembro, data da morte da oncopediatra Milena Gottardi. A informação exclusiva foi dada à reportagem do Gazeta Online pela família da médica. Para eles, tudo foi premeditado em detalhes, inclusive a data do crime.

Já preso, o ex-marido chegou a agendar uma ida ao INSS para tentar obter a pensão da médica Milena Gottardi (veja ao final da matéria).

Ele, o policial civil Hilário Frasson, já havia buscado as filhas na escola e as levado até a casa da Milena, onde estava a sogra. Naquele dia 14 de setembro de 2017, a aposentada Zilca Maria Gottardi, 73 anos, esperava a filha com a janta pronta. Mas quem chegou foi o Hilário.

Na entrevista, a mãe conta como soube do crime e a sequência de medo e dor que viveu após a morte da médica. Ela, o filho Douglas Gottardi e as duas netas precisaram se esconder após o enterro, por orientação da polícia. Até então, Hilário e o pai dele, Esperidião Frasson, acusados de serem os mandantes do assassinato, ainda estavam soltos.

Na conversa, a família da médica fala da presença do Esperidião no velório, o sofrimento de Milena para conseguir sair de casa, as perseguições de Hilário e o que o irmão da médica faria se ficasse frente a frente com ex-cunhado.

HILÁRIO PEDIU PENSÃO 

Em novembro de 2017, ao ordenar a transferência de Hilário Frasson para a Penitenciária de Segurança Média I (PSME I), em Viana, o juiz da 1ª Vara Criminal de Vitória, Marcos Pereira Sanches, escreveu que chamou atenção dele o fato de Hilário ter conseguido, mesmo preso, agendar uma ida ao INSS para tentar obter a pensão da médica Milena Gottardi, sua ex-mulher, assassinada na saída do trabalho, crime pelo qual o Hilário é denunciado como mandante.

"Como se não bastasse - e para maior surpresa -, verifico que o réu solicitou à autoridade policial responsável pela unidade prisional autorização de saída para comparecer ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, a fim de requerer em favor das filhas benefício previdenciário de pensão por morte da própria vítima que é acusado de ter matado", disse o juiz na sentença.

O magistrado se surpreendeu ainda mais com o fato de o agendamento, que só pode ser feito pela internet ou pelo telefone, ter sido autorizado pela direção do presídio onde ficam detidos os policiais civis. "Tal situação é inadmissível", escreveu.

Na ocasião, o juiz classificou como "absurdo" o fato de Hilário pedir o benefício de pensão por morte de Milena, sendo que ele é um dos acusados de mandar matar a médica.

SÉRIE

Até sexta-feira, o Gazeta Online publica uma série de reportagens, em vídeo, sobre os dois anos da morte da médica Milena Gottardi. 

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