Repórter / [email protected]
Publicado em 23 de agosto de 2025 às 20:46
- Atualizado há 4 meses
A mãe de Maya Simor Pereira, — bebê encontrada morta com lesões no corpo em maio deste ano, em Cariacica, quando tinha apenas 1 ano de idade, — foi presa na sexta-feira (22) após cumprimento de um mandado de prisão preventiva. Segundo a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Eliana Aparecida Simor Pereira, de 19 anos, é apontada como suspeita de homicídio qualificado, com as qualificadoras de motivo fútil, tortura e impossibilidade de defesa da vítima. Quando for julgada, há ainda possibilidade de aumento da pena da mulher, considerando que Maya era menor de 14 anos. >
O companheiro de Eliana, Thiago Colodino Barcelos, pai de Maya, foi preso ainda em maio, um dia depois da morte da bebê, após se entregar à polícia e assumir a autoria da ocorrência. Segundo o MPES, ele vai responder pelos mesmos crimes que Eliana.>
A decisão que determinou a prisão de Eliana e a manutenção da detenção de Thiago destaca que o crime contra Maya foi de “extrema relevância e periculosidade”. O texto, despachado pela juíza Eliana Ferrari Siviero, aponta ainda que a mãe da bebê presenciava agressões praticadas pelo pai contra a neném, “mas não impedia que a mesma passasse pelas torturas praticadas, sendo conivente com todas as agressões sofridas e, quando era confrontada [por terceiros], mentia para proteger Thiago”.>
A denúncia ainda revela que a bebê era castigada desde os seis meses de vida e chegou a ter um dos braços quebrados em uma das agressões, sendo que os pais só a levaram ao hospital uma semana depois. Maya ainda tinha a higiene básica negligenciada, pois sempre era vista suja de fezes e de urina.>
>
Na descrição dos autos, que a reportagem de A Gazeta teve acesso, consta que, no dia do crime, Thiago ficou responsável por alimentar a filha, ao passo que, após uma crise de choro da criança, ele a agrediu e a arremessou violentamente sobre a cama, deixando-a à própria sorte. Ainda segundo os autos, Eliana estava na residência e ouviu toda a agressão, no entanto, só foi verificar o estado de Maya horas depois, encontrando-a já morta.>
De acordo com a Secretaria da Justiça (Sejus), Eliana está detida no Centro Prisional Feminino de Cariacica e Thiago segue preso no Centro de Detenção Provisória de Marataízes.>
Em maio, Maya foi encontrada morta no bairro Porto de Cariacica, em Cariacica. Na época, Eliana Aparecida alegou que alimentou a filha com uma mamadeira e a colocou para dormir e, horas depois, percebeu que a menina não respirava. >
À Polícia Militar (PMES), a jovem relatou que estava em casa com o marido e o sogro, mas que saiu com o esposo durante a tarde. Após notar que a criança não reagia, o avô acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192), que confirmou o óbito e identificou sinais de violência no corpo da vítima. A perícia da Polícia Científica foi acionada.>
A mãe e o avô foram levados para a Delegacia Regional de Cariacica. O pai da bebê não foi localizado, mas, um dia depois, se apresentou na unidade e confessou o crime (leia mais aqui). >
Após a morte de Maya, a Polícia Civil chegou a informar que a mãe foi ouvida e liberada, por não haver elementos que justificassem prisão em flagrante. Na época, uma tia da bebê contou à reportagem que a mãe da criança relatou em depoimento que seu companheiro batia na filha desde que ela tinha sete meses e também chegou a agredi-la em algumas ocasiões e que ela não teria relatado por medo dele. >
Eles moravam em Cariacica, próximos da família há poucos meses, sendo que antes viviam no interior de Santa Leopoldina, na Região Central Serrana do Espírito Santo. >
Nota do MPES
O Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Cariacica, informa que a Justiça recebeu a denúncia oferecida contra um homem e uma mulher pelo homicídio qualificado da filha de um ano, ocorrido em maio de 2025, em Cariacica.
Na decisão, a Justiça determinou a manutenção da prisão preventiva do pai e decretou a prisão preventiva da mãe, diante da gravidade dos fatos e dos indícios de autoria e materialidade.
Ambos respondem por homicídio qualificado com as qualificadoras de motivo fútil, tortura, emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima e crime cometido contra menor de 14 anos, com aumento de pena por se tratar de ascendente. O processo seguirá para instrução, e os acusados serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta