Repórter / [email protected]
Publicado em 17 de maio de 2024 às 12:39
O suspeito de furtar sete armas da Delegacia Especializada em Fiscalização de Armas, Munições e Explosivos (Defaem), em Vitória, trabalhava nas obras de reforma do prédio da corporação e vendeu o material para traficantes. No início desta semana, a Polícia Civil constatou o furto de sete pistolas .40 no prédio Central I da Chefatura da Polícia Civil, em Santa Luíza, e, já nesta quinta-feira (16), o homem foi preso na Serra. Com ele estavam duas armas da polícia — outras cinco ainda não foram encontradas.>
Segundo a PC, o suspeito é Naildo Bissoli, de 23 anos. Ele foi contratado pela empresa responsável pela obra em novembro de 2023 e, em abril deste ano, pediu demissão, já no período em que poderia estar realizando os furtos das armas, que teriam acontecido em mais de um dia.>
A investigação apontou que Naildo já tinha passagens por roubo e pode ter sido ajudado por outros colegas. “A sala onde estavam as armas é pouco utilizada, mas passava por um processo de instalação de ar-condicionado. Em dado momento, um policial acessou o espaço acompanhado de um funcionário da obra (que ainda não foi identificado), e a informação da presença das armas pode ter vazado”, explicou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda.>
“Ele pode ter realizado esses furtos durante o dia, durante o horário de trabalho dele, justamente para não levantar suspeitas. Quando notamos a falta do armamento, imediatamente acionamos a corregedoria e a perícia e convocamos o Departamento Especializado de Investigações Criminais. Em 48 horas, o suspeito foi encontrado”, disse Arruda.>
>
De acordo com a investigação, Naildo se aproveitou de andaimes utilizados na obra para “pescar” as maletas com as armas através de uma janela da sala. “Ele era azulejista [...]. Constatamos que ele subia nos andaimes e, com certa destreza, conseguia chegar até o armamento sem precisar entrar na sala. É um criminoso ousado que cometeu um ato de afronta contra o Estado”, disse Gabriel Monteiro, chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic). >
O suspeito teve a prisão preventiva decretada e pode responder pelos crimes de furto qualificado, porte e posse ilegal de armas de uso restrito, além de tráfico de drogas e comércio ilegal de armas. “No momento da prisão dele, na Serra, recuperamos duas das armas furtadas e ainda encontramos certa quantidade de maconha, cocaína e haxixe que, pelo volume, já apontam para o tráfico”, explicou Monteiro.>
“Nossa investigação também aponta que ele pode ter vendido as outras armas por valores entre R$ 5 mil e R$ 8 mil, tanto na região onde ele foi preso, pois estava devendo ao tráfico, e até mesmo para traficantes rivais”, detalhou Gabriel. Ainda segundo o delegado, um carro de Naildo está sob o poder de criminosos da região de Parque Santa Fé, na Serra, porque ele possui uma dívida com o tráfico. “Ele pode ter cometido o furto dessas armas para poder se livrar da dívida”, disse.>
A possibilidade de ajuda de outras pessoas que trabalham na área da delegacia não é descartada. “Temos a informação de que alguns funcionários da obra até viram ele com essas maletas, mas não falaram nada. Essas pessoas também podem ser responsabilizadas, já que foi uma verdadeira afronta à Polícia Civil, podendo responder como partícipes no crime”, explicou Gabriel Monteiro.>
"Agora estamos intensificando as ações na região onde ele foi preso, em conjunto com a Polícia Militar e a Polícia Rodoviária Federal, a fim de determinar o paradeiro das outras cinco armas furtadas", finalizou.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta