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'Andar com traficantes não é motivo para atirar', diz tia de jovem morto

"Andar com traficantes não é motivo para atirar", diz tia de jovem morto

Tia de Caio Matheus, morto durante operação da Polícia Civil no Bairro Bonfim, alega que não houve confronto com a polícia

Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 21:33

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Tia de jovem morto em Vitória esteve no Departamento Médico Legal para liberar o corpo. (Iara Diniz)

A morte do adolescente Caio Matheus Silva Santos, de 17 anos, durante uma operação da Polícia Civil, é apontada como principal motivo para os ataques realizados em várias avenidas de Vitória, nesta sexta-feira (14). Nos atos, criminosos encapuzados quebraram vitrines, incendiaram ônibusapedrejaram automóveis e obrigaram comerciantes a fecharem as portas.

Apesar de não concordar com a forma como as manifestações foram conduzidas, a família do adolescente acredita que os protestos mostram a indignação dos moradores em relação à atitude da polícia no bairro Bonfim. 

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Não houve confronto, meu sobrinho não estava armado. Ele estava sentado na pedra, a polícia veio pela escadaria e apontou para ele. Não deu nem tempo de correr. Ele era muito conhecido, querido e as pessoas ficaram revoltadas

Jocasta Santos
Tia do adolescente
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Caio Matheus Silva Santos, jovem morto durante operação em Vitória. (Reprodução)

Caio era morador do Bairro da Penha. A polícia diz que o jovem tinha uma importância hierárquica no tráfico de drogas da região. Segundo Jocasta, o sobrinho já havia sido detido pela polícia. Ela também afirmou que ele tinha amizade com alguns traficantes e tirava fotos com armas. Contudo, ela afirma que nenhuma destas condutas justificaria a morte do jovem.

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Ele gostava de ficar conversando no meio de traficantes, mas isso não é motivo para atirar. A polícia não tem que chegar matando ninguém

Jocasta Santos
Tia do adolescente
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O QUE DIZ A POLÍCIA 

Em coletiva no Quartel de Maruípe, o chefe da Polícia Civil, José Arruda, disse que a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) fazia uma operação no Bonfim para cumprimento de mandados de prisão. Já no fim da ação, quando os policiais desciam o morro, foram surpreendidos por um grupo de criminosos armados. De acordo com Arruda, apenas um disparo foi dado, mas não havia registro de que alguém tivesse sido baleado.

“Eles estavam terminando a operação e houve a necessidade de se fazer um disparo, quando foram surpreendidos por vários rapazes fortemente armados. Todos correram, o tumulto se dissolveu. Naquele momento não foi registrado nenhum óbito”, afirma o chefe da PC.

Agentes da Polícia Civil patrulham região próximo à Leitão da Silva. (Vitor Jubini)

Segundo ele, momentos depois, os policiais receberam a informação de que uma pessoa havia dado entrada no Hospital São Lucas com uma perfuração por disparo de arma de fogo.

“Pode ter sido neste momento (da operação), pode ter sido depois, pode ser que alguém se aproveitou da situação e matou o rapaz. Tudo está sendo investigado. Vamos ver o laudo cadavérico, ouvir as pessoas. As operações já estão sendo organizadas para ter certeza do que aconteceu”, disse Arruda.

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