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Vídeo: navio gigante com energia gerada por velas rotativas atraca no ES

Vídeo: navio gigante com energia gerada por velas rotativas atraca no ES

Primeiro mineraleiro com a tecnologia chegou na noite de terça (27) no Porto de Tubarão, em Vitória. Embarcação integrará frota a serviço da Vale a fim de reduzir emissão de CO2

Publicado em 28 de julho de 2021 às 16:10

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Primeiro mineraleiro de grande porte a navegar com energia gerada das velas rotativas
primeiro navio de minério a navegar com energia gerada das velas rotativas. (Anderson Bibico/Divulgação)

O primeiro mineraleiro de grande porte do mundo equipado com o sistema de velas rotativas (rotor sails) a serviço da Vale atracou no Porto de Tubarão, em Vitória, na noite desta terça-feira (27). Um vídeo publicada na tarde desta quarta-feira (28) pela página Portos do Espírito Santo mostra o navio já em águas capixabas.

O Sea Zhoushan atracou por volta das 23h30, com auxílio de cinco rebocadores: Camorim Topázio, Itabira, Brucutu, Hélio Ferraz I e Timbopeba. A embarcação, que saiu da China há algumas semanas, é um Guaibamax da categoria VLOC (Very Large Ore Carrier) com capacidade de transporte de 325 mil toneladas de minério de ferro e pelotas.

São cinco velas rotativas instaladas ao longo da embarcação. Essas estruturas, que são rotores cilíndricos, têm quatro metros de diâmetro e 24 metros de altura, e, durante operação, giram em diferentes velocidades, dependendo de condições ambientais e operacionais, para criar uma diferença de pressão e impulsionar o navio para a frente.

Segundo a mineradora, esses mecanismos permitirão um ganho de eficiência de até 8% com a operação e uma consequente redução de emissão de até 3,4 mil toneladas de CO2 equivalente por ano .

Sea Zhoushan é o primeiro navio mineraleiro de grande porte do mundo equipado com sistema de velas rotativas
Sea Zhoushan primeiro navio mineraleiro de grande porte do mundo equipado com sistema de velas rotativa. (Divulgação/Vale)

Como mostrou A Gazeta, essa é a primeira operação do navio, que, até o final desta semana, retornará ao território chinês carregado de minério. O navio leva, em média, até dois dias para ser carregado.

Por enquanto, trata-se de um projeto-piloto. No entanto, a Vale estima que caso a tecnologia se mostre eficiente, pelo menos 40% da frota estaria apta a usar esse tipo de vela, o que impactaria em uma redução de quase 1,5% das emissões anuais do transporte marítimo de minério de ferro da companhia.

O sistema existe desde o século XIX, mas somente nos últimos anos passou a ser utilizado em navios de grande porte, como de passageiros, cargueiros e petroleiros.

Conforme explicou o gerente-executivo de Navegação da Vale, Guilherme Brega, em entrevista à reportagem de A Gazeta, a operação faz parte do programa Ecoshipping, criado para atender às metas da empresa de reduzir suas emissões de carbono.

Em 2020, a companhia anunciou um investimento de aproximadamente R$ 6 bilhões para reduzir em 33% suas emissões de carbono diretas e indiretas, denominadas escopos 1 e 2, até 2030. Anunciou ainda que irá reduzir em 15% as emissões de escopo 3 até 2035, relativas à cadeia de valor, das quais as emissões de navegação fazem parte, já que os navios não são próprios.

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Essa iniciativa está nos trazendo muitas surpresas positivas. A chegada desse navio, o primeiro carregamento dele, é um marco muito importante para a Vale, para a navegação. E é interessante trazê-lo primeiro para o Porto de Tubarão, porque é um porto que tem caráter de inovação, que foi projetado para receber grandes navios

Guilherme Brega
Gerente-executivo de Navegação da Vale
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"As velas se dobram e praticamente deitam no convés, reduzindo o uso de combustível e as emissões. Mas não só isso: no momento que reduz o consumo, viabiliza a utilização de combustíveis alternativos. Acaba sendo um enabler de outras tecnologias", disse.

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