Publicado em 12 de abril de 2020 às 11:23
O isolamento social por conta do coronavírus tem alterado as relações de consumo e o faturamento das empresas. Mas se tem um setor que está de vento em popa com a crise é o de delivery, com crescimento desde a entrega de comidas e lanches a produtos como compras de supermercado, farmácia, brinquedos e roupas.>
No Espírito Santo, só o aplicativo Shipp calcula que dobraram as entregas para os restaurantes e lanchonetes parceiros no último mês. Já o atendimento aos supermercados cresceu cinco vezes, segundo o cofundador da startup capixaba, Tomás Scopel. >
De uma maneira geral, a busca pelos serviços cresceu três vezes de um mês para o outro na comparação de fevereiro com março. E a gente entende que pelas próximas semanas o crescimento ainda pode aumentar mais um pouco.>
Ele explica que o delivery tem sido visto como a única saída para as pessoas continuarem consumindo e respeitando o isolamento social. E é uma ferramenta fácil. Quem já pedia comida pelo celular, agora consegue fazer as compras do mês também sem sair de casa. >
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A gente entende a importância do isolamento e sabemos que isso gera uma série de impactos. Mas sabemos, também, que esse tipo de serviço ajuda para que as pessoas se mantenham em casa, diz Scopel. >
Outra empresa que também observou crescimento foi a Rappi. Desde que as conversas sobre o coronavírus se iniciaram, em janeiro, percebemos um aumento significativo no número de pedidos de supermercado, o que acreditamos ser uma resposta dos usuários preocupados com o tema incerto e medidas de quarentena sendo tomadas em diferentes cidades, informou por meio de nota.>
Segundo a empresa, as categorias que registraram um maior aumento foram farmácias, restaurantes e supermercados. >
O iFood, outro expoente no serviço de entregas, informou que observou crescimento de demanda a partir da segunda quinzena de março. A UberEats também foi questionada sobre o assunto, mas informou que por ser empresa de capital aberto, não poderia comentar dados especulativos.>
Foi vendo o crescimento do segmento de entregas diante do isolamento que o universitário Ariel Leão, de 26 anos, viu uma saída para o momento de dificuldade financeira. Ele é motorista de aplicativo e, com a demanda extremamente baixa no serviço, recorreu aos apps de entrega para conseguir fazer um dinheiro extra e manter as contas em dia.>
Foi a alternativa que encontrei já que o volume de deslocamento de passageiros diminuiu drasticamente. Faço entregas basicamente de lanches e de compras de supermercados, que é uma novidade nos aplicativos de entregas e, em parte, isso já está sendo uma ajuda financeira agora, conta.>
A oportunidade de ganhar dinheiro com o delivery também vale para negócios de diferentes segmentos. Às vésperas da Páscoa, o setor de chocolates também viu nas vendas on-line a saída para comercializar a produção. >
No Estado, a Chocolates Garoto fechou parceria com a Shipp e com o e-commerce do Supermercado Carone para vender ovos de Páscoa. O vice-presidente de Chocolates da Nestlé no Brasil, Liberato Milo, disse que a empresa já avançou em vendas digitais, o que demoraria cinco anos para acontecer.>
O Brasil com o confinamento está avançando mais rapidamente no aprendizado digital, do e-commerce e do marketing digital. Fizemos a parceria com a Shipp e funcionou muito bem, tendo um crescimento absurdo de vendas on-line que levaríamos cinco anos para acontecer por lá, disse.>
De acordo com a gerente de atendimento da regional metropolitana do Sebrae- ES, Adriana Rocha, percebe-se um aumento na demanda por serviços de alimentação.>
Por mais que tenha tido a restrição para funcionamento de restaurantes, há um aumento de demanda visível para esse setor. Estão sofrendo apenas aqueles estabelecimentos que ficaram nessa restrição e pararam. Quem viu nisso uma oportunidade de expansão do negócio, indo em busca de um avanço digital com a inserção nos aplicativos entrega e apostando em um marketplace, está certamente numa situação bem melhor, analisa.>
A especialista cita outro exemplo: a gente viu um empreendedor que trabalhava com bufê para festas, mas como todo esse ramo de eventos está parado, a gente encontrou uma solução com ele que foi fornecer neste momento de Páscoa seu serviço em plataformas de entrega e, no primeiro dia dele nessas plataformas, já recebeu pedidos.>
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