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Projeção do Santander aponta queda de 2,6% no PIB do ES em 2020

Projeção do Santander aponta queda de 2,6% no PIB do ES em 2020

Já para o ano que vem é estimado um crescimento de 3,2%. Neste ano, queda vai ser puxada por setor industrial (-3%) e de serviços (-3,3%)

Publicado em 19 de junho de 2020 às 16:04

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Bobina de aço: PIB da indústria deve cair 3% no Espírito Santo
Bobina de aço: PIB da indústria deve cair 3% no Espírito Santo. (Instituto Aço Brasil)

Uma projeção do banco Santander para a economia aponta uma queda de 2,6% no Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo em 2020 por causa da pandemia do coronavírus. Se confirmada esta queda, ela será menor do que a esperada para o PIB brasileiro, estimada em 6,4% pelos autores do estudo encomendado pela instituição bancária. Já para 2021 é projetada uma alta de 4,4% no país.

Pela projeção do banco, nenhum Estado brasileiro vai conseguir registrar crescimento do PIB neste ano. “Apesar de estimarmos contração do PIB para todas as unidades da federação, observamos contração menos intensa nas regiões menos impactadas pela pandemia e cujas principais atividades são menos sensíveis ao ciclo. Por outro lado, os Estados mais atingidos pela pandemia e com categorias mais afetadas pelo fechamento total ou parcial das atividades devem apresentar contração mais severa”, aponta o relatório.

As maiores quedas devem ser observadas em Amazonas (-9,8%), São Paulo (-8,5%), Rio de Janeiro (-7,9%) e Ceará (-7,6%). Já os menos afetados são Tocantins (-0,2%), Alagoas (-0,8%), Piauí (1%) e Mato Grosso do Sul (-1,3%). A taxa estimada para o Espírito Santo coloca o Estado como o 15º local mais atingido economicamente pela pandemia.

Espírito Santo deve ter o 15º menor PIB entre os estados brasileiros em 2020
Espírito Santo deve ter o 15º menor PIB entre os estados brasileiros em 2020. (Reprodução Santander)

A estimativa feita pelo Santander é mais positiva do que a divulgada em maio pela Tendências Consultoria, que estimou a queda do PIB capixaba em 4,3%. De acordo com o estudo do Santander, a queda no Estado será amenizada pela presença do agronegócio, único setor que deve apresentar crescimento neste ano.

“Segundo nossas estimativas, o PIB da agropecuária deverá crescer 4,5% na região Sudeste, impulsionado pela safra recorde de café nos dois maiores Estados cafeeiros do país: Espírito Santo e Minas Gerais”, aponta o relatório.

Segundo as estimativas da instituição, o PIB Agro do Estado irá crescer 7,1% neste ano. Já o PIB da Indústria apresentará uma retração de 3% e o de Serviços, 3,3%. Para 2021, é estimado um crescimento de 3,2% no PIB do ES.

PIB do Agronegócio no Espírito Santo deve ter alta de 7,1% no ano
PIB do Agronegócio no Espírito Santo deve ter alta de 7,1% no ano. (Reprodução Santander)

Para o economista Wallace Millis, o que irá determinar uma queda maior ou menor do PIB capixaba em 2020 é a venda de commodities no mercado internacional. “A expectativa de crescimento do Espírito Santo não é tão ditada pela forma com a qual o Brasil enfrenta a pandemia, mas sim pelo preço dos produtos que exportamos no mercado internacional – café, celulose, minério, petróleo, entre outros”, avalia.

“Outro fator que também impacta muito nessa questão é o câmbio. Hoje, o preço do dólar favorece a exportação e a gente deveria aproveitar este momento para agregar valor aos nossos produtos que são exportados. Se você vende o café em grãos o preço é um, se você vende ele solúvel o ganho é maior”, exemplifica o economista e professor da UVV.

O economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-ES) Vaner Corrêa Simões Júnior disse torcer para que a projeção do Santander se concretize. “Se for só 2,6% está ótimo, que aí teremos menos consequências em termo de emprego e renda”, comenta.

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Para ele, o coronavírus não causou apenas um desaquecimento da economia, mas sim uma parada abrupta. “A nossa indústria já vinha combalida, o setor de serviços está parado – aviões no chão, hotéis com pouquíssimos quartos ocupados, então se não houver algo de extraordinário – como a criação de uma vacina ainda no segundo semestre ou um forte investimento chinês nas Américas, o resultado será bastante negativo”, opina.

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