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Petroleira traz ao ES tecnologia inédita no país para iniciar produção

Petroleira traz ao ES tecnologia inédita no país para iniciar produção

Prio está finalizando as estruturas no campo de Wahoo, no Sul do Estado, e previsão é tirar o primeiro óleo ainda em 2024, usando o método pioneiros de dutos submarinos

Publicado em 3 de abril de 2024 às 20:19

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FPSO Frade, que vai ser conectada ao óleo retirado em Wahoo
Plataforma Frade, que vai ser conectada ao óleo retirado em Wahoo. (Divulgação/PRIO)

Com 90% das estruturas prontas, a Prio, maior petroleira privada do país, se prepara para começar sua operação no campo de Wahoo, no Sul do Espírito SantoA previsão é retirar o primeiro óleo ainda em 2024, mas a empresa ainda aguarda a licença ambiental de produção, que passa por entrave em função da greve dos funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama)

Desenvolvido inteiramente pela companhia, o campo de Wahoo receberá uma metodologia pioneira chamada tieback, que é a interligação de operações de campos próximos por dutos submarinos. O óleo retirado em Wahoo será levado por duto até o navio-plataforma FPSO Valente/Frade, localizado a uma distância de 35 quilômetros.

Em conversa com A Gazeta, o diretor de Operações da Prio, Francilmar Fernandes, afirmou que a previsão é aumentar a produção da companhia em 40% assim que as atividades forem iniciadas no Espírito Santo. Ele participou nesta quarta-feira (3) do debate "Caminhos de futuro do offshore no ES" na Vitória Petro Show, que está sendo realizada até quinta-feira (4) no Centro de Convenções de Vitória.  

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No momento esse projeto é o mais importante da companhia, porque vai aumentar a produção na casa dos 40%. Estamos na casa dos 100 mil barris por dia e, com o início desse projeto, a perspectiva é atingir 140 mil barris por dia

Francilmar Fernandes
Diretor de Operações da Prio
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Fernandes destacou ainda que o projeto no campo de Wahoo também testa um novo conceito para aproveitar a acumulação de uma área que não é muito grande, não sendo viável instalar lá diretamente uma estrutura de plataforma. Diante disso, a solução pensada e trazida para o Estado foi o tieback, um sistema que vai interligar o campo de Wahoo por dutos submarinos à plataforma FPSO Valente, no campo vizinho de Frade.

Petroleira traz ao ES tecnologia inédita no país para iniciar produção

"O tieback conecta a acumulação a outra unidade de produção. Na prática, isso reduz o custo de implantação do projeto e o torna viável. E temos no futuro como estudar muitos projetos como esse ao lado de Wahoo. Tem outra acumulação próxima que se chama Taipu, que a gente vai trabalhar para também tentar viabilizar", explica. 

Fora do país, essa técnica, segundo Fernandes, já é usada em áreas de campos mais maduros, como no Golfo do México e Reino Unido.

Campo de Wahoo, no litoral sul do ES
Projeção do campo de Wahoo, no litoral sul do Espírito Santo. (Divulgação/PRIO)

O campo de Wahoo foi adquirido pela Prio em 2021 e, após início das operações, tem previsão de produzir 40 mil barris de petróleo por dia. Atualmente, a empresa – que está no mercado há 9 anos e é especializada em campos maduros – produz 100 mil barris por dia nos ativos na Bacia de Campos. O investimento total para as operações é de R$ 4 bilhões. 

Após início da operação da Prio, a previsão é movimentar R$ 2,5 bilhões em royalties para o Espírito Santo e os municípios nos próximos cinco anos.

Movimentação da cadeia local

O desenvolvimento do campo de Wahoo já movimenta cerca de R$ 800 milhões em investimentos na cadeia de suprimento regional. Fernandes disse que a empresa priorizou fornecedores capixabas e também trouxe gente de fora do país, que se instalou no Espírito Santo para montar os equipamentos, como foi o caso de uma empresa norte-americana que gerou 150 empregos, por exemplo.

"Dos R$ 4 bilhões de Wahoo, quase R$ 1 bilhão estão sendo investidos no Estado, com muitas estruturas sendo fabricadas no Espírito Santo", detalha Fernandes.

Curso para formar mão de obra

Nos próximos meses, a Prio vai iniciar no Espírito Santo um projeto de formação de mão de obra para capacitar profissionais no setor de óleo e gás. O trabalho  é semelhante ao que já foi realizado no Rio de Janeiro e a previsão é abrir as inscrições nos próximos meses, preparando profissionais por seis meses.  

Entre os cursos técnicos aceitos para participação da seleção para o Reação Offshore estão mecânica, automação industrial, instrumentação, química, eletrotécnica, eletromecânica e eletrônica. 

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