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Petróleo no ES: novas operações e leilões vão aumentar produção e royalties

Petróleo no ES: novas operações e leilões vão aumentar produção e royalties

No primeiro dia de evento no Centro de Convenções de Vitória, diretor da ANP aponta as perspectivas de crescimento do setor petrolífero no Espírito Santo

Publicado em 2 de abril de 2024 às 19:47

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Plataforma de exploração de petróleo
Plataforma de exploração de petróleo. (Agência Petrobras)

Com o crescimento na produção de petróleo e gás no Espírito Santo desde o ano passado, que chegou à alta de 23% com retomada de campos em terra e mar, a perspectiva para os próximos anos é de aumento ainda mais significativo, a partir da concessão de mais blocos e da chegada de mais empresas ao Estado. 

O assunto foi destacado pelo diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Rodolfo Saboia, que esteve na Capital nesta terça-feira (2) para a abertura da Vitória Petro Show, no Centro de Convenções de Vitória. Segundo ele, o Estado tem produção atual de 215 mil barris por dia.

O diretor lembrou que o crescimento da produção se reflete em mais recursos para o Estado e municípios, já que a previsão também é de crescimento de transferência de royalties e participações especiais, depois de queda registrada no último ano. 

A estimativa feita pela ANP é de crescimento ano a ano, a partir de 2024, na transferência tanto de royalties quanto de participações especiais para o Estado e os municípios. O cenário previsto pela agência demonstra recuperação do Estado nesse quesito, visto que o governo estimou queda de 52% na arrecadação de 2022 para 2023

Petróleo no ES: novas operações e leilões vão aumentar produção e royalties

Para 2024, a previsão é de R$ 728 milhões para o Espírito Santo e R$ 806 milhões para os municípios em transferências de royalties. Em 2025, o valor sobe para R$ 854 milhões para o Estado e R$ 941 milhões para as cidades, chegando a R$ 1 bilhão e R$ 1,1 bilhão, respectivamente, em 2026.

Já as participações especiais devem somar R$ 930 milhões em 2024 para o Estado e R$ 232 milhões para os municípios produtores. Podendo chegar a R$ 2,2 bilhões e R$ 556 milhões, respectivamente, em 2026.

A perspectiva no aumento da produção de petróleo está relacionada ao início de operação de atividades esperadas, como a FPSO Maria Quitéria, da Petrobras, em 2025, e também ao campo de Wahoo, no Sul do Estado, pela Prio, previsto ainda para 2024. Mas nesse escopo também estão novas áreas de leilões futuros. 

Até o final de junho, está prevista a assinatura do contrato de concessão de 10 blocos arrematados no último leilão de oferta permanente da ANP para início das operações. Quem arrematou foi a empresa Elysian, novata no mercado. "A empresa já atendeu a todos os requisitos e às exigências da agência para poder, de fato, assinar e começar o trabalho assim que possível", afirma Saboia.

O diretor também afirmou que há 36 blocos em terra aguardando manifestação do órgão ambiental (Instituto Estadual do Meio Ambiente) para poderem ser incluídos na próxima oferta permanente da ANP. Também haverá a possibilidade de seis áreas em terra de acumulações marginal na região Norte do Estado, que são campos que foram devolvidos e já têm estrutura e necessitam de menos investimento para início da produção. 

"Esse cenário é muito promissor para a produção do Estado como um todo. Não só os que já estão em desenvolvimento para começar a produzir, mas aquilo que o futuro imediato reserva com novas aquisições no último leilão e com futuras possibilidade dos próximos leilões", detalha Saboia.

Rodolfo Saboia, diretor geral da ANP
Rodolfo Saboia, diretor geral da ANP. (Leticia Orlandi)

Mercado de gás e transição energética

Em relação ao cenário do mercado de gás do Estado, Saboia destaca que o combustível é um ativo que o Brasil vem deixando de aproveitar. "Ele é a maior parte da produção do pré-sal e as empresas estão reinjetando para privilegiar a produção de petróleo. Mas a política do governo é tentar melhorar a monetização da molécula de gás de alguma forma", frisa. 

Saboia afirma que a agência, dentro dos seus limites, tem procurado formas de incentivar o desenvolvimento dessa infraestrutura, que é cara. "É sempre necessário buscar as ferramentas que permitam uma flexibilização do fornecimento de gás, o que é importantíssimo, porque, se você não tiver uma demanda no momento, é preciso administrar a produção que está gerando, desenvolvendo instrumentos que permitam a flexibilidade, como estocagem subterrânea de gás", lembra. 

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