Publicado em 11 de novembro de 2021 às 18:55
- Atualizado há 4 anos
Mais de 3,7 mil servidores estaduais e municipais do Espírito Santo teriam recebido de forma irregular o auxílio emergencial em 2021. O benefício do governo federal foi criado para fornecer proteção no período de enfrentamento à crise econômica causada pela pandemia de Covid-19. A constatação é de um trabalho conjunto realizado pelo Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) e pela Controladoria-Geral da União (CGU-ES).>
Os valores pagos indevidamente totalizariam R$ 1.373.600,00, segundo os órgãos. Pela lei, quem tem emprego formal ativo ou vínculo de estagiário está proibido de receber o benefício. Os pagamentos apurados foram feitos no período de abril a setembro de 2021. O benefício terminou de ser pago no fim de outubro deste ano.
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é o montante pago irregularmente aos servidores públicos do ES
As parcelas do auxílio emergencial são pagas independentemente de requerimento, desde que o beneficiário atenda aos requisitos estabelecidos. Alguns servidores beneficiados indevidamente estavam entre os beneficiários do Bolsa Família ou inscritos no CadÚnico, o registro de pessoas em situação de pobreza no Brasil. Contudo, a maior parte deles não consta originalmente nessas bases, o que significa que fizeram a inscrição no programa por conta própria. >
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Após a verificação dos resultados, feita por cruzamentos de dados, o TCE-ES e a CGU emitiram uma nota técnica, na qual recomendaram ao governo estadual e aos municípios do Espírito Santo que alertem aos seus servidores públicos sobre a solicitação e o recebimento indevido do auxílio emergencial, pela inserção ou declaração de informações falsas em sistemas de solicitação do benefício. Segundo os órgãos, essa ação pode caracterizar possíveis infrações disciplinares.>
Os dois órgãos também propuseram que seja informado a esses servidores que existe um canal, disponibilizado pelo Ministério da Cidadania, para a devolução de valores eventualmente pagos/recebidos de forma indevida, que é pelo site: devolucaoauxilioemergencial.cidadania.gov.br. >
O Superintendente da Controladoria Regional da União no Estado do Espírito Santo, Ricardo Plácido Ribeiro, afirmou que a parceria entre a CGU e o TCE-ES possibilitou que novos pagamentos irregulares fossem bloqueados.
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“Este trabalho específico possibilitou que o Ministério da Cidadania pudesse bloquear os pagamentos do auxílio que estavam sendo pagos irregularmente a servidores públicos municipais e estaduais. A exemplo deste trabalho preventivo, as informações repassadas pelo TCE-ES foram tratadas pela CGU e utilizadas nos cruzamentos de bases de dados que subsidiaram os gestores a excluir beneficiários que solicitaram e que não cumpriam os requisitos para receber os auxílios”, afirmou.>
O presidente do TCE-ES, Rodrigo Chamoun, ressaltou que os órgãos de controle estão de prontidão absoluta e preparados tecnologicamente para identificar possíveis desvios referentes aos pagamentos do auxílio emergencial.>
"A cooperação entre órgãos de controle é fundamental para combater fraude e corrupção com eficiência", disse.>
Procurado por A Gazeta, o secretário de Estado de Controle e Transparência (Secont), Edmar Camata, informou que a pasta ainda não foi notificada pelo Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE-ES) ou pela Controladoria-Geral da União (CGU-ES) acerca desta análise feita pelos órgãos.>
Por meio de nota, a Secont ressaltou que, após tomar conhecimento das primeiras denúncias, ainda em 2020, "realizou levantamento para identificar se havia servidores estaduais nesta situação e adotou as providências necessárias para coibir a irregularidade, com o objetivo de garantir que o auxílio fosse pago àqueles que realmente necessitavam". >
A Secretaria de Controle e Transparência acrescentou que "mais da metade dos servidores identificados devolveram os recursos. Nos casos em que não houve ressarcimento, e em que comprovadamente os servidores solicitaram o benefício indevidamente, a Corregedoria agiu firmando Termos de Ajustamento de Conduta e instaurando Procedimento Correcional, ao final do qual, se for comprovada a ilegalidade, os servidores estarão sujeitos às punições administrativas previstas em lei". >
A Secont informou que denúncias relacionadas a condutas de servidores do Estado podem ser feitas por meio da Ouvidoria, que atende pelo telefone 0800 022 11 17, e por meio de registro de manifestações no site www.ouvidoria.es.gov.br.>
*Com informações do TCES
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