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Lojistas conseguem descontos de até 70% no aluguel de imóveis

Lojistas conseguem descontos de até 70% no aluguel de imóveis

Muitos lojistas têm procurado os proprietários dos imóveis que, por medo de perder inquilinos por conta da pandemia, estão renegociando contratos

Publicado em 28 de abril de 2020 às 15:50

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Data: 03/12/2019 - ES - Vitória - Movimentação de pessoas no Shopping Vitória - Editoria: Cidades - Foto: Ricardo Medeiros - GZ
Shopping Centers vão ser reabertos no dia 4 de maio. (Ricardo Medeiros)

Lojistas que trabalham na Grande Vitória têm conseguido descontos de até 70% do preço dos aluguéis. Os contratos têm sido renegociados por conta da pandemia do novo coronavírus, que impossibilitou o funcionamento normal de comércio e serviços, além de reduzir a circulação de pessoas.

De acordo com o consultor imobiliário José Luiz Kfuri, o período tem sido de intensa negociação entre proprietários e inquilinos. “O proprietário entende que o lojista está impossibilitado de vender, e o inquilino sabe que o proprietário tem direito ao aluguel. Então, o melhor a fazer é renegociar um valor que seja interessante para os dois lados”, comenta.

Kfuri afirma que tem recomendado, neste momento da pandemia, um desconto de 50% no valor contratual. “Quando a situação começar a melhorar, esse desconto pode ser de 20%, até que retorne ao patamar normal. Esse é um momento de apagar incêndio”, resume.

Segundo o consultor, tais renegociações têm acontecido tanto no setor comercial quanto no residencial. “Acontece que no setor comercial o impacto é muito maior. Tem loja que não pode abrir, que o faturamento caiu absurdamente”, acrescenta.

O diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Estado do Espírito Santo (Ademi-ES) Charles Bitencourt comenta que vem reduzindo os contratos em cerca de 30%. “Cada caso é um caso. Existem segmentos que não foram atingidos, como mercados, padarias, farmácias. Já outros foram muito atingidos e podem ter um desconto maior”, explica.

Ele destaca que, nesse momento, o bom senso e o diálogo devem prevalecer. “Temos observado muita responsabilidade de parte a parte, com os dois lados apresentando suas situações e conseguindo bons acordos para ambos”, acrescenta.

DONOS DE IMÓVEIS TEMEM PERDER INQUILINOS

A situação econômica do Brasil e do Estado já não vinha num bom momento mesmo antes do coronavírus. Com isso, muitos espaços disponíveis para a locação de lojas estavam à disposição dos comerciantes. A expectativa era que, ao longo de 2020, a situação melhorasse, mas não é isso que tem sido observado.

“Todas as renegociações estão sendo feitas para preservar os lojistas, eles são peças fundamentais no negócio. Tem dono de imóvel temendo perder os inquilinos. Por isso, a recomendação é negociar, negociar, negociar e fazer concessão. Se não fizer isso, corre o risco do caso ser judicializado, e aí é pior ainda”, avalia José Luiz Kfuri.

SHOPPINGS SUSPENDEM COBRANÇA DURANTE PERÍODO DE LOJAS FECHADAS

Shopping centers da Grande Vitória estão suspendendo a cobrança dos aluguéis do mês de abril – em que não houve funcionamento – e parte do mês de março, quando as lojas puderam funcionar até o dia 19. Segundo o coordenador da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) no Estado, Raphael Brotto, essa é a recomendação da associação.

“Além dessa suspensão ou isenção do aluguel, há a orientação para que se cobre o mínimo possível de condomínio e do fundo de promoção”, comenta Brotto, que também é diretor do Shopping Vitória.

As mudanças, porém, não devem valer para o médio e longo prazo. “É inviável pensar em renegociação nesse momento. Os representantes dos shoppings sabem que a crise é forte, mas ainda é cedo para falar de qualquer coisa no médio e longo prazo”, completa.

A relação entre lojistas e shoppings já chegou a ser judicializada. Nesta segunda-feira (27), o desembargador Jorge Henrique Valle dos Santos, do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), decidiu que um lojista poderia pagar 50% do contrato e o isentou do pagamento do fundo de promoção.

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Em primeira instância, o lojista havia conseguido o direito de pagar apenas 30% do aluguel, mas o desembargador destacou que a loja em questão continua trabalhando por meio de delivery e não apresentou provas concretas da queda de faturamento.

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