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Publicado em 17 de outubro de 2025 às 20:00
Uma nova assembleia foi realizada nesta sexta-feira (17) pelos servidores públicos do Espírito Santo, que decidiram manter a greve iniciada há 10 dias. Ao longo desse período, as categorias não conseguiram avançar nas negociações com o governo do Estado e vão continuar o movimento em busca de reestruturação das carreiras e correção de perdas salariais. Serviços voltados à população, como liberação das carteiras de habilitação e licença ambiental, desaceleraram diante da redução das equipes nas 14 secretarias e autarquias que aderiram à paralisação. Obras públicas também devem ser afetadas.>
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos do Estado do Espírito Santo (Sindipúblicos), Renata Setúbal, disse que nesta semana houve maior adesão de profissionais do Departamento de Edificações e de Rodovias (DER-ES) ao movimento, o que pode afetar o andamento de obras. Um ato em frente ao órgão está programado para a próxima segunda-feira (20), reforçando a participação da categoria. >
Após se reunir com o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB) no último dia 6, não houve outro encontro com representantes do Executivo. Renata Setúbal disse que o sindicato pediu apoio do deputado Marcelo Santos (União), presidente da Assembleia Legislativa, para intermediar uma nova reunião e está aguardando o retorno. A Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger) foi procurada pela reportagem de A Gazeta, mas informou que, no momento, não há nada marcado com o funcionalismo.>
Além das reivindicações que já estavam em pauta, o Sindipúblicos ressalta que as categorias representadas, que envolvem cerca de 3,8 mil servidores, consideram que há um tratamento diferenciado para alguns grupos e citou, como exemplo, o aumento concedido a delegados da Polícia Civil e auditores fiscais. >
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"Sentimos, inclusive, que não tem deputado contra nosso pleito porque já receberam na Assembleia vários projetos de reestruturação de outras carreiras. Falta de dinheiro não é", analisa Renata Setúbal. >
O Sindipúblicos explica que muitas das atividades paralisadas durante a greve não representam atendimento direto à população, mas, com o passar dos dias, os impactos já são observados, como um prazo maior para obter licenciamento ambiental do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), ou para a liberação da habilitação pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Serviços nas escolas estaduais e atividades que envolvem produtores rurais também foram afetados. >
O sindicato ressalta que está respeitando a legislação, que determina que pelo menos 30% das atividades sejam mantidas. Mas pontua que, se numa equipe há profissionais em Designação Temporária (DTs) ou terceirizados, são eles que vão ficar prioritariamente realizando o serviço. "O servidor efetivo está mobilizado pela greve e participativo", destaca. >
A proposta apresentada pelo Sindipúblicos ao governo, após estudo técnico das carreiras da base ativa, busca corrigir perdas salariais e valorizar os profissionais. O sindicato afirma que a repercussão na folha de pagamento do Estado não passaria de 1%, mas teria grande impacto na vida dos servidores.>
Em nota divulgada no início da greve, a Seger reforçou que o governo do Estado mantém diálogo aberto e constante com as representações dos servidores públicos. >
"Além dos reajustes gerais, a atual gestão adotou diversas medidas de valorização dos servidores, como o aumento do auxílio-alimentação, a atualização dos valores das diárias para viagens a serviço e reajustes de 10% para carreiras em extinção na vacância. Também é importante destacar que os planos de cargos e carreiras em vigor preveem progressões e promoções, que resultam em aumento de remuneração e impactam diretamente na evolução da folha de pagamento.">
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