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ES deve investir em infraestrutura para amenizar efeitos da reforma tributária, diz especialista

ES deve investir em infraestrutura para amenizar efeitos da reforma tributária, diz especialista

Gustavo Guerra alertou sobre os gargalos logísticos do Espírito Santo no evento 'Diálogos: Reforma Tributária', realizado pela Rede Gazeta em Colatina

João Barbosa

Repórter / [email protected]

Publicado em 23 de outubro de 2025 às 09:38

Espírito Santo deve melhorar a sua infraestrutura logística para enfrentar as mudanças previstas com a reforma tributária. A avaliação é de Gustavo Guerra, ex-presidente do Conselho Estadual de Recursos Fiscais (CERF-ES) e painelista da segunda edição do evento “Diálogos: Reforma Tributária”, da Rede Gazeta, realizado em Colatina, na Região Noroeste do Espírito Santo, na noite de quarta-feira (22).

Para o especialista, investimentos em melhores rodovias, portos e também em aeroportos, além da qualificação humana, são as condicionantes centrais para que a estrutura econômica capixaba esteja alinhada com o novo desenho tributário nacional, projetado pela Lei Complementar 214/2025, que implementa o IVA Dual, unificando cinco impostos federais, estaduais e municipais, e pelo PLC 108/2024.

➥ A segunda proposta cria efetivamente o comitê gestor, que definirá o valor que cada ente subnacional vai receber da arrecadação pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirá o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto de Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Guerra avalia que, atualmente, benefícios fiscais compensam deficiências logísticas no Brasil. Porém, com a reforma, benefícios serão extintos e, portanto, algumas regiões podem se tornar menos atrativas para a continuidade de alguns setores, principalmente aqueles ligados à indústria, serviços, comércio, imóveis, saúde e educação.

“Com a reforma, todos os lugares onde nós temos gargalos logísticos precisam ser melhorados. Quando não tivermos mais os benefícios que compensam essas mazelas, é preciso ter um melhor fluxo interno para compensação e, sem infraestrutura eficiente, o Espírito Santo não vai superar os desafios”, diz Gustavo.

Ao lado de Bruno Negris (ao fundo) e de Abdo Filho (ao centro), Gustavo Guerra destacou os principais desafios de infraestrutura que o Espírito Santo deve superar
Ao lado de Bruno Negris (ao fundo) e de Abdo Filho (ao centro), Gustavo Guerra destacou os principais desafios de infraestrutura que o Espírito Santo deve superar Crédito: Ezequias Luz

Entre as frentes que podem ajudar o Estado a manter uma infraestrutura de qualidade para as empresas, ele cita a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e conexões com o Porto da Imetame, em Aracruz, melhorias na BR 101 (que interliga o Espírito Santo à Bahia e ao Rio de Janeiro) e a duplicação da BR 262 (que conecta os capixabas a Minas Gerais em direção a Belo Horizonte).

“E não é só infraestrutura. Isso passa também pelo ser humano, com educação, saúde, melhoria no nível do aprendizado de nossas escolas. Esses anos de transição da reforma (2026 a 2032) podem preparar nossa sociedade para os desafios. Sem pessoas qualificadas, não adianta ter estrada boa para andar”, exemplifica.

Ainda segundo Guerra, outra ação importante diante da reforma tributária é a antecipação às mudanças que estão por vir. Para ele, debates como o promovido pelo “Diálogos” são necessários não só no Espírito Santo, mas em todo o Brasil.

“É nessas conversas que vamos entender o que deve ser resolvido primeiro. Saber quais recursos estão limitados e como uma etapa antecede a outra. É importante esse diálogo, principalmente nas cidades do interior, para que as pessoas participem, conheçam e tragam seus problemas”, pondera o especialista.

O encontro teve realização da Rede Gazeta Norte em parceria com a Associação Empresarial de Desenvolvimento de Colatina (Assedic). 

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