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ES cria 3,9 mil empregos formais em julho, mas ritmo de contratações cai

ES cria 3,9 mil empregos formais em julho, mas ritmo de contratações cai

Quase todos os segmentos econômicos apresentaram resultado positivo, de acordo com o Novo Caged. Setores que mais se destacaram são comércio, atividades administrativas, alojamento e alimentação

Publicado em 26 de agosto de 2021 às 13:18

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O Espírito Santo, de um modo geral, terminou o ano passado com um saldo positivo de 6.812 postos de empregos
Espírito Santo já tem saldo positivo de 33.877 postos de trabalho no ano. (Agência Brasil)

Amparado pelo avanço do setor de serviços, responsável pela maior parte das contratações de carteira assinada, o Espírito Santo criou 3.946 postos de trabalho formal no mês de julho, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (26), pelo Ministério da Economia.

Entretanto, há uma desaceleração em relação a junho, quando foram criados 6.010 postos. Desde maio, o número de vagas com carteira assinada no Estado vem decaindo. O levantamento considera o número de pessoas contratadas em relação às demissões. Enquanto o número de admissões vem se mantendo estável, as baixas têm aumentado de forma sutil.

ES cria 3.9 mil empregos formais em julho, mas ritmo de contratações cai

O economista Eduardo Araújo observa que, diante da flexibilização das atividades econômicas, áreas prejudicadas pela pandemia têm ganhado força, e retomam as contratações. É o caso do setor de serviços, que demitiu milhares de capixabas no ano passado, mas vêm se recuperando desde então, conforme avança a vacinação contra a Covid-19.

Também contribuiu para esse balanço positivo a manutenção do programa de preservação de emprego e renda, do governo federal, que permitiu que empresas reduzam jornadas e salários. Além de garantir aos funcionários afetados pela medida uma estabilidade provisória, a norma também deu fôlego para que os negócios se reestruturem e possam novamente contratar.

Por outro lado, há uma queda no ritmo de criação de postos de trabalho no Estado, que está ligada a uma série de questões. Dentre elas, o aumento generalizado de preços e a queda de rendimentos das famílias, devido ainda ao alto desemprego e porque os salários não têm acompanhado a inflação.

"Somado a esses fatores, começamos a sentir o impacto da elevação da taxa de juros, que implica em menos dinheiro em circulação, o que também contribui para uma redução no ritmo da atividade econômica", pontua Araújo.

A elevação dos juros, inclusive, é apontada pelo diretor de Integração do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, como sendo uma das causas para a desaceleração do setor imobiliário e da construção civil. 

"A alta dos preços, dos juros, está desacelerando o ritmo de crescimento do setor. Ainda está crescendo, mas com  menor intensidade porque o aumento das taxas de juros deixa o crédito mais caro, afetando os financiamentos do qual esse setor, que foi destaque em outros meses, tanto depende."

Também há aumento de demissões no setor agropecuário, por influência, principalmente, da sazonalidade das culturas, embora o frio e a seca, que têm afetado a produção nas últimas semanas, também sejam um motivo de atenção.

Lira observa ainda que também há uma desaceleração das atividades industriais, que fez com que o número de demissões no setor aumentasse no último mês, após uma sequência de altas. O saldo ainda é positivo, mas afetado pelas oscilações da economia interna e externa, tendo em vista que a base industrial capixaba é muito influenciada pelas commodities.

"Temos ainda essas ressalvas, mas também há boas perspectivas pela frente, principalmente diante da valorização das commodities, como é o caso do minério de ferro, que alcançou patamares históricos, temos a retomada gradual da Samarco, entre outros fatores que nos beneficiam. No médio prazo, até o final do ano, devemos ter bons resultados."

A pesquisa mostra que, no ano, já foram 33.877 vagas de emprego geradas em território capixaba. Já nos últimos 12 meses, o Espírito Santo apresentou um saldo positivo de 64.744 novas admissões, apesar dos impactos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia do Estado.

O Novo Caged mostra ainda que quase todos os setores econômicos capixabas tiveram resultado positivo no mês passado, exceto agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, que fecharam 729 vagas; a área da educação, que fechou 99 postos; o segmento industrial de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação, que extinguiu 78 contratos; e as indústrias extrativas, que eliminaram 32 trabalhadores a mais do que contrataram.

O setor de serviços, profundamente abalado desde o início da crise sanitária, foi o que mais criou vagas; foram 2.366 novas contratações no mês passado. Destas, 909 estão no ramo de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas. Alojamento e alimentação também tiveram destaque, com 604 novos contratados.

A segunda maior contribuição vem do setor de comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas, onde surgiram mais 1.789 postos de trabalho. Já o setor de construção, que tem sofrido com a alta de preços nos últimos meses, criou 465 novas vagas no mês de julho. Finalmente, na indústria em geral, foram 55 admissões a mais que demissões.

MUNICÍPIOS DA GRANDE VITÓRIA LIDERAM RANKING DE CONTRATAÇÕES

Em julho, os municípios da Grande Vitória puxaram o ranking de contratações no Estado. O destaque fica por conta da Capital, onde foram criados 968 postos de trabalho a mais do que o número de desligamentos realizados no mês. Na sequência, Vila Velha, com 956 novas admissões, Serra (585) e Cariacica (529). Cachoeiro de Itapemirim, com saldo positivo de 497 vagas, também teve destaque. Por outro lado, dos 78 municípios capixabas, 30 igualaram o número de contratações e demissões, ou extinguiram mais vagas do que foram abertas.

No ano, é a Serra que acumula o maior saldo de contratações, com 6.680 novos postos com carteira assinada. Em Vitória, são 4.730. Também tiveram destaque os municípios de Vila Velha (2.458), Linhares (2.424) e Aracruz (2.229). 

"Na Grande Vitória, podemos destacar a participação das indústrias, dos grandes estabelecimentos comerciais, de serviços especializados. No caso de Vitória, particularmente, a concentração também de estabelecimentos da administração pública, nas esferas municipal, estadual e federal, também tem um peso. Os prédios públicos estão concentrados na Capital. Já cidades como Linhares, Aracruz e Cachoeiro são polos regionais, que acabam concentrando hospitais, instituições de ensino de grande porte, diversos estabelecimentos de comércio e atividade industrial", observou o diretor de Integração do IJSN, Pablo Lira.

VAGAS NO PAÍS

De acordo com o Novo Caged, o emprego celetista no Brasil apresentou mais um crescimento em julho, registrando saldo de 316.580 postos de trabalho. Apesar de 1.291.887 desligamentos realizados no período, foram feitas 1.601.001 admissões. Ao longo do ano, o país registrou 1.848.304. novas vagas. Com isso, o número total de vínculos celetistas ativos em território brasileiro chegou a 41.211.272

Para o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, os números reafirmam o quanto foram acertadas as políticas adotadas pelo Governo Federal para o enfrentamento da pandemia. “As políticas do presidente Bolsonaro para fazer frente à grave crise gerada pela pandemia se mostraram corretas”, ponderou.

“O BEm e o Auxílio Emergencial, assim como diversas outras ações do Governo Federal, permitiram que tivéssemos resultados melhores nesse período difícil”, acrescentou. O ministro enfatizou ainda a vacinação em massa e os programas de crédito do Governo, que ajudaram na recuperação da atividade econômica e retomada do emprego.

“Já vacinamos mais que os Estados Unidos e, com o reaquecimento da economia, a tendência é que a taxa de ocupação continue essa tendência de alta”, completou.

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