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Divino de São Lourenço quer engordar receita para não ser extinto

Divino de São Lourenço quer engordar receita para não ser extinto

Prefeito da cidade acredita que receita própria vai alcançar os 10% da receita total no ano que vem. Esse é o patamar que a PEC do governo estipulou para propor a extinção de cidades pequenas, com até 5 mil habitantes

Publicado em 5 de novembro de 2019 às 21:46

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Divino de São Lourenço, na região do Caparaó, sul do Espírito Santo. (Ricardo Medeiros)

O município de Divino de São Lourenço aumentou o peso da receita própria dentro de sua arrecadação total, de 2018 para 2019, de 5% para 7%. O prefeito da cidade, Eleardo Brasil (MDB), acredita que a fatia alcançará os 10% no ano que vem. Assim, o município ficaria fora dos critérios do governo federal para extinção de cidades pequenas com baixa arrecadação, conforme medida proposta pelo governo federal anunciada nesta terça-feira (05).

Eleardo disse que a administração municipal trabalha para atrair empresas e melhorar a situação fiscal. "Nós temos tomado as medidas. A arrecadação própria já passou de 5% para 7%, empresas estão vindo para o município. Estou fazendo a minha parte, buscando parcerias. Até o ano que vem ultrapassamos os 10%. Somos um município referência no Caparaó", disse.

Um dos trechos da PEC do pacto federativo enviada ao Senado pelo governo federal é forçar a incorporação de cidades que tenham menos de 5 mil moradores e receita própria inferior a 10% da arrecadação total. A medida é polêmica e deve enfrentar a resistência dos cerca de 1,2 mil prefeitos de cidades do país que poderiam ser impactados pela proposta.

"Temos mais de 20 empresas se implantando no município. Estamos nos desenvolvendo e outras querem vir. São de vários setores, como oficina mecânica, lojas de roupas, farmácias, agências bancárias, mercados de cereais e padarias", disse Eleardo, que garante que seu município é organizado e "um exemplo" para a região do Caparaó, no Sul do Estado.

Em 2018, o município arrecadou R$ 21,1 milhões. Desse total, apenas R$ 1 milhão veio da receita própria, formada por IPTU, ITBI, ISS, taxas e dívida ativa. Todo o restante foi proveniente de transferências do Estado (R$ 7,6 milhões) e da União (R$ 12,4 milhões). A cidade, de acordo com dados do IBGE de 2018, tem 4,3 mil habitantes. 

Na prefeitura da cidade, o gasto com pessoal demanda cuidados específicos. Segundo dados do Tribunal de Contas do Estado (TCES), essa despesa corresponde a 48,6% da Receita Corrente Líquida. O percentual já superou o chamado limite de alerta da Lei de Responsabilidade Fiscal. 

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